Outros 43 casos foram notificados em 2019. Ao todo, são 215 casos em cinco anos
CARATINGA- Foi notificado o primeiro caso de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) em 2020, no município de Caratinga. Trata-se de um paciente com idade entre 40 e 49 anos. De acordo com o Departamento de Epidemiologia e Estatísticas da Secretaria Municipal de Saúde, somente em 2019 foram 43 casos notificados.
Conforme o coordenador da Vigilância em Saúde, José Carlos Damasceno, os números são expressivos. “Nos últimos cinco anos tivemos 215 casos notificados de LTA no município. Somente em 2019 tivemos 43, chamou nossa atenção, pois oito pacientes foram diagnosticados no perímetro urbano, mas isso não quer dizer que essa contaminação ocorreu na cidade, pode ter ocorrido na zona rural. Às vezes essa pessoa foi passear ou a trabalho na zona rural, mas existe sim a possiblidade dessa contaminação também ter ocorrido aqui, porque temos animais diagnosticados com LTA e temos a presença também do vetor aqui no perímetro urbano”.
Neste mês de janeiro, o primeiro caso de 2020 é de um paciente do Córrego Volta Grande, distrito de Patrocínio. De acordo com Damasceno, a localidade apresenta o maior número de notificações para a doença. “Quando analisamos os distritos, a maior incidência destes casos é justamente neste distrito, seguido de Sapucaia, Santa Efigênia e depois temos os casos distribuídos nos demais distritos de Caratinga”.
A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. A doença é transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas de flebotomíneos (espécie de mosca) infectadas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento específico e gratuito para a Leishmaniose Tegumentar, com uso de medicamentos específicos. No entanto, o diagnóstico precoce da doença é fundamental, como alerta José Carlos Damasceno. “Neste caso diagnosticado agora, o paciente custou a procurar o atendimento médico, não precisava ter chegado a esse estágio. Às vezes demora no atendimento, acaba prejudicando um pouco o tratamento, que acaba sendo mais prolongado. Se apareceu um machucadinho, demorou a cicatrizar, procure o atendimento médico”, finaliza.