Grupo Parangolé leva a poesia e a força do cordel a estudantes e professores de Córrego Novo e Bugre. Apresentações acontecem na próxima segunda-feira (29)
DA REDAÇÃO – Na próxima segunda-feira (29), os municípios de Bugre e Córrego Novo recebem o espetáculo Cordéis dos Cafundó que reúne em cena teatro, música e poesia. O trabalho do Grupo Teatral Parangolé Arte Mobilização (Belo Horizonte), que neste ano completa 20 anos de atuação na arte–educação, é o fio condutor do projeto, de mesmo nome, criado com o objetivo de difundir a literatura de cordel para o contexto escolar. O espetáculo com atuação, direção e dramaturgia de Cascão começa, em Córrego Novo, às 8h30, no Centro Comunitário Municipal, e em Bugre, a apresentação é às 16h, na Praça Antônio Marques.
Além de promover a circulação do espetáculo Cordéis dos Cafundó, nas escolas públicas e praças por quatro municípios de Minas, cada cidade visitada recebe ainda oficinas pedagógicas de criação de cordel para os professores (fevereiro) e de teatro para os alunos (junho), ministradas pela assessora pedagógica Sirlene de Souza e Cascão, diretor do Parangolé e idealizador do projeto: “Desde fevereiro, a literatura de cordel começou a fazer parte do cotidiano dos alunos, nas aulas de português, história e geografia das escolas estaduais Agenor Guerra e Doutor Costa, das municipais, José Júlio Alves, Padre Stevan Viparelli e Trajano Procópio e da Fundação Francisco de Assis de Santa Maria de Itabira, integrando professores, assessores pedagógicos, diretores e secretarias de educação locais”, explica o artista.
Os cordéis criados são roteirizados pelo Parangolé e transformados em pequena esquete encenada pelos alunos no evento de encerramento, em julho, que será aberto à população em uma praça de Bugre e de Córrego Novo. No mesmo dia haverá apresentação do espetáculo Cordéis dos Cafundó, em sua versão original. Os cordéis escritos pelos estudantes também serão reunidos na impressão de um folheto de cordel para cada cidade.
Para Cascão, idealizador do projeto e diretor do coletivo Parangolé, “apesar do cordel ter 150 anos de história enquanto literatura escrita e séculos de literatura oral, quando a gente se defronta com professores, alunos e mesmo grupos artísticos, fica evidente a sua atualidade e potência, pois estamos falando de um imaginário que as pessoas já trazem, às vezes sem saber. O que fazemos é proporcionar o reencontro delas com algo que é a identidade do povo brasileiro”, explica Cascão que há seis anos já realizou o projeto nos municípios de Belo Oriente, Cachoeira Escura, Peçanha, Naque, Governador Valadares, Coronel Fabriciano e Belo Horizonte. O artista se apresenta acompanhado pelos músicos Débora Costa (percussão), Thiago Gazzineli (sanfona) e Augusto Cordeiro (violão/ baixo).
ESPETÁCULO CORDÉIS DOS CAFUNDÓ
O espetáculo tem como fio condutor o personagem vivido por Cascão, um caixeiro viajante que chega a uma cidade grande e vê confrontadas suas noções de mundo com a overdose urbana e tecnológica da metrópole. Para sobreviver, ele vende raízes, brinquedos e folhetos de cordel. O espetáculo combina literatura, teatro e música na declamação dos poemas de autoria de Cascão e de autores lendários do romanceiro brasileiro. A peça cênico-musical tem como foco o público pré-adolescente, adolescente e jovem visando melhorar o desempenho escolar e a sociabilidade através da arte.
Na versão escolar, que será apresentada para as escolas, aparece a linguagem do teatro de bonecos, como novidade, e também canções, como um rap composto por Cascão em parceria com o rapper Kdu dos Anjos, abordando os desafios do cotidiano escolar.
SOBRE CASCÃO
O conador de histórias Rodolfo Alexandre Cascão Inácio é mais conhecido como Cascão. Reside há 25 anos em Minas Gerais. Cascão é poeta, ator, diretor, dramaturgo, contador de causos, cordelista e há mais de 30 anos pesquisa e milita com o teatro e a cultura popular. Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais – 1992/95 Produtor cultural, autodidata, participou em dezenas de cursos e seminários de teatro, artes circenses, teatro de bonecos, mímica, produção cultural, educação ambiental e comunicação social, e publicou diversos livros. É também consultor autônomo em mobilização social e arte educação prestando assessoria a órgão públicos e entidades sociais e privadas. Desde 2012 se apresenta em diversas praças e teatros de diversas partes do Brasil, com destaques para cidades de Minas, Brasília (DF) e Barcelona.
GRUPO TEATRAL PARANGOLÉ
O PARANGOLÉ ARTE MOBILIZAÇÃO é um grupo formado por profissionais da área de educação popular, teatro, música e artes plásticas. Desde 1999 vem desenvolvendo trabalhos de criação artística com propósitos culturais e educativos, o que resultou na ampliação de seus trabalhos enquanto grupo de pesquisa, tendo fundamentalmente como mote de sua investigação a cultura popular, os direitos humanos e temas socioambientais como lixo, água e o meio ambiente. Arte Mobilização é ao mesmo tempo estética, arte, comunicação e ação cultural. É uma arte que tem a intencionalidade de mobilizar a sociedade em prol das grandes causas. É pensar a arte em função da vida, do cotidiano e da cidadania.