Prezado Leitor: Nas últimas semanas tenho compartilhado nossa recente experiência com uma comunidade, um movimento, que muito nos impressionou – e de forma positiva, construtiva e restaurando minha esperança de que o “sonho de Deus” para o seu povo aqui na Terra continua de pé, e que ele está acontecendo em diversos lugares do mundo.
No entanto, para que essa realização divina possa acontecer, nós seres humanos temos de ter uma disposição mental totalmente diferente. Estou tentando – através deste meio tão simpático, o Diário de Caratinga, transmitir um pouco dessa forma diferente que – segundo eu posso deduzir – o Deus e Pai de Jesus costuma agir.
Lembro aqui das palavras de Jesus, quando os discípulos o interrogaram sobre o poder – quem seria o mais poderoso ao lado dEle (eles pensavam em termos deste mundo cheio de guerras e conflitos). Ele disse, clara e enfaticamente: “ENTRE VÓS NÃO SERÁ ASSIM!” (Mc 10.43-45).
Com esse pano de fundo, tenho ‘importunado’ – de forma gentil e amiga – os líderes e fundadores deste movimento, e eles, com muita disposição, e sem nenhuma impaciência, foram atendendo e respondendo às minhas colocações.
Estou continuando hoje o “relatório” de nossa pesquisa científica nessa comunidade, a qual se espalha pelo mundo de forma NATURAL.
“- A luta foi grande,” comentou o fundador, um senhor nascido em São Paulo, e que iniciou sua vida no trabalho duro da lavoura.
“- Não foi algo de minha cabeça, do meu raciocínio!” Ele, um senhor distinto de cabelos brancos, contava a história do movimento.
Ele já estava envolvido na igreja como um pastor igual aos outros por quase duas décadas, e já galgara posições de liderança e destaque entre seus pares de outras igrejas do seu estado e do nosso Brasil. Sua denominação, por sinal evangélica, cobre praticamente todo o Brasil, e é internacionalmente conhecida há mais de cem anos.
Havia no seu interior, porém, um desejo/necessidade/urgência de “ir ao mundo” como Jesus mesmo deu a ordem antes de partir para os céus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura…”
Assim, em sua igreja local, situada numa cidade de porte médio no interior de um estado sulino, ele já começara a esboçar e planejar um plano para “ir ao mundo com o Evangelho.” Sentia-se, contudo, um pouco sozinho, pois até o seu único filho lhe dissera: “- Pai, eu não quero ser pastor. Quero ter uma vida normal. Vou estudar e ter uma carreira, e viver minha vida servindo a Deus como leigo, mas não me fale de entrar no ministério como pastor… Eu não aguentaria passar pelos sofrimentos que o sr. tem passado, e, além do mais, é chavão corrente sobre nós: “filho de pastor é vagabundo”!
O Pastor-pai continuou sua descrição:
“- Quando fui eleito à liderança do Departamento de Missões do meu estado pensei que finalmente poderia por em prática o que estava crendo: IR AO MUNDO! Mas fiquei decepcionado, mesmo depois de ter feito uma viagem de pesquisa missionária para uma parte muito necessitada do mundo, onde pensei que deveríamos iniciar o nosso trabalho… O que aconteceu? Minha gestão à frente do Departamento acabou no ano seguinte, e a nova diretoria fez questão de abortar o plano que começávamos a desenvolver.”
“- À princípio pensei que era perseguição, e sem saber ao certo como pensar e sentir a respeito dos colegas. Mas graças a Deus não me deixei levar por tal caminho autodestrutivo.”
“- Um dia muito festivo na minha igreja local, de repente fui levado para o centro do templo. Quem me levava pelo pulso era um irmão que, ao chegar no centro, disse: – O Senhor diz: Assim como tomei Abraão e lhe dei nações, eu também te darei as nações!”
“- Desse momento em diante, fiquei muito calmo e paciente, e fui descansando mais ainda em Deus. Sempre respeitando minhas autoridades eclesiásticas, buscando seus conselhos, e declarando que nada faria se meus superiores não concordassem. Contudo, e sobretudo, continuava buscando a direção do Alto. E hoje posso dizer que o caminho que andamos foi totalmente diferente do que eu tinha pensado!” – e ele sorria e dava gargalhadas gostosas, de gratidão ao Chefe lá de cima, e reconhecendo sua própria posição de servo ‘inútil’.”
Hoje, ao fazer essa retrospectiva com bastante calma, só posso dizer que TUDO ACONTECEU como eu fui instruído, e estou maravilhado ao entender um pouco mais sobre como Deus age e dirige todas as coisas, inclusive a igreja.”
E continuou:
“- Estamos agora, após 20 e poucos anos, em mais de 25 países e em lugares bem diversos no mundo. Um rapaz da África é um exemplo típico dessa ação especial de Deus. Conhecendo alguém de nossa comunidade, não parava de ‘importuná-lo’: ele queria conhecer o Pastor-fundador. Um dia, sem planejamento algum, ele chegou à cidade onde eu tinha chegado também. Foi ali que ele voltou a insistir por telefone com seu amigo de nossa comunidade para me encontrar. O nosso irmão disse: – Pastor, esse rapaz não para de insistir. O sr. teria um tempinho para encontrar com ele? Eu disse ‘sim’, e nos encontramos naquela cidade. Depois ele veio nos visitar na cidade onde sou pastor. Ele aceitou todas as condições que nós colocamos àqueles que querem entrar em aliança conosco. O que aconteceu? Através dele já entramos em 4 países africanos – uma obra e um impacto que está transformando os arredores!”
“- Isso tudo não surgiu da minha mente. Foi Deus que elaborou, que fez – é obra dEle. Nós apenas seguimos instruções, fomos obedientes!”
Nesse ponto creio que é necessário, sim, imprescindível, que eu repita: Estamos narrando os fatos de uma comunidade viva, que cresce diariamente sem divulgação, sem marketing!
O que eu estou fazendo aqui ao relatar esses fatos é em obediência a uma ordem interior, pois o mundo NÃO sabe como a igreja nasceu e cresceu em seu princípio, em suas origens – e que eu chamo de “a verdadeira igreja de Jesus”.
Ela é uma comunidade que faz uma total diferença quando começa a crescer, e não importa se for num meio favorável ou hostil – seja na política, no governo, na educação, nas artes, nos esportes, no entretenimento, no lazer.
Ali onde falta ética, onde quem ganha é o que grita mais forte, ou que paga mais – essas ‘manias’ de um mundo caótico, caído, cheio de conflitos, de guerras – seja na família, na sociedade e, infelizmente, também em muitas igrejas cristãs: por causa do falso jogo do poder!
Isso é muito triste e pode ser desanimador, mas a verdade é que mesmo HOJE, não importa o lugar, o Senhor Jesus quer plantar e fazer crescer Sua Árvore Frutífera. Ele a alimenta e abençoa – se os seres humanos forem humildes e pacientes o suficiente para esperar a direção e operação de Cima.
Desejo profundamente que todos possam encontrar esse lugar onde há vida verdadeira, ‘contagiosa’, onde o amor une e dá coragem para enfrentar quaisquer barreiras!
Tenho muito mais para contar sobre ela. Na próxima semana compartilharei mais um pouco, naturalmente, se Deus assim o permitir!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum [email protected]