Comarca de Caratinga homenageia Beatriz Auxiliadora Rezende Machado com medalha Desembargador Hélio Costa
CARATINGA- A Comarca de Caratinga realizou na quinta-feira (25), a solenidade de entrega da medalha Desembargador Hélio Costa, à juíza Beatriz Auxiliadora Rezende Machado, da comarca de Timóteo. O evento aconteceu no Salão do Júri do Fórum Desembargador Faria e Sousa.
O juiz Cleiton Luis Chiodi, diretor interino do foro, destaca que o judiciário, funciona auxiliado pelos servidores em conjunto como Ministério Público, a Defensoria Pública, advogados, polícias civil e militar; cada qual exercendo suas funções. “É com grande satisfação que estamos reunidos para homenagear uma dessas figuras que se sobressai nos serviços prestados ao judiciário e, consequentemente, aos cidadãos da comarca de Caratinga. Com seu incansável comprometimento no trabalho, proporcionou prestação jurisdicional justa e eficiente na comarca de Caratinga e assim o faz na comarca de Timóteo, onde atualmente está”.
Beatriz Auxiliadora ingressou na magistratura em 17 de abril de 2003. Inicialmente atuou nas comarcas de Ouro Branco e Unaí, promoveu para a comarca de Caratinga em 20 de outubro de 2016, sendo juíza titular da 2ª Vara Criminal, da Infância e Juventude, onde permaneceu até 14 de novembro de 2018, quando removeu para a comarca de Timóteo.
O magistrado ressalta que Beatriz deixou na comarca de Caratinga a marca “indelével” de uma prestação jurisdicional embasada nos mais elevados princípios jurídicos e éticos, contribuindo incisivamente não apenas para resolução justa dos conflitos, mas, também para o engrandecimento do Poder Judiciário. “Profissional comprometida, ética e capacitada para cumprir suas funções de forma ímpar, destacando-se pelo brilhantismo de suas decisões e pela elegância no trato com as pessoas. Sempre disposta a atender as necessidades, presta jurisdição com extrema eficiência e satisfação”.
A HOMENAGEADA
Maria Helena Matheus Rezende, mãe de Beatriz, foi quem entregou a medalha para a juíza. A magistrada fez questão de recordar o período em que trabalhou em Caratinga. “Me lembrei do primeiro dia em que estive nesse prédio, em exercício nessa comarca praticamente com a entrega desse edifício aos cidadãos da comarca de Caratinga e muito me chamou atenção um quadro com um nome dos juízes e desembargadores oriundos dessa comarca. A lista era bastante extensa, aquilo me impacto e me fez refletir algumas vezes sobre o que faz esse lugar ter a vocação de exportar magistrados. Falo isso porque Minas é praticamente um País, exportar gente daqui par aplicar Justiça em outros lugares. Algo de especial existe aqui para isso. Imaginei também que talvez o povo daqui tenha uma noção mais profunda do que é ser um julgador em meio à sociedade”.
Beatriz enfatiza os primórdios da organização humana, com figuras que chamaram atenção na história, exercendo essa função. “Moisés, por exemplo, que é uma figura importante para a História, para a Religião, organizava o seu povo dirimindo os conflitos. Era um gestor e juiz também. Ao longo do tempo, assumindo as características que essa sociedade tem, porque nós juízes somos partes dela, criou-se no imaginário público a figura de um juiz, que se perguntado a qualquer um do povo, descreva o juiz com quem você vai se encontrar na audiência sem nunca tê-lo visto, provavelmente será descrita a figura de um homem de meia idade. É o padrão da magistratura brasileira e ousaria dizer que mundial”.
A sua mensagem demonstra a força feminina no Judiciário que, apesar dos desafios, continua sendo muito bem representado por Beatriz Auxiliadora Rezende Machado. “Exercendo minha profissão, antes de chegar aqui, passei alguns anos como servidora na comarca de Uberlândia, onde mulheres eram minoria, mas, tinham uma expressão numérica razoável. Inclusive, eram juízas diretoras do foro. Era algo costumeiro. Enquanto magistrada, assumi uma vara única e única mulher judicando ali, seguindo outra juíza que ali esteve. Quando promovi a segunda entrância, estive numa comarca onde nós juízas éramos maioria e promovendo para entrância especial, último degrau da carreira em 1ª instância, me deparei com os números que antes só conhecia nos livros. Me deparei com uma comarca onde era a única mulher, chegando aos 30 anos de idade, que não é uma idade extremante jovem, mas, que está aquém dessa média idealizada no ideário popular. Fui a única juíza aqui atuante naquela época, daqui saí para outra comarca onde continuo sendo”, finaliza.