“Pretos e pretas estão se amando”
Desde os primórdios o homem busca meios de se manter superior aos outros, desencadeando o fenômeno da segregação humana. Dentre as diversas formas de desigualdades existentes na sociedade, uma das mais agressivas, senão a mais, é o racismo. Este é uma herança deixada pela escravidão que se instaurou no período colonial, quando Portugal, para povoar o Brasil, traficou negros para o país, a fim de explorar riquezas através do trabalho escravo.
O Brasil foi o país que mais recebeu escravos no mundo, cerca de 5 milhões, um total de 40% da população escrava de todo o planeta. Este também foi o país em que a escravidão se perdurou por um maior tempo, 354 anos, e foi o último país das Américas a abolir a escravatura.
A Escravidão brasileira durou três séculos e meio, isto é, para cada 10 anos de Brasil, 7 ocorreram sobre o crivo da escravidão, com isso internalizou-se muitos valores nocivos à humanidade.
No período escravocrata os negros eram considerados seres sem almas, que causavam repulsa na população e serviam somente para os trabalhos pesados. Este quadro de exploração dos escravos acarretou a destruição da cultura e economia dos negros.
Hoje, com a escravidão abolida, ainda nos deparamos com práticas de racismo e injúria racial, às vezes velados, mas que mesmo assim escancara a prepotência humana. O colorismo é uma política discriminatória e não podemos apagar da memória todo o símbolo da resistência negra.
O racismo e a injúria racial são crimes! A prática racista consiste em um ato ofensivo a toda a raça negra, já a injúria racial é o crime baseado na conduta de ofender a honra de apenas um indivíduo em razão de algum atributo próprio da sua raça. Hoje, ambos os crimes são inafiançáveis e imprescritíveis, ou seja, não cabem fiança e não prescrevem com o tempo.
A discriminação racial devido a cor do indivíduo é uma lástima social. Ninguém é superior ou inferior por ser diferente. E, parafraseando Amoras de Emicida: “De punhos cerrados eu levanto minhas mãos”!