Ambos têm seus nomes marcados no jornalismo caratinguense. O primeiro como fotógrafo do DIÁRIO enquanto o segundo é considerado o mais célebre locutor esportivo do interior de Minas
Sábado, 9 de abril de 2016. A data acaba de se tornar a mais lúgubre do jornalismo caratinguense, pois nesse dia morreram o fotógrafo Jairo Cézar de Oliveira Laignier, 54 anos, vítima de um infarto; e o narrador esportivo Jota Baranda, que estava internado e sofreu complicações generalizadas.
JAIRO CÉZAR
Jairo Cézar de Oliveira Laignier faleceu devido um infarto sofrido na madrugada de ontem. Ele trabalhou como vendedor em empresas da região e nos últimos 13 anos atuou como parceiro do DIÁRIO. Sua família veio da região de Ipanema e se adaptou muito bem em Caratinga. Infelizmente, Jairo Cézar não viveu para receber a homenagem que mais queria: No final do ano ele seria agraciado com o título de Cidadão Honorário de Caratinga.
De acordo com as pessoas que conviveram com ele, Jairo Cézar tinha muitas qualidades. Ele era amigo, companheiro, prestativo, cruzeirense, fã do bom e velho rock and roll e gostava de falar dos vinis que colecionava. Aos 54 anos, trabalhava com o ânimo de um jovem. Às vezes se estressava e ficava nervoso com facilidade. Puro disfarce: tinha um coração do tamanho do mundo. Derretia-se em mel pelos filhos e pela esposa, abraçava e aconselhava os amigos.
Jairo Cézar deixa a esposa Fernanda e dois filhos: Ananda e Cairo. O velório acontece na Rua do Santuário, 36, Bairro Santa Zita. O sepultamento está previsto para as 10h de hoje, no cemitério São João Batista.
JOTA BARANDA
Faleceu na madrugada de ontem, aos 75 anos, o locutor esportivo Jota Baranda. Segundo informações de familiares, Baranda, que estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), teve uma infecção generalizada.
Jota Baranda foi motorista de caminhão dos armazéns do Bairro Esplanada e depois se transferiu para os coletivos da Transcolin, onde trabalhou por muito tempo, mas sua vida profissional mudou completamente. E foi essa mudança que lhe garantiu uma carreira brilhante como locutor esportivo na Rádio Caratinga.
O velório acontece no Caratinga Tênis Clube (CTC) e o sepultamento está previsto para as 7h de hoje.
O homem que fez história no futebol caratinguense
Em novembro do ano passado, o DIÁRIO DE CARATINGA entrevistou Jota Baranda. Ele já estava um pouco debilitado, sentado em sua cadeira de rodas, mas com a memória intacta dos tempos de ouro do esporte caratinguense.
Relembrando as alegrias de seus tempos de locutor, Baranda chamou atenção para muitas alegrias, como a de 1982, quando era “esplanadense doente” e o Esplanada ganhou o campeonato amador contra o Caratinga, por 4 a 1 no Estádio do Carmo; em seguida empatando por 2 a 2 no Doutor Maninho, sagrando-se campeão naquela época. Se tratando do futebol profissional, o locutor ainda citou a transmissão de Cruzeiro x River Plate e Brasil x Colômbia, ambos direto do Mineirão. “São marcas que ficam indeléveis, nunca mais se apagam”, disse.
Já o jogo que mais marcou Baranda foi Cruzeiro x Democrata, em Governador Valadares. Ele lembrou que estava bastante rouco, mas se esforçou ao máximo para levar até o ouvinte o melhor das emoções da partida, em que o Democrata jogava em casa e o Cruzeiro precisava da vitória.
Durante a entrevista, Jota Baranda também se lembrou carinhosamente de Élio do Carmo, com quem trabalhou em inúmeras transmissões e em vendas comerciais. Devido à afinidade, a dupla ganhou o apelido de ‘Barélio’.
Questionado se sentia saudades dos tempos do rádio, ele respondeu firmemente: “A vida é uma história. A gente sente saudades de tudo. Seja radialista, boiadeiro, marceneiro, seja o que for, tem saudades mesmo. O senhor Humberto Luiz mesmo foi um grande goleiro na época do América de Teófilo Otoni, hoje nem em campo de futebol ele vai. Então, tem saudade, mas não se vê mais aquele futebol, então não adianta”.