Durante visita realizada à unidade na manhã de ontem, produtores apresentaram demandas em relação ao espaço físico, que está no limite de sua capacidade frente ao potencial de comercialização; além do pedido de intervenções na BR-116
CARATINGA– Todas as quintas é dia de feira na Central de Abastecimento de Caratinga. Na manhã desta quinta-feira (8), o movimento foi acompanhado de perto por uma comitiva composta pelo secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leitão; o presidente da CeasaMinas, Gustavo Alberto França Fonseca; o deputado federal Mauro Lopes (MDB); o secretário de Agricultura de Caratinga, Alcides Leite de Mattos e o supervisor da unidade local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Caratinga, Robson Santana.
O objetivo foi ouvir as demandas apresentadas pelos produtores. Foi apresentada a proposta de ampliação do espaço e melhoria do acesso à Ceasa de Caratinga.
DEMANDA
De acordo com Saturnino Nunes Braga, presidente da Associação Regional dos Produtores Hortigranjeiros da Ceasa de Caratinga, a visita marca um diálogo importante para buscar melhorias no entreposto. “Tenho que dizer que a esperança é a última que morre. Hoje (ontem) recebemos uma turma de grande importância no nosso estado e município, acredito que agora vai resolver os problemas que muitos consideram pequenos, mas são grandes para nós, que é a questão do trevo de acesso ao Ceasa e do espaço para os produtores colocarem seus produtos, fazendo uma venda com maior conforto. A questão de estacionamento em cima também, eles firmaram com nós o compromisso de realizar esse projeto. Então, em nome dos produtores tenho que agradecer ao secretário de Agricultura, o deputado Mauro Lopes, o presidente da Ceasa e o supervisor Dnit, pessoa inteligente, que está fazendo obras boas em Caratinga. Essa união acredito que vai trazer benefícios para nós”.
Saturnino ressalta ainda a importância da Ceasa de Caratinga para a economia da região. “Se nos apresentarem projeto na questão do trevo e do espaço já é de grande valia. Os recursos que saem daqui vêm de municípios como Piedade, Ubaporanga, Vargem Alegre e nós estamos precisando de muita coisa, mas até agora é muito palavra bonita. Quero ver realizar o projeto na prática, porque estamos nessa luta há muitos anos, eu era menino ainda e o Ceasa está do mesmo jeito quando foi construído, o espaço é o mesmo, os produtores aumentaram muito mais e têm que sair para Ipatinga ou Valadares, quando poderia aumentar o número de famílias aqui, pequenos produtores trazendo mercadorias fresquinhas e de qualidade”.
POTENCIAL
Alexandre Wagner Barbosa de Almeida, gerente da Ceasa Caratinga destaca que a unidade necessita de “atenção do governo”, pois o espaço ficou pequeno frente ao potencial de comercialização. “Temos a quantidade de produção agrícola da região, produtores que frequentam, compradores, atendemos hoje mais de 50 municípios compradores, por exemplo, do Rio de Janeiro, Governador Valadares, Conselheiro Penas, abrangendo Ipatinga, até João Monlevade e Belo Horizonte e o espaço nosso ficou restrito para atender esse público. Essa disposição de pessoas interessadas em ampliar a Ceasa, esperamos que se aumente a capacidade de atender e até oferta de produtos, pois vamos conseguir atender a mais produtores, á chegamos no limite basicamente do nosso pavilhão. Pode se aumentar a quantidade ofertada também e os compradores. Fazer o mercado de Caratinga crescer mais”.
Atualmente, são 190 produtores ativos da região de Caratinga. Conforme Alexandre, em 2017 a produção foi de 60 mil toneladas, incluindo produtores e lojas. “O giro foi de aproximadamente 110 milhões”.
PROPOSTAS
O presidente da CeasaMinas, Gustavo Alberto chama atenção para o empenho da Central de Abastecimento de Minas Gerais, em busca de colocar em prática a demanda apresentada pelos produtores. “Estamos com o secretário de Estado da Agricultura, junto ao deputado federal Mauro Lopes, as lideranças locais, sabendo da demanda existente dos próprios produtores, que hoje ocupam 100% do espaço aqui do MLP (Mercado Livre do Produtor), que é a ‘pedra’, chamado popularmente. Temos possibilidade de tentar ampliar esse espaço utilizado por eles, usar todos os esforços trazer a engenharia da Ceasa Minas para ver se conseguimos fazer alguma coisa nesse sentido”.
Ele afirma que Caratinga tem demanda para mais de 20% ou 30% de crescimento. “Proporcionalmente, chega a ser superior ao de Contagem. Contagem o volume é maior, mas aqui proporcionalmente tem mais área ocupada”.
A situação da Ceasa de Caratinga é vista como uma “grande preocupação”, como enfatiza o deputado federal Mauro Lopes. “Fiz questão de trazer o presidente do Ceasa de Minas Gerais, que administra todos os Ceasas do estado. Trouxe ele aqui para ver na quinta-feira o movimento do Ceasa de Caratinga. É impressionante. Ele está muito impressionado. O de Valadares é muitas vezes maior do que o daqui, mas não tem movimento nenhum. E aqui é uma loucura, movimento grande, o povo aqui produz, pessoal trabalhador. Eles estão precisando de apoio. Estamos com o presidente da Associação, é um pedido dele, está sempre pedindo a gente ajuda e viemos exatamente pra isso. Buscar investimento e tem como fazer. Trouxemos também o diretor do Dnit de Caratinga, doutor Robson, que é engenheiro, para dar novas ideias para nós, certas coisas que podem ser verticalizadas para aumentar espaço. O negócio aqui é espaço, principalmente a chamada ‘pedra’ que é a comercialização dos produtos e o espaço está pequeno”.
Para o deputado, o presidente da Ceasa está “sensibilizado” e a situação da unidade local é considera de urgência. “Vai nos ajudar, já fez um compromisso conosco de fazer investimentos aqui em Caratinga. O secretário de Agricultura, Alcides, também está aqui conosco, trouxe os produtores, muitas pessoas que realmente estão aflitas com essa adequação do Ceasa e isso é obra para ontem, urgente. Temos que agora, imediatamente, o Robson se prontificou a fazer o projeto de ampliação, vamos fazer também o trevo lá em baixo que é muito perigoso, acidentes. Temos que contar com o Dnit na sua área de competência, para melhorar o acesso e vamos fazer tudo de uma vez só, contemplando também as instalações internas, dando mais conforto e condição de comercialização de alimentos”.
Sobre as providências do Dnit, para as questões apresentadas durante a visita, Robson Santana explica que o local será alvo de estudo técnico. “A demanda é que hoje o trevo não atende mais ao volume de tráfego que tem ali. Comprometemos com o pessoal do Ceasa uma limpeza que já deve começar amanhã (hoje), em toda nossa faixa de domínio que é 40 metros, para podermos ver o que podemos melhorar naquele trevo para eles. De início também foi solicitado instalação de dois quebra-molas, um antes e um depois do trevo, vamos avaliar se é tecnicamente possível e trabalhar em cima de algum estudo para melhorar aquele trecho. O Dnit entende a necessidade, porém sempre colocamos que nossos recursos são escassos. Fazemos o melhor que a gente pode, dentro do recurso que temos”.