O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu na década de 1990, com objetivo de estimular a participação da população no controle do câncer de mama. A data é celebrada anualmente, trazendo o compartilhamento de informações sobre o câncer de mama, conscientização sobre a doença e em busca do maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento.
Para falar sobre o câncer de mama, o DIÁRIO DE CARATINGA traz entrevista com o médico Marcelo Antônio, ginecologista e obstetra. Ele chama atenção para a importância do diagnóstico, prevenção e dá informações sobre os tipos de tratamento.
O que é o câncer de mama?
O câncer de mama é uma doença crônica, degenerativa e de bases genéticas causada por eventos genéticos e químicos, que levam à transformação de uma célula normal na direção de malignidade. Representa o segundo câncer mais frequente do mundo, o primeiro entre as mulheres.
Quais os fatores de risco do câncer de mama?
Alto risco: Mutação genética, história familiar de primeiro grau na pré-menopausa, passado de radioterapia torácica, biópsia prévia de lesão pré-maligna de mama, antecedente pessoal de câncer de mama ou ovário, mamas densas em mamografia é controverso.
Risco menor: nuliparidade ou primeiro filho após 35 anos de idade, não amamentação, primeira menstruação antes de 12 anos de idade e última após os 55 anos, obesidade, sedentarismo, câncer de mama em parentes de 2° ou 3° grau, tabagismo prolongado, etilismo prolongado, deficiência de vitamina D, uso de terapia hormonal mais de cinco anos.
Como é feito o diagnóstico do câncer de mama?
O diagnóstico precoce permite o tratamento da doença com diminuição da morbidade e aumentando o índice de cura para 80-90%. Hoje temos acesso a métodos de imagem para auxiliar o diagnóstico associado ao exame físico. Usamos a mamografia, ultrassonografia de mama e ressonância magnética nuclear.
Quando realizar a mamografia?
No Ministério da Saúde ficou determinada a primeira mamografia a partir dos 50 anos de idade, repetindo a cada dois anos até os 69 anos, para mulheres com risco habitual. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia e Sociedade Americana de Câncer, o protocolo de acompanhamento deve ser a partir de 40 anos, sendo a repetição anual até os 69 anos de idade, individualizando a cada caso. Nas mulheres do grupo de alto risco, o rastreamento deve ser a partir de 30 anos de idade. A ultrassonografia e ressonância magnética são exames auxiliares para aumentar a acurácia na investigação do câncer de mama.
Quais os sinais de alerta para investigação do câncer de mama?
Independentemente de qualquer sintoma, todas as mulheres devem fazer o rastreamento conforme preconizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia. Mas, estar atento ao aparecimento de nódulo de mama, inversão da papila (“bico do peito”), ulceração com coceira do mamilo, saída espontânea de secreção clara ou sanguinolenta da papila mamária. Não devendo associar a dor mamária ao câncer de mama. A realização do autoexame das mamas cinco dias após o término da menstruação e visita periódica ao ginecologista é de grande importância para observação de alguma modificação na estrutura da mama.
Quais são os métodos de prevenção ao câncer de mama?
Apesar do grande interesse em qualidade de vida saudável e dos múltiplos questionamentos sobre estilo de vida, poucos fatores interferem na incidência da doença. O controle no uso de bebida alcóolica, estímulo à atividade física, dieta saudável, controle de peso, não uso do tabaco, são medidas para melhorar a qualidade de vida e se afastar dos efeitos químicos sobre as células normais.
Como é o tratamento do câncer de mama?
É importante esclarecer ao público feminino que quanto mais precoce o diagnóstico, menos agressivo o tratamento. O tratamento da lesão mamária depende do tamanho, tipo histológico e comprometimento da doença à distância. Assim sendo, pode ser tratada através de mastectomia radical, cirurgia conservador (retirada apenas do tumor), cirurgia oncoplástica (retirada da mama, com reconstrução imediata com prótese mamária), todas associadas à quimioterapia ou radioterapia.