Conforme José Cordeiro, serviços teriam sido repassados para a Prefeitura de Caratinga
CARATINGA– Moradores de alguns distritos de Caratinga têm enfrentado um impasse junto aos Correios. Conforme o vereador José Cordeiro, eles disseram que foram informados pelos Correios que a empresa pública federal não transportaria mais mercadorias para as agências dos distritos e localidades mais distantes, passando esta reponsabilidade para a Prefeitura de Caratinga. Ele afirma que tal medida já estaria em vigor desde o último dia 2 de maio.
Em entrevista ao DIÁRIO, José Cordeiro citou que não concorda com a medida. “São 13 agências que não terão mais esse serviço. Os Correios notificaram a prefeitura de Caratinga informando que de acordo com a cláusula contratual, no aditivo do contrato de convênio passaria a ser então a obrigação da prefeitura de Caratinga fazer o transporte, o que a Prefeitura não concordou, começando esse problema”.
O vereador também demonstra preocupação em relação à segurança no transporte das mercadorias. “A prefeitura não tem escolta armada. Não estamos lidando mais com papéis, cartas, correspondência. Hoje recebemos malas com muita mercadoria, celulares, telas de LCD, etc. Tem muitos revendedores nos distritos que trabalham recebendo as encomendas dos seus clientes via Correios e fazendo repasse para os seus clientes”.
Um grupo de vereadores de distritos se reuniu na última terça-feira (10) com o gerente da agência de Caratinga, Júlio César da Costa, em busca de uma solução para o problema. “Uma coisa que ficou muito bem definida para nós vereadores é que os Correios não podem simplesmente de um momento para o outro parar o serviço. Se eles entendem que a prefeitura está obrigada a fazer o serviço que há mais de duas décadas era feito pelos Correios, deveria continuar com o serviço, acionar então a Justiça para fazer com que a Prefeitura realize esse serviço com obrigação de fazer mesmo. Esse entendimento que tivemos, passamos para a gerência da agência de Correios de Caratinga”.
José Cordeiro ainda explica a situação dos serviços prestados pelos Correios em relação aos distritos. “Se passar o transporte, não vai sobrar nada para os Correios fazerem para os distritos, porque todo o restante já é mantido pela Prefeitura, o funcionário, o local onde funciona e pelo que foi falado pelo gerente eles mantém um valor por agência, uma ajuda de custo de R$ 1.420,29. É isso que eles contribuem e o transporte também, que agora querem passar para o município”.
Algumas localidades já não estão recebendo mais mercadorias, como pontua o vereador, que enfatiza a busca de medidas para resolver o impasse. “Em alguns distritos já parou até de levar as malas. E conversando com o gerente dos Correios, deixamos bem claro que vamos entrar com Ação Cívil Pública contra os Correios. E se os Correios entenderem que a prefeitura tem que fazer esse serviço que então ajuízem a ação exigindo a obrigação de fazer da Prefeitura. Mas, entendemos que esse serviço que vem sendo prestado há décadas pelos Correios vem a continuar sendo prestado, porque o município não detém ainda as condições necessárias para transportar essas mercadorias de alto valor. Certo é que o povo não pode ficar desassistido, não dessa forma brusca que os Correios fizeram a princípio. Acredito até que com a nossa conversa eles repensarão, agindo mais dentro da legalidade, pois é um serviço público”.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação dos Correios em Minas Gerais, que disse que está apurando essa situação, já e a Prefeitura de Caratinga não enviou resposta até o fechamento desta edição.