Por Patrícia Nayara Estevam*
Olá, leitor!
Imagine a seguinte situação: ser proibido de comer seus alimentos preferidos, recusar sair com os amigos para uma festa de aniversário repleta de docinhos e salgadinhos deliciosos, ter medo de realizar refeições em público e ter sempre que ficar perguntando onde fica o banheiro. Perece estranho para você? Então saiba que essa é a realidade das pessoas que possuem algum tipo de doença inflamatória intestinal.
Explicando de uma forma bem simples, as doenças inflamatórias intestinais são patologias que não possuem cura, mas que tem tratamento a fim de melhorar a qualidade de vida do indivíduo. A principal característica dessas doenças é a inflamação dos intestinos que pode acontecer em intensidades variadas. As doenças inflamatórias intestinais mais conhecidas são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa.
Dor e distensão abdominal, cólicas, náuseas, vômitos, diarreia, emagrecimento e desnutrição são alguns dos sintomas que podem ser manifestados pelos acometidos por essas doenças e a alimentação está diretamente relacionada com esses sintomas, uma vez que poderá agravá-los ou amenizá-los.
Não existem evidências científicas que comprovem que a inclusão ou exclusão de determinados alimentos na rotina alimentar possam prevenir ou levar à remissão das doenças inflamatórias intestinais. Porém, sabemos que nossas escolhas alimentares trazem um impacto direto ao nosso organismo. Sendo assim, o paciente deve saber reconhecer quais alimentos, para ele, pioram o quadro inflamatório e agravam os sintomas para que possa evitá-los.
Um exemplo bem comum e interessante para ser citado aqui é o leite de vaca: alguns pacientes com doença inflamatória intestinal fazem uso normalmente do leite de vaca e não relatam nenhum tipo de desconforto, já outros, não toleram nem mesmo o leite de vaca do tipo zero lactose, relatando muito desconforto intestinal, produção de gases e até diarreia.
Nesse sentido, algumas dicas sobre a alimentação para quem possui doença inflamatória intestinal, são:
– Saiba identificar os alimentos que lhe faz mal e evite consumi-los ao máximo;
– Reserve um tempo do seu dia para selecionar e preparar suas próprias refeições. Dessa forma você terá a certeza do que estará consumindo e poderá ficar despreocupado;
– Seja criativo na cozinha. Invente receitas novas, utilizando ingredientes que você possa comer e que não piore os sintomas;
– Evite o consumo de alimentos processados e ultraprocessados e priorize os in natura ou minimamente processados.
E se você achou o assunto do artigo de hoje interessante, sugiro que faça uma pesquisa sobre a ALEMDII (Associação do Leste Mineiro de Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais), no site alemdii.org.br. A ALEMDII foi fundada em novembro de 2015 em Caratinga/MG por pessoas com doenças inflamatórias intestinais e familiares, com o objetivo de promover a interação e auxílio às pessoas com Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa.
Através do site você poderá conhecer mais detalhadamente sobre essas doenças, os tratamentos mais atuais, participar de eventos promovidos pela associação e se quiser, você também pode ser um voluntário.