Suspeito estava em Caratinga para negociar aeronave
CARATINGA – Em uma grande operação conjunta, as polícias Militar e Civil conseguiram prender nesta quarta-feira (17), o ex-delegado da Polícia Civil do Mato Grosso, Arnaldo Agostinho Sottani. Com ele foi apreendida a quantia de 260 mil reais, que seria usada para comprar uma aeronave. O caso está sendo investigado.
De acordo com o tenente Moraes, no início da semana, a Polícia Militar recebeu informações que havia uma pessoa hospedada em um hotel na cidade, e que ela teria vindo para fazer a transação de uma aeronave, e o pagamento seria em espécie. Por não ser um fato comum a PM suspeitou de lavagem de dinheiro, e de imediato fez contato com a PC e o planejamento de operação conjunta.
Nesta quarta-feira (17), após monitoramentos, o ex-delegado Arnaldo embarcou em um carro de aplicativo no aeroporto e abordagem foi feita no Bairro das Graças. No carro, dentro do bagageiro, em um caixa de papelão foi encontrada a quantia de R$ 260 mil. “O autor alegou que o dinheiro é oriundo de sua atuação como advogado, mas não disse quem seria seu cliente”, explicou o tenente.
O delegado regional Ivan Sales disse que logo após a abordagem, a primeira coisa que chamou a atenção da polícia foi a forma como o dinheiro estava acondicionado, enrolado em papel filme, em cédulas de R$ 50 e R$ 20. “Essa forma de enrolar dinheiro em papel filme é típica de origem ilícita, porque dinheiro mofa, então se fosse de origem lícita estaria em uma agência bancária”.
Em segundo lugar, o delegado regional disse que as notas eram de pequeno valor, o que também levantou suspeita. “Dinheiro que a gente saca no banco, um valor desse, de R$ 260 mil, dificilmente é sacado em notas de R$ 20, normalmente seria em cédulas de R$ 200 e R$ 100, portanto, segundo indício de origem ilícita”.
O terceiro indício mais forte da origem do dinheiro, segundo o Ivan Sales, foi que o ex-delegado já havia sido preso em 2016 transportando 150 quilos de cocaína em um avião que ele mesmo pilotava. “Nessa ocasião quando a Polícia Federal foi abordá-lo, ele tentou atropelar os policiais e inclusive sofreu disparo de arma de fogo pelos policiais. Na época ele foi condenado e hoje está em livramento condicional. Esse somatório de fatores nos faz crer que esse dinheiro seja proveniente do tráfico de drogas, e que essa aquisição da aeronave, seria para transportar drogas”, disse.
Arnaldo que foi expulso da polícia em 2013 por condutas ilícitas, ele foi punido por infração cometida durante investigação de roubo de gado.
“O que a gente pode assegurar pelos planos de voo, é de que ele por duas ou três vezes foi à Belo Horizonte e voltou. O que a gente acredita, é que na última a ida a BH, ele foi justamente buscar o dinheiro para fazer o pagamento”, disse.
Como Arnaldo é advogado, assim que foi abordado solicitou a presença de um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para acompanhá-lo.
A Polícia Civil começa agora as investigações, inclusive para saber de quem é a aeronave que seria negociada.
Arnaldo estava com outros dois pilotos, que também serão investigados. “Ele é piloto, e outros dois estavam com ele, um deles abriu plano de voo em nome de Arnaldo, mas quem pilotou foi um terceiro, que está com autorização suspensa. Arnaldo está preso e autoridade de plantão vai avaliar se há elementos contundentes para ratificar a prisão ou se será feita apreensão do dinheiro para iniciar a investigação” concluiu o delegado Ivan Sales.