Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política (IUPERJ)
Membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil (IAB-RJ)
Segundo a mídia, o presidente Jair Bolsonaro disse durante um pronunciamento para servidores federais “desculpem as caneladas, não nasci para ser presidente, nasci para ser militar, mas no momento estou nessa condição de presidente e, junto com vocês, nós podemos mudar o destino do Brasil. Sozinho não vou chegar a lugar nenhum”.
Saber que o Governo está quebrado, por ter mais despesas do que receitas e relembrar da campanha, onde algumas coisas que são prometidas, mas que depois vendo o mundo real se tornam um pouco difíceis de serem realizadas, pode ter levado o presidente a esse pronunciamento, mesmo que ocorreu em tom de brincadeira. Além do mais, as “velhas raposas” estão presentes no Senado e na Câmara, o que constrange o presidente Bolsonaro que não concorda com projetos remanescentes de políticas e que devem ser excluídas, pois subtendem “desvios de grandes proporções” ao Brasil.
Bolsonaro nesse período de três meses de gestão está aprendendo a ser presidente, a construir relacionamentos políticos. Nada acontece de uma hora para a outra.
O presidente tem diante de seu governo, a construção de uma efetiva agenda para o Brasil. Isso pressupõe a definição de estratégias políticas que contemplam vários setores, como a educação nas suas diversas dimensões e níveis, como também a saúde, segurança, empregabilidade, outros. Urge a responsabilidade conjunta do Estado e das organizações sociais no atendimento às múltiplas demandas da sociedade, para a transformação da realidade de exclusão social, com base no reconhecimento do diferente e da diversidade cultural.
As soluções políticas que traduzem entendimento estratégico das medidas capazes de promover a transformação pretendida exigem análise das propostas, nascidas dos diversos grupos de interesses e opiniões. As articulações e ações passam a serem submetidas democraticamente à análise coletiva e devem formar consensos em torno das demandas e necessidades. Assim apontar para a possibilidade de realizações de grande alcance social, pode se dizer que se revela que as partes envolvidas, tendo desafios comuns e identidades próprias, podem e devem buscar maneiras de um engajamento racional e inteligente para propor ações, voltadas para o Brasil dos desassistidos, dos necessitados, dos excluídos.
Ainda em tom de brincadeira, o presidente afirmou que às vezes se pergunta o que fez para “merecer isso, pois é só problema”, no entanto justificou “que sabia das dificuldades por ser um País grande!
Segundo a revista Isto é, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando foi questionado sobre suas expectativas em relação ao governo de Jair Bolsonaro, respondeu não ter visto “nada” do governo e que o presidente “falta aprender a se relacionar com o Congresso, falta até se comunicar com a população para explicar medidas consideradas fundamentais, como a reforma da Previdência. “
Pode se dizer que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem sim suas pequenas confusões, que devem ser tratadas, pelo fato de desviá-lo do foco em relação aos grandes problemas que ele mesmo sabe que tem que enfrentá-los. No entanto, a ressalta é verdadeira, quando vemos o PT e petistas torcerem para que o atual governo não leve a prosperidade ao nosso país. Quanta ruindade, pois não pensam no povo que espera ansiosamente por educação, saúde, moradia, ou seja uma “vida melhor”. O que é uma vida melhor para aquele que é excluído da sociedade?
Quando o presidencialismo de coalizão é desfeito, qualquer governo passa a perceber que o discurso em campanha, como também o planejamento estratégico é desvinculado, deixando que os interesses menores se aderem as reformas não privilegiando os paradigmas com os quais Bolsonaro se elegeu.
Sinceramente eu não sei se devemos insuflar o ódio e a violência em vez de reforçarmos nossa responsabilidade na pacificação da sociedade, unindo as forças para que haja uma integração dialética da sociedade seja na política, ou em qualquer outra área?
Pensemos sobre isso!
Paz e Bem!