Esteja aberto para a voz amiga
Sofrer é uma realidade. Universal.
Ninguém pode dizer: Nunca sofri! Em certo momento, teremos de lidar com ele.
Podemos nos preparar para isso? Há pessoas que tiram isso de letra. Até parece que foram à escola para aprender a lidar com a dor.
Da última vez contei a história verídica do meu amigo Magister – mesmo não estando presente, pois o cérebro dele estava doente – ele contou que aqueles anos sendo totalmente dependente dos outros “foram os melhores anos de minha vida.”
Hoje queria trazer uma história bem antiga, de um comandante do exército sírio, muito benquisto pelo seu rei – porque ele tinha livrado seu povo da escravidão.
No meio de sua glória como o favorito do rei, ele fica doente – muito doente, a ponto de começar a perder partes do seu corpo – como se estivessem apodrecendo. Muito triste essa lepra, graças a Deus hoje já existe cura para ela.
Uma menina, trazida como escrava, lembrou-se daquele homem em sua terra para quem doença não era problema – ele confiava tanto em Deus que fazia milagres estupendos.
Ela viu o sofrimento do seu patrão, o comandante-herói doente, e contou à esposa dele o que ela tinha visto em sua terra natal.
A mulher foi logo falar com seu marido, e este, muito impressionado, foi a seu amigo rei. Imediatamente o rei enviou seu comandante com uma comitiva para a terra da menina – mas pensou que o rei de lá conhecia o famoso profeta. Engano!
Finalmente, o próprio profeta interveio, e mandou recado para o seu rei incomodado: – Mande o general doente para minha casa!
E assim ele foi. Na imaginação do doente ele pensava que o homem que curava iria sair de casa, recebe-lo, impor as mãos sobre ele, clamar a seu Deus pela cura, e …
Decepção. Em chegando lá, um empregado veio recebe-lo e passou o recado: O profeta disse para você mergulhar 7 vezes no rio Jordão!
– Que é isso? Será que ele sabe quem sou eu? Ainda mais: Esse rio é sujo. Na minha terra temos rios muito mais limpos, maiores! Vou me embora! Fui enganado…
A sorte do doente é que ele veio acompanhado por um ajudante, que sofria com ele a doença terrível, que disse: – Meu senhor, se este homem tivesse pedido que você fizesse algo difícil, quase impossível – você não tentaria, só para conseguir de volta sua saúde?
Palavra sábia, palavra de amigo. O herói de guerra… baixou a cabeça, se humilhou, e foi mergulhar as sete vezes. E ao sair, estava curado – diz o texto sagrado que “sua pele se tornou como a pele de um menino…!” (2 Reis 5.13)
O segundo ponto dessa nossa “cartilha” sobre como enfrentar um sofrimento é SER HUMILDE. Pois, quando sofremos, a atitude mais errada é a da arrogância, aquele tom do sabe-tudo, de saber melhor, o que – sem percebermos – nos leva a machucar e afastar pessoas queridas ao nosso redor. E até achamos que temos o direito de fazer isso!
A fé verdadeira, a fé que alcança e toca o coração de Deus é algo de natureza muito simples. Quantos exemplos claros na vida de Jesus, de curas impossíveis realizadas de forma simples: Sua fé te curou!
Nossa sofisticação, nosso saber, nossa experiência – isso tudo deve ficar em segundo plano, ou em plano nenhum.
Paciência faz parte dessa atitude. Escutar o que os outros dizem, aqueles que nos amam – o que eles estão dizendo também é muito importante. Precisamos parar de achar que sabemos mais, ou melhor!
Enfim, é confiar em Deus de fato, e não da boca pra fora. O salmista diz assim (Salmo 66.16-20):
“Todos vocês que temeis a Deus, venham e ouçam, e eu contarei o que ele tem feito por mim. A ele clamei com minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua. SE EU TIVESSE GUARDADO O PECADO [orgulho] NO CORAÇÃO, O SENHOR NÃO ME TERIA OUVIDO. Mas na verdade, Deus me ouviu; ele tem atendido à voz da minha oração.
Bendito seja DEUS, QUE NÃO REJEITOU MINHA ORAÇÃO, NEM AFASTOU de mim O SEU AMOR!
Receba, meu caro amigo, o meu abraço. Nós nunca saberemos como será o nosso amanhã. Confiemos naquele que sabe todas as coisas, e em cujas mãos está a nossa vida. Que Deus te abençoe!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]