CARATINGA – No último dia 25, o vereador Johny Claudy Fernandes (PMDB) entrou com um pedido polêmico na Câmara, que é o Projeto de Lei n° 024/2017, que visa a proibição da venda de bebidas alcoólicas, entre 18h e 6h, nos terminais de ônibus e rodoviários. No dia seguinte, o DIÁRIO ouviu os comerciantes do Terminal Rodoviário Carlos Alberto de Matos, que foram contra a proposta do vereador, alegando que para resolver os problemas seria necessário ter policiamento durante 24 horas naquele local. Já na reunião desta terça-feira (2), Johny apresentou o pedido de providência 193/2017, que visa interferir junto ao comando do 62º Batalhão de Polícia Militar no sentido de designar policiamento 24 horas no terminal.
Sobre esses pedidos, o major Márcio Roberto de Souza, representando o comando do 62º BPM, participou da reunião do legislativo e explicou o motivo da Polícia Militar não conseguir manter algum efetivo durante 24 horas no local e apresentou medida que amenizaria o problema. “Nós hoje seríamos muito utópicos de pensar que teríamos condições de colocar um policial para cada local que necessita pelo período de 24 horas, como também no terminal rodoviário. Nenhum lugar do mundo consegue fazer isso, então temos que trabalhar com inteligência, com uma gestão mais efetiva, com os recursos logísticos e humanos que temos”.
Segundo o major, a PM já está estudando as demandas do terminal rodoviário e trabalha na implantação de uma sala para registro de ocorrências. Desta forma, rotineiramente teria uma viatura no terminal. “Estamos trabalhando isso, hoje de forma provisória no segundo andar, mas procurando um lugar no primeiro andar para ficarmos mais visíveis. Mas vemos que o terminal rodoviário hoje tem mais a ver com questão de oportunidades para que pessoas venham cometer ilícitos. Necessita de uma estrutura mais organizada e determinadas coisas atraem situações negativas para o local. Percebemos que na cidade de Caratinga tem uma rotina durante a noite, de bares e locais para entretenimento, a maioria com utilização de bebida alcoólica e depois que esses locais fecham, há um lugar que fica aberto, que é o terminal rodoviário. Então, as pessoas que querem dar uma ‘esticada’, e já estão alcoolizadas, acabam por terminar a noite ali e com isso vêm os problemas”.
De acordo com o oficial da PM, existe na rodoviária um atrativo para a obtenção do dinheiro para se gastar com bebida alcoólica que é o estacionamento, onde as pessoas que se sentem extorquidas pelo pedido de dinheiro para tomar conta do veículo, acabam doando uma quantia, que é gasta ali mesmo. “Aproveitando esse público já complicado, que a gente vê nesse final de noite, vemos pessoas mal intencionadas que aparecem ali para vender drogas também. Os próprios usuários de drogas ou bebidas alcoólicas passam a serem pequenos traficantes, uma vez que tendem alimentar o vício desta forma. Não temos condições de tirar o policiamento dos bairros e da zona rural e colocar exclusivamente da rodoviária para tomar conta de poucos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas para poucas pessoas e deixar toda a comunidade a mercê de infratores”.
Major Márcio acredita que o projeto que restringe o horário para venda de bebida alcoólica é uma proposta benéfica, pois iria tirar um dos atrativos do lugar, consequentemente amenizando a situação. Além disso, a PM tem a proposta de usar um espaço no terminal para registro de ocorrências, pois esse trabalho hoje é feito na delegacia de Polícia Civil. “É um projeto muito importante que a PM tem intenção de apoiar e dessa forma manter um diálogo com a sociedade e atender uma gama maior da população”, explicou o oficial.