Em livro, José Aristides da Silva Gamito resgata história de Vermelho Velho, distrito de Raul Soares
DA REDAÇÃO- No dia 17 de setembro, às 20h, José Aristides da Silva Gamito lançará na Escola Estadual Albano Pires, no distrito de Vermelho Velho, o livro “História de São Francisco do Vermelho: Memórias e Perspectivas”.
Em 82 páginas, com fotos e gráficos, José Aristides conta a história de um dos distritos mais antigos da Zona da Mata e até mesmo do Vale do Rio Doce. O texto é de sua autoria, mas teve a colaboração de José Alves Frutuoso no levantamento de fontes e entrevistas. “Infelizmente, ele não pôde ver o livro pronto porque faleceu em 2020. É o resultado de uma pesquisa que começou em 2006, quando eu ainda morava em Caratinga”, destaca.
O título “São Francisco do Vermelho” é o antigo nome do distrito de Vermelho Velho. O livro está dividido em cinco capítulos. “Eu trato da fundação do povoado de São Francisco do Vermelho e sua trajetória sociopolítica, econômica e cultural. A região do município de Raul Soares assim como a de Caratinga foram ocupadas a partir das expedições de Domingos Fernandes Lana, que trabalhava com a extração da poaia. José Alves do Vale é considerado um dos fundadores do Vermelho porque chegou por lá no mesmo período e comprou terras de Domingos Fernandes Lana”.
Ainda de acordo com o autor, o destaque de Vermelho Velho é que ele se tornou distrito em 4 de junho de 1858, antes de Caratinga (1873) e de Manhuaçu (1868), as cidades polo da região. “Parte considerável do livro resgata também a história do catolicismo porque São Francisco de Assis em Vermelho Velho é a paróquia mais antiga da diocese de Caratinga (1865)”.
José Aristides explora também o período de desenvolvimento do distrito analisando como a cafeicultura e a ferrovia Leopoldina alavancaram a economia local dos anos 30 aos 60. “Esses fatores quase levaram à emancipação do distrito em 1947, mais precisamente, a expectativa era pela nova divisão administrativa de Minas Gerais promulgada em 27 de dezembro de 1948. Mesmo com essa fase próspera, com as mudanças sociais e econômicas da década de 70, o êxodo rural deixou o distrito vazio e perdeu destaque na região. Foi-se embora também o sonho de emancipação”.
Ele enfatiza que o livro procura ser “menos técnico possível” e valoriza muito a “história oral”. “O propósito é contar a história da minha terra natal que já teve uma grande importância na ocupação do leste de Minas Gerais. Ressalto a importância de se conhecer a história local, a memória coletiva das comunidades, os lugares com quais temos vínculos afetivos. Isso reforça a identidade do grupo e tem uma finalidade política: avaliar o passado para planejar melhor futuro”, finaliza.