Kincas: Zagueirão da Grota
Quando contamos histórias do timaço do Esplanada campeão da cidade em 1982, embora fosse um time forte em todos os setores, costumamos destacar os craque do meio-campo e do ataque. Porém, quem viu aquele time jogar, sabe que se não tivesse uma defesa tão segura, provavelmente não teria goleado o Caratinga no primeiro jogo por 4 a 1 na Grota, e depois empatado em 1 a 1 no Dr. Maninho. Fico muito à vontade pra falar sobre esse time, afinal, minha infância na rua da Piedade, foi acompanhando jogos, e principalmente os treinos daqueles craques no estádio Do Carmo, a noite, sob a luz de refletores em postes de eucalipto. Muitas foram ás vezes que presenciei todo o elenco, titulares e reservas, dando voltas e mais voltas pelo barranco. Aliás, essa parte física também foi um diferencial do time em jogos decisivos. O Esplanada tem histórico de sempre montar grandes times, na minha humilde opinião, com todo respeito aos demais, esse de 1982 foi o melhor de todos os tempos. Não só por ter conquistado o título, mas, principalmente pelo belíssimo futebol que jogava. Time quando faz história, independentemente do tempo, sua escalação está sempre na ponta da língua. Eu que era apenas um garoto de oito anos de idade, assistia os jogos maravilhado com aquele timaço que até hoje, escalo de cabeça sem pensar muito: Amarildo, Betão, Getúlio e Kincas, Mangelinha, João Bosco, Carlinhos, Perrola, Robson, Miltinho e Sula. Técnico Mineiro.
Embora os craques estivessem do meio pra frente. É preciso destacar a segurança da defesa: Pra começar o mais jovem goleiro da competição de apenas 18 anos que pegou tudo. Principalmente nas finais, pegou tanto a ponto de irritar o craque César do Caratinga. Betão na lateral direita era um monstro marcando e apoiando. Getúlio era forte, e com muita qualidade técnica e dono de um chute potente (foram dois gols de falta na vitória por 4 a 1 no primeiro jogo da final), Mangelinha era o lateral mais correto que já vi. Apoiava pouco, mas passar por ele era uma tarefa quase impossível. Um verdadeiro “carrapato” na marcação. Mas oque falar de Kincas? Zagueiro forte, viril, não brincava em serviço, não tinha medo de “cara feia”. Sempre com muita lealdade, não tinha vergonha de dar o chutão quando precisava. Mas, tinha qualidade técnica. Ao lado de Getúlio, pararam o ataque do Dragão que tinha: Aesso e Toninho Feijão. Além de César, Marcinho e Anísio no meio. Nunca mais tive notícias do zagueirão Kincas, até ser encontrado por ele nas redes sociais. Atualmente mora em Ipatinga e diz sentir muita saudade dos tempos de zagueirão da Grota.
Mineiro: Hora da semi
Atlético x Tombense: Não tem como negar o favoritismo alvinegro. Melhor elenco, maior poder de investimento, consequentemente um time melhor. Entretanto, em jogos de mata-mata o fato de ter mais qualidade técnica só não garante vitória. É preciso ter concentração e levar o jogo muito a sério. O Tombense é um bom time e pode complicar.
América x Cruzeiro: Sem dúvida o confronto mais equilibrado. Tecnicamente os times se equivalem. A vantagem de jogar por dois empates, dá ao Coelho um pequeno favoritismo para avançar a final. Porém, a Raposa tem melhorado seu desempenho a cada jogo, o que equilibra o duelo.
Rogério Silva
@rogeriosilva89fm