CARATINGA– A verba destinada ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vem caindo ao longo dos anos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, em 2012, no auge do PAA, o governo liberou R$ 839 milhões para a compra de alimentos. Hoje, os valores repassados não são suficientes para manter o programa em muitos municípios, a exemplo de Caratinga. Há a preocupação de que as instituições fiquem sem receber os alimentos em 2019.
Na tarde de ontem, representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), se reuniram com os profissionais do Banco de Alimentos de Caratinga. De acordo a nutricionista Lorena Roza de Oliveira, a visita teve por objetivo acompanhar o andamento do programa no município. “É um trabalho de monitoramento, acompanhamento, é como se fosse uma prévia de uma fiscalização que a Conab faz. Sempre que ela faz a fiscalização antes faz a visita orientativa para falar o que produtor pode e não pode fazer, o que a unidade recebedora pode fazer e não pode, as regras que cada um dos envolvidos no programa tem para receber esses produtos, porque na verdade o produtor está vendendo o produto dele para a Conab, que doa para o Banco de Alimentos, este repassa para as instituições cadastradas”.
De acordo com Lorena, a queda dos recursos tem sido um fator preocupante para o desenvolvimento das atividades. “É um trabalho que acontece o ano todo, conduzido com recurso federal e fizemos esse monitoramento com as instituições beneficiadas e os fornecedores, que são os produtores. O município já teve 2 a 3 milhões circulando, só em Caratinga atualmente esse valor já foi pulverizado para outros municípios, então a Conab passou a administrar um valor menor aqui na nossa região, o recurso federal diminuiu muito e com isso temos projetos bem menores agora nesse programa do que foram antigamente”.
Isso se reflete na distribuição de alimentos, que teve uma queda drástica. “Caratinga já chegou a distribuir em uma semana 50 toneladas em projetos anteriores, época em que doava para municípios vizinhos, atendia outros tipos de instituições. Atualmente, estamos trabalhando com a média de quatro até sete toneladas por semana, atendendo somente as instituições prioritárias, que são as da nossa cidade, que atendem público interno e algumas escolas. Quando temos excesso atendemos a Associação de Bairros e os Cras”.
Lorena ressalta que para driblar as dificuldades enfrentadas, a prefeitura está buscando alternativas. “O Banco de Alimentos não serve só para receber PAA, mas também para captar produtos que seriam desperdiçados pela Ceasa, pelos supermercados, empresas de gêneros alimentícios. Tanto que 25% de tudo que recebemos tem que ser doação. Nossa meta é ampliar essa captação de recurso, para podermos continuar atendendo às instituições, talvez com gêneros alimentícios diferentes do que atualmente trabalhamos, mas se mantenha o atendimento, não dependendo exclusivamente mais da Conab.
Além disso, a nutricionista do Banco de Alimentos afirma que há a expectativa da aprovação de um novo projeto em 2019. “A Conab não nos deu um parecer sobre aumento de recurso e também não tem como prevermos, porque no próximo ano teremos uma nova administração no País. Não sabemos como ficará a situação do Ministério do Desenvolvimento Social, que é de onde sai esse recurso. Mas, estamos na esperança de ter pelo menos um projeto aprovado ano que vem que é para a Associação das Quatro Encruzilhadas, projeto de Caratinga que foi melhor classificado no ranking da Conab”.