*Vaneusa Maria Gomes
O Ministério da Saúde entende humanização como a identificação das necessidades de saúde, onde a qualidade de vida é vista como fator primordial, havendo maior responsabilidade na produção de saúde com os pacientes, estabelecendo vínculos de solidariedade e de participação coletiva da equipe de saúde, além do compromisso do meio de trabalho, onde ocorrem melhores condições de trabalho e de atendimento (Brasil, 2004).
Humanização do cuidado consiste num processo que perpassa as relações interpessoais em todo o momento, durante cada tentativa ou efetiva comunicação e resolução dos problemas.
Falar de humanização em saúde é falar de quebra de paradigmas, no desenvolvimento de formas de intervenções mais éticas e solidárias, acolhimento, estabelecimento de relações de ajuda verdadeira e de cuidado sensível.
Quando é possível conhecer seu paciente de forma sistemática, a possibilidade de vínculo torna-se mais concreta; devido à sua estrutura, o ser humano necessita de tratamento competente, cuidadoso e sutil, neste caso a equipe multidisciplinar, seja ela em atenção primária, secundária ou terciária tem a necessidade de conhecer o seu paciente de forma holística, para poder prestar o melhor atendimento possível, tornando assim, o processo o mais natural possível.
Em unidade hospitalar, a simples presença respeitosa à beira do leito da pessoa em tratamento, uma simples conversa ou apenas o ato de ouvir é um pequeno gesto de carinho que pode fazer a diferença a quem sofre ou vivencia situação de doença.
A atenção deve estar voltada não somente ao paciente, mas também ao seu cuidador e seus familiares que carregam uma carga emocional muito grande, considerando as múltiplas inteligências e vivências tão particulares.
Timóteo (2003) lembra que, na abordagem humanizada, não apenas os clientes devem se sentir satisfeitos, surpreendidos e encantados com a qualidade da atenção recebida, mas igualmente os profissionais envolvidos.
Do mesmo modo, o respeito ao outro como cidadão digno e autônomo é condição indispensável para a construção de um cidadão baseado no comprometimento com o outro, com sua vida.
O êxito no tratamento de um cliente doente exige dos profissionais de saúde capacitação prática, teórica, amor, comprometimento com a proteção e apoio. Mais do que cuidadores, a equipe multidisciplinar, destacando principalmente de enfermagem, tem de fazer com que a pessoa se sinta bem, feliz e amada, acima de tudo ambientada no meio em que está. Isso não é uma tarefa fácil, pois a doença e possível hospitalização muda toda a rotina do indivíduo.
O fato de ser diagnosticado com uma doença por si só já fragiliza o indivíduo e seu meio e uma internação hospitalar potencializa essa fragilidade, o que exige da equipe multidisciplinar uma atenção especial ao cuidado, principalmente a equipe de enfermagem que normalmente é o profissional que mais interage com o paciente. Neste caso, o cuidado deve ir além da medicação e do banho no horário certo, o carinho, o sorriso, o bom dia, a dedicação e, principalmente, a responsabilidade com os cuidados caracteriza a expressão humanização e a torna de fato um cuidado especializado e diferenciado.
Cada vez mais a saúde exige do profissional dedicação, amor, conhecimento e um acolhimento diferenciado, onde é possível oferecer uma assistência de qualidade com humanização e qualificação e essa humanização deve ser oferecida não somente aos pacientes, mas também a toda a equipe colaboradora e A própria direção gestora onde se caracteriza um ciclo de carinho e respeito com próximo e, automaticamente, torna-se algo natural no meio da assistência, promovendo assim, um ambiente sadio e de qualidade para o trabalho.
Falar de humanização é falar de quebra de paradigmas, no desenvolvimento de formas de intervenções mais éticas e solidárias, acolhimento, estabelecimento de relações de ajuda verdadeira e de cuidado sensível.
Por fim: “Carinho não se fabrica. Não pode ser acondicionado em comprimidos ou líquidos injetáveis. Ele passa de uma pessoa para outra, como ato de amor e solidariedade”. (TIMÓTEO, 2003).
Vaneusa Maria Gomes: Possui graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC (2015). Possui pós-graduação em Enfermagem em Unidade de Terapia de Intensiva Adulto e Neonatal pelo Centro Universitário de Caratinga (2018). Atuante como Coordenadora Responsável Técnico do Hospital Irmã Denise – CASU