CARATINGA – De acordo com pesquisa feita em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, um em cada três casamentos termina em divórcio. Essas informações podem dar uma ideia sobre o cenário das relações conjugais em nosso país e levantam uma reflexão a respeito de como as famílias enfrentam os desafios do processo de litígio que envolvem a separação de um casal.
Diante dessa realidade, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ regulamentou, em 2010, a realização de Oficinas de Parentalidade com o objetivo de auxiliar os Tribunais de Justiça, em todo o país, a mediar as relações entre os casais e diminuir o impacto dos divórcios, principalmente na vida das crianças pertencentes a essas famílias. Por meio de uma parceria com o Centro Universitário de Caratinga – UNEC, as Oficinas de Parentalidade estarão disponíveis no município a partir de junho deste ano. Para celebrar a parceria, um evento foi realizado no dia 20 de março no Auditório Professor Celso Simões Caldeira, na Unidade I do UNEC.
A coordenadora do curso de Psicologia do UNEC, Magda Assis Costa, explica que as Oficinas serão um importante espaço para pais e filhos que vivenciam a readaptação de uma estrutura familiar. “Elas ajudarão ao casal a entender que, apesar da separação, isso não anula a questão de ser mãe, de ser pai”, exemplificou.
A parentalidade envolve todas as ações que pais e familiares exercem para o desenvolvimento físico, psicológico e emocional da criança. A partir da junção dos cursos de Psicologia e Direito, será possível capacitar alunos do UNEC para oferecer as Oficinas de Parentalidade em Caratinga.
O juiz diretor do Foro de Caratinga, Anderson Fábio Nogueira Alves, comentou que o CNJ tem colocado em prática ações de pacificação de conflitos. “Não só o Direito é usado como ferramenta para essa pacificação. Alguns conceitos da Psicologia como a escuta ativa e a comunicação não-violenta, por exemplo, são inseridos nessa Oficina para auxiliar as pessoas que, muitas vezes, têm um problema jurídico para resolver, mas que precisam de outras alternativas que possam diminuir o sofrimento e a angústia que geraram um processo judicial”, explicou.
O coordenador do curso de Direito do UNEC, Thales Rezende Coelho Alves, falou sobre a importância da graduação que, iniciou este ano, e já está inserindo os alunos na prática profissional. “Mesmo recém-nascido, nosso curso já começa com pedigree que é o que queremos dar a ele. Vamos oferecer aos estudantes a constante atualização e condições de experimentar o mundo jurídico da forma mais ampla possível”.