Vítima também foi mantida em cárcere privado
CARATINGA – A Polícia Militar prendeu na manhã deste domingo (28), Itamir Antônio da Silva, de 31 anos, acusado pela companheira, Valdete Gomes de Assis, de ter colocado fogo nas partes íntimas dela, além de cortá-la com cacos de vidro e mantê-la em cárcere privado. A polícia disse ainda que o casal brigava com frequência. Itamir confessou que já foi preso por agressão à Valdete e alegou que desta vez perdeu a cabeça quando viu que as duas filhas uma de 4 e a outra de 6 anos estavam sozinhas em casa e Valdete se encontrava dentro de um carro com outro homem, na porta de casa, situada à rua Frei Venâncio, no bairro Salatiel.
“Nós realizávamos policiamento no Bairro Esplanada, quando recebemos uma denúncia de que o autor estaria naquelas imediações. Nós o localizamos e de imediato ele já confirmou que tinha sido o autor das agressões. O fato foi registrado pela Polícia Militar na data de sábado (27). A vítima foi espancada, tem várias lesões, ele colocou fogo nas genitálias dela, que se encontra internada na UPA, em estado gravíssimo, e está aguardando transferência para Belo Horizonte.”, disse subtenente Polidório.
Na delegacia, Atamir conversou com a imprensa e disse que as agressões aconteceram por conta de uma suposta traição da companheira. “Eu realmente assumo o meu erro, cometi sim. Por qual motivo, eu saí para trabalhar de segurança, inclusive, eu estava fazendo corrida com um taxista de Piedade de Caratinga, e esse taxista aproveitou que eu estava fora da minha casa e fez uma ligação para ela. Falou assim: ‘Seu marido está fora de casa, poderia ficar com você hoje à noite!’. Ela deixou minhas filhas pequenas, de 6 e 4 anos, dentro de casa, e quando eu chegava do serviço, às 04h30, eu vi aquela cena lá. A minha mulher acabando de sair do carro do ‘cara’, deixando minhas duas filhas, nessa suposta traição. Peguei os dois no flagra, onde eu o machuquei bastante também, perdi a cabeça e realmente cometi esse erro com ela. Tinha uma gasolina dentro do carro dele, eu queria colocar nele. E, como ela estava sem vestimenta ainda, aí eu fui e falei: ‘Ah é, você gosta de fazer isso?!’. Aí joguei nela.”, disse Itamir.
De acordo com a família, a vítima foi encontrada pela filha dela em Caratinga, onde o casal estava morando há poucos dias. A família só soube do caso depois que Valdete conseguiu passar um número de telefone para uma vizinha, que ligou para a filha.
“Ela falou o que estava acontecendo. Pediu para eu ir atrás da minha mãe para socorrê-la. Aí, quando cheguei lá na casa, eles me avisaram que ele não estava, daí eu chamei minha mãe. Quando minha mãe abriu a porta, ele estava lá e já veio falando comigo o que eu queria. Aí falei: ‘Quero conversar com minha mãe’. Conversei com minha mãe e aí falei que ia chamar a polícia. Assim que terminei de conversar com minha mãe, ela virou as costas e ele pegou nela e agarrou o cabelo dela. Ela me gritou e me pediu para chamar a polícia naquele momento porque ele estava querendo bater nela. Chamei a polícia, só que antes de a polícia chegar, ele conseguiu fugir. Os policiais nos levaram até a UPA e minha mãe está internada lá em estado estável, com queimaduras praticamente de terceiro grau. Ele bateu nela com um pedaço de pau, a perna dela está quebrada”, contou a filha de Valdete.
A filha disse que Itamir cometeu o crime por ciúmes e negou a suposta traição alegada por ele. “Na quinta-feira (25) à noite ele veio a Caratinga para trabalhar e pediu o taxista para buscá-la. O taxista buscou. Ele disse que o taxista voltou lá e quis ficar com a minha mãe. Por isso, ele provocou essas queimaduras nela, com as minhas duas irmãs, de 4 e 6 anos, vendo tudo. Isso não é verdade. Ele trancava a minha mãe para ela não poder sair. Como minha mãe o traiu? Eles moravam numa roça. Depois de um dia que minha mãe foi agredida, que ele veio para Caratinga. Mesmo assim, não prestou socorro para a minha mãe. Ela teve que passar óleo nas queimaduras porque nem pomada ele comprou.”.
De acordo com subtenente Polidório, a relação entre os dois já era meio conturbada. Dois registros policiais, sendo um por ameaça e outro por lesão corporal foram feitos em datas passadas.
Itamir disse estar arrependido de ter cometido o crime contra a esposa. “Se eu pudesse voltar atrás, se eu tivesse falado com ela: ‘Pega as minhas filhas e vai embora’, seria a melhor coisa que eu teria feito com ela, e não estaria aqui hoje!”, disse ele.