CASU emite nota declarando que devido ao fato do paciente apresentar somente dois dias de sintomas antes da coleta, este exame seria submetido à contraprova, caso o paciente não tivesse vindo a óbito.
DA REDAÇÃO- Na última sexta-feira (17), a Prefeitura comunicou que a Fundação Ezequiel Dias descartou o diagnóstico para Coronavírus de um óbito que estava em investigação desde do dia 15 de julho de um paciente do sexo masculino com idade de 88 anos. Logo que a informação foi divulgada, familiares do idoso publicaram uma nota de repúdio.
O texto diz: “Ao Casu – Centro de Assistência à Saúde Funec e todos os hospitais coniventes a essa política e sistema sujos, imundos e corruptos que estão desmerecendo vidas por conta dessa doença. O meu avô faleceu no dia 15/07 e um dia antes tinha saído o laudo da UPA que ele testou negativo para o Covid-19, transferiram para o Casu, em menos de 24 hrs meu avô veio a óbito e mesmo assim colocaram suspeita de covid, ao indagarem o médico, o mesmo disse que era o protocolo do hospital e que a ordem vinha de cima, não podendo fazer nada. Hoje dia 17/07 acaba de sair o resultado do Casu que já sabíamos, negativos novamente, que tristeza, que dor”.
A mesma nota dos familiares cita os protocolos que são necessários em velório de caso suspeito ou confirmado de covid-19, que precisaram ser utilizados. “Não pudemos nos despedir dele, não pudemos prestar nossa última homenagem, não pudemos vê-lo, não pudemos fazer sequer um velório. Um homem tão digno, terminou a sua vida envolto a um saco preto. Fica uma reflexão, Quanto vale uma vida? O que me alegra, é saber que nosso valor não está aqui nas coisas terrenas e sim no Reino, porque no Reino de Deus não é comida nem bebida, e sim justiça, paz e alegria”.
A família ainda disse que iria buscar justiça. “Faremos justiça pelo senhor vovô, para que outras famílias venham ter o direito que foi retirado de nós”.
CASU
Com a repercussão do caso, o Casu Hospital Irmã Denise encaminhou nota de esclarecimento onde afirma que o paciente deu entrada na UTI covid-19 da unidade na noite do dia 14 de julho de 2020, transferido via SUS Fácil da UPA Caratinga. “O laudo foi direcionando ao Casu, através da central de regulação do SUS Fácil, como caso suspeito para covid-19. O paciente apresentava quadro de prostração e dispneia desde o dia 12 de julho de 2020, além de ser portador de diabetes”.
O Casu ainda relatou que o paciente já havia realizado teste rápido com resultado negativo na unidade de pronto atendimento. “Com a persistência dos sintomas e agravamento do quadro de insuficiência respiratória foi colhido o teste RT-PCR na manhã do dia 15 de julho de 2020, uma vez que o teste rápido não tem função e eficácia diagnóstica”.
O paciente veio óbito na unidade às 20h15 do dia, 15 de julho de 2020, na mesma data em que o exame RT-PCR foi realizado, portanto o resultado ainda não havia chegado. “Este exame é enviado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) em Belo Horizonte e leva alguns dias para ficar pronto. Por esse motivo, na declaração de óbito consta como óbito suspeito. Nesta sexta-feira, 17 de julho, o resultado do exame chegou e foi negativo, porém devido ao fato do paciente apresentar somente dois dias de sintomas antes da coleta, este exame seria submetido à contraprova, caso o paciente não tivesse vindo a óbito. Uma vez que não seria considerado totalmente eficaz, já que o protocolo é que o mesmo deve ser realizado entre o 3° e 10° dia de sintomas para não haver a possibilidade de falso positivo/negativo”.
O hospital também esclareceu que as declarações de óbito de pacientes considerados suspeitos seguem as orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Ministério da Saúde (MS). “O velório é proibido pelas instancias sanitárias do governo, devido à alta transmissibilidade do vírus, trata-se de uma medida sanitária de segurança que se aplica a todo o país. Nos solidarizamos com os familiares enlutados”.