Alunos da zona rural de Bom Jesus do Galho utilizam recursos próprios para ter acesso ao ensino. Pelo menos duas rotas foram prejudicadas com a falta de ônibus
BOM JESUS DO GALHO – Pelo menos 50% dos alunos do município de Bom Jesus do Galho residem na zona rural e dependem do transporte público para frequentarem a escola. No entanto, há pelo menos 20 dias os alunos do córrego KM do 600 e do povoado da Fundaça precisam improvisar e utilizar recursos próprios para acesso ao ensino, pois não há ônibus em condições de transportá-los.
De acordo com informações colhidas pelo DIÁRIO DE CARATINGA, com o problema no transporte, os impactos refletem diretamente na frequência dos alunos nas instituições de ensino. Quatro escolas, sendo duas estaduais e duas municipais, são prejudicadas com a evasão dos alunos.
O Centro Municipal de Educação Maria da Penha Ivone Abrão, que fica no Bairro Santa Terezinha, tem em média 260 alunos que estudam no turno da tarde e 320 no turno da manhã. O ônibus da rota KM do 600 que faz o transporte dos alunos até a escola provisoriamente é terceirizado. O motorista busca as crianças na rodovia.
A secretária de Ensino Eliane Miranda Gomes Marques falou sobre as providências que estão sendo tomadas e afirma que para esta localidade a situação possivelmente será regularizada ainda esta semana. “O ônibus da rota 600 precisava trocar as molas, nós compramos as molas e depois quando pensamos que já estava pronto, me ligaram dizendo que faltavam as buchas. Ficamos apertados sem saber o que fazer e sem ter como comprar. O nosso processo é sempre mais complicado para conseguir as coisas, porque a nossa licitação é de Ipatinga”.
Já a previsão do ônibus da rota da Fundaça depende da avaliação dos problemas mecânicos que até o momento não foram identificados. O ônibus, que comporta mais passageiros, está à espera de reparos em Caratinga.
Enquanto a situação do transporte não é solucionada, os moradores relatam as dificuldades que têm enfrentado para garantir que os alunos compareçam às aulas. Beatriz Ferreira Silva, 38 anos, tem três filhos estudantes, Bruno, 18 anos; Milena, 15 anos e Larissa, de 9 anos de idade. A 15 km de distância da escola, a família busca alternativas para levar os filhos até a escola. “Dizem que nem vai voltar esse ano, já tem 15 dias mais ou menos que não tem o ônibus e parece que vai voltar só o ano que vem. Às vezes eles vão de moto, outras vezes os grandes levam a menor, porque todos os dias não tem como”, lamenta.
Paralelamente à falta de transporte existe a ameaça de greve dos professores, que de acordo com informações, cobram o acerto do salário do mês de setembro, que está atrasado há pelo menos 12 dias.