Este ano fiquei surpreso ao ouvir a propaganda de Páscoa. As expressões de alegria e os votos estendidos na mídia não diferiam em nada dos da festa natalina?!??
Achamos que todo mundo sabe que estas duas celebrações cristãs significam algo bem diferente, e não é justo generalizar e igualar tais significados. Certo?
O que é a Páscoa? O que aconteceu na Páscoa há quase dois mil anos que até hoje ainda é a característica principal?
Estou escrevendo do ponto de vista cristão, e da Bíblia.
Em nossas preces fomos ensinados a fazer os pedidos em o “nome de Jesus”. Por quê?
A morte de Jesus, porém, da forma cruel e que reflete o que ele sofreu, tinha sido anunciada pelos profetas antes da era cristã, mas também muito antes através do sacrifício de animais, que tinham que ser sem defeitos.
Por quê? Porque o ensino central tanto no judaísmo e como no cristianismo é que o ser humano pecou, isto é, saiu do caminho que o Criador tinha estabelecido para ele. E nessa queda surgiu a maior de todas as nossas culpas, e detalhe: nós mesmos somos incapazes de pagá-la – falta-nos o principal para fazer essa liquidação: uma vida perfeita de obediência ao Criador!
Por isso, desde os primórdios, os homens em todas as culturas entenderam da necessidade de um sacrifício de um ser vivo, de um animal, pela culpa do ser humano. Contudo, o que isso representava? Interpretando a Bíblia chegamos à conclusão que apontava para o sacrifício de Jesus no monte Gólgota!
Por causa disso é que este sacrifício naquela Páscoa do Século I de nossa era tem um valor tão imensurável! E, quando dizemos “em nome de Jesus”, estamos nos reportando àquele sacrifício, como o que definitivamente e completamente liquidou a ‘conta’, pagou a CULPA que pairava sobre cada um de nós.
Tomando a explicação bíblica, encontramos em Romanos 5.9 que “somos justificados”, isto é, feitos justos pelo sangue (= morte) de Jesus, e depois, em Efésios 1.7 e Colossenses 1.14, que nós seres humanos “temos a redenção (salvação; resgate; libertação – absolvição plena e total por causa do pagamento feito) através do Seu sangue, e perdão de nossos pecados”.
Este é o significado cristão da Páscoa!
Lembro de uma pequena história contada pelo pregador Moody que ilustra isso. Chegou a ele uma senhora pedindo-lhe que falasse com seu marido, um juiz muito correto, mas muito descrente. Moody, numa decisão sábia, não quis se envolver numa discussão sobre o assunto. Ele apenas lhe disse que “se um dia você se converter, me deixe saber, sim”! O juiz, irônico, sarcástico, respondeu em gargalhadas: “Sim, você saberá imediatamente quando eu me converter!”
Não muito tempo depois, certa noite, o juiz acordou inquieto, não conseguindo dormir mais. Levantou-se, deixou bilhete que não tomaria café e foi ao gabinete, dispensando todos os seus auxiliares. Ele decidira ficar a sós ali naquele dia. Havia um peso que ele não conseguia explicar.
Ao se delongar neste estado, começou a ponderar: Sou uma pessoa decente, cumpridor de meus compromissos, mas, o que é esse peso que sinto – será que é isso que é a culpa da qual eles falam? – “Deve ser o produto de uma educação talvez moralista demais”, pensou. –“Isso se supera pela conscientização! Começou então a falar a si mesmo, que a culpa era só um sentimento, que isso era bobagem. Mas não adiantou – o sentimento ficava cada vez pior.
Decidiu clamar a Deus, pedindo para que lhe tirasse o peso, mas não houve alívio nenhum. Foi então ao último recurso que sabia: clamar em o nome de Jesus. Para sua grata surpresa, ele recebeu imediatamente alívio total, a libertação do peso, da culpa. E com esta alegria ele foi contar o acontecido ao Moody.
Assim é que o cristão entende a Páscoa. Jesus trouxe, pelo Seu sofrimento e morte, o REMÉDIO para a culpa humana. E com a ressurreição, a vitória sobre o nosso último inimigo – a morte.
Para a Teologia bíblica a culpa é algo real, verdadeiro no ser humano. Mas, também, que os sacrifícios de animais de outrora representavam o sacrifício de Jesus, como o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
Na Páscoa celebramos essa verdade: cada um que coloca sua confiança em Jesus recebe o perdão incondicional de toda a culpa cometida, conhecida ou não!
Pessoalmente acho isso bom demais: há esperança para todo e qualquer um, não importa o seu passado! Nesse caso, não é necessário fazer algo – basta crer, aceitar. E aí, descansar!
Rudi A. Kruger
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