A rotina dos profissionais da limpeza que estão na linha de frente
CARATINGA – Muitas pessoas só pensam em médicos e enfermeiros quando se fala em profissionais da linha de frente, mas a realidade é que os hospitais e unidades de saúde dependem de profissionais de diversas áreas para enfrentar a pandemia. E todos eles são tão importantes e fundamentais quanto os profissionais da saúde. Hoje, o Boletim da Vida mostra a visão da Cyntia Carla, de 33 anos, que há quatro anos é integrante da equipe do bem-estar no Casu – Hospital Irmã Denise, e atua como auxiliar de serviços gerais.
A higienização dos espaços ficou muito mais rigorosa e cheia de novos protocolos com a chegada da pandemia provocada pelo novo coronavírus, Cyntia conta o que mudou. “No Casu a limpeza sempre foi intensa, depois que veio a pandemia a limpeza se tornou muito mais intensiva, a higienização está mais intensa, os produtos de limpeza mudaram. Tudo tem que ser muito bem limpo e higienizado, para dar segurança para as pessoas que estão ali dentro”.
E para o enfrentamento da pandemia a equipe de bem-estar recebeu treinamentos específicos para atuar dentro das normas. “O nosso serviço é fundamental e muito intensivo, exige muito da gente, e tem que ser muito bem feito para todos ficarem em segurança. A gente foi muito bem treinada para este momento de pandemia e para atuar na linha de frente, a nossa coordenação passou tudo pra gente bem explicado. Todos, desde a recepção, até o médico, a enfermeira, o técnico, a equipe da limpeza, estão todos preparados para estar ali e ajudar e acolher como se fosse da família. Tudo que a gente pode fazer para ajudar a cada um deles, para não se sentirem sozinhos, a gente está sempre ali junto com eles”, conta Cyntia.
Assim como todos os profissionais que estão na linha de frente, Cyntia Carla também se envolve, fica feliz e sofre juntos com os pacientes. “Para mim é uma gratificação enorme o momento da alta. Quando alguém recebe alta a gente fica muito feliz, quer tirar foto junto, e a felicidade da família é muito gratificante pra gente. Eu fico muito triste pelas mães que ficam esperando notícias dos filhos, a gente faz de tudo para deixar as pessoas bem acomodadas, as enfermeiras fazem chamada de vídeo com a família, sempre prestando apoio a família, tudo que pode fazer para passar notícia é feito. E quando a gente é mãe e está ali, a gente acaba se envolvendo porque é triste a gente ver as mães na expectativa, mas a gente sabe que a equipe faz de tudo para poder estar cuidado das crianças e de todos”.
E mesmo em meio às incertezas e medos, a auxiliar de serviços gerais afirma que tirou uma lição deste momento delicado. “A lição que eu aprendi é que eu sou uma pessoa forte, vendo a luta das pessoas para sobreviver você percebe que é forte para dar força para elas. Não é fácil ver o sofrimento dos pacientes. Hoje, eu tenho muito mais amor ao próximo. Por isso, eu sempre digo para todos se prevenirem porque não é fácil”, finaliza Cyntia.