UBAPORANGA – Na noite dessa última quinta-feira (26), entrou em votação na Câmara de Ubaporanga, o Projeto de Lei 011 de 2022, que “autoriza o poder executivo municipal a celebrar convênio com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, visando a municipalização das turmas dos anos iniciais da escola estadual Cesarino Alves Pereira, escola estadual Dom Cavati, escola estadual Francisca Rodrigues Valente e escola estadual José Antunes Pereira”.
Diversos profissionais da educação e representantes da política de oposição do município acompanharam a reunião, onde o projeto foi rejeitado pelos vereadores Jorge Silva de Lima, o “Jorginho da Saúde”; Delvair Caetano Ferreira, Eva Gomes da Silva Azevedo e Silvanin de Souza Silva, o “Vanin”.
A favor do projeto ficaram os vereadores Alcebíades de Paiva, o “Bide”; Hernandes Gomes da Silva e Gilson José de Souza, o “Gilsinho”. O vereador Edinaldo Brandão Galvino, não compareceu à reunião.
O presidente da Câmara, Fernando Valeriano da Silva, só votaria em caso de empate, mas usou a tribuna para dizer que se precisasse seria contra o projeto. “O recurso do município é pequeno para manter a escola. Vamos pegar uma responsabilidade do município que não é dele, e os 15 milhões de reais acabariam”.
Já o vereador Bide ressaltou o benefício que o projeto traria para a educação no município. “Se não for agora será depois, e no presente momento o governo do estado deixou facultativo para os municípios, e ainda ajudando com valor de R$ 15 milhões, que seria para ter uma escola melhor na zona rural e na zona urbana. Conhecendo a atual administração entendo que teríamos grandes escolas”, disse Bide.
MENOS R$ 15 MILHÕES PARA EDUCAÇÃO
O projeto Mãos Dadas prevê a ampliação do regime de colaboração entre estado e municípios. O objetivo é fortalecer o município, através de investimentos robustos de infraestrutura e apoio pedagógico, a fim de proporcionar condições adequadas para a rede municipal de ensino absorver a demanda de alunos dos anos iniciais do ensino fundamental.
De acordo com a secretária de Educação Flávia Aparecida Martins Neves do Val, depois de intensa conversa com o estado através da discussão do projeto Mãos Dadas, com o município de Ubaporanga, foi possível fechar as negociações pelo valor de R$ 15 milhões. “É um projeto de regime de colaboração entre estado e município, onde o estado entraria com apoio financeiro para que nós pudéssemos melhorar a estrutura de todas as escolas e também mobiliar para estarmos recebendo essas matrículas da rede estadual”, disse a secretária.
De acordo com a secretária, com a votação realizada pela Câmara de Ubaporanga, o recurso não será adquirido pelo município, prejudicando diversas melhorias pontuadas pela secretária de Educação. “Se o município aderisse ao programa agora teríamos esse apoio financeiro onde faríamos a construção da escola Doutor Almério de Rezende, uma nova escola, reforma da escola do Aeroporto, fazer escolas nos distritos de São João e São José do Batatal, e mobiliar esses educandários para receber os alunos. O maior problema hoje na educação de Ubaporanga é a infraestrutura da escolas. Esse seria o momento de resolver esse problema. A gente sabe que esses 15 milhões de reais acabariam com o tempo, o que é lógico, mas teríamos escolas com boas infraestruturas para atender aos alunos e profissionais da educação que são muito capacitados”, destacou Flávia do Val.
Ainda de acordo com a secretária de Educação, para manter esses alunos vindos do estado o município já tem vários recursos. “E tendo uma gestão de responsabilidade e transparência como estamos fazendo hoje, com uniforme de boa qualidade, kit escolar para alunos e professores, plataforma digital, diário eletrônico, capacitação para os profissionais da educação, piso salarial sendo reajustado de acordo com a lei, merenda e transporte escolar de qualidade, as melhorias seriam inúmeras. Isso que nossa gestão tem feito, temos mil alunos na rede municipal, passaríamos a ter 1.400, e todos seriam muito bem atendidos, mas infelizmente fomos impedidos por alguns legisladores”, concluiu Flávia.
Ao tomar conhecimento do resultado, o prefeito Gleydson Delfino lamentou a decisão tomada por parte de alguns vereadores.