Nas últimas semanas tratei do tema de um autor que cai na desgraça dos seus leitores. Isso pode acontecer – por vezes – pelo fato de ele pertencer a uma tradição ou cultura mais antiga, algo que especialmente a geração jovem tem mais dificuldades de examinar, e aceitar.
Um autor desqualificado corre o risco de ter suas obras tornadas obsoletas, e ele, de ser completamente ignorado.
Convivi e trabalhei com bastante intensidade com jovens na Europa do século passado, principalmente no pós-guerras (anos 70). Era impressionante o seu desconhecimento e distanciamento das histórias bíblicas. Contudo, espanto maior: seus pais e também avós, e os bisavós (de quem ouvi falar), os jovens dos séculos anteriores, tinham tomado a mesma “pílula” antibíblica.
Como assim? Eles, que tiveram em seu meio renomados teólogos (Martim Lutero, entre outros) e uma teologia que liberou a ciência para avanços na Medicina, na Psicologia, na Sociologia, etc., dando um ‘empurrão’ no mundo ocidental para fora da Idade das Trevas?!
É que, no passado não muito distante e, em algumas áreas, até nos dias de hoje, grande parte da Bíblia foi reduzida – pela ‘ciência’ de então – ao nível de “mitologia”, isto é, que são estórias criadas, não-verdadeiras. Assim, o povo concluiu: são relatos nos quais não se precisa e nem deve acreditar, a não ser como ensinos teóricos, ou alegorias – para preservar a tradição!
Para o povo judeu, contudo, a libertação da escravidão do Egito sempre foi reconhecida como um fato. Por isso, mesmo não podendo comprovar – (Como comprovar, ou explicar, um milagre???) -, a PASSAGEM pelo Mar Vermelho era e é aceita como um acontecimento verdadeiro, HISTÓRICO!
Escravidão é algo terrível. O mundo está encarando essa verdade em relação à discriminação racial. Graças a Deus! Somos irmãos – não podemos discriminar, ou desprezar, rebaixar a ninguém. Pelo contrário: É a riqueza da raça humana, que reflete a grandeza e sabedoria do nosso Criador.
Por que Jesus foi morto?
Por causa da inveja, por causa do medo desse grupo que escraviza, e que usa de todos artifícios – sobretudo, da mentira – para PRESERVAR SEU PODER!
O povo de Israel foi liberto da escravidão egípcia por ato miraculoso de Deus! Assim também, nós – cada um de nós, individualmente – pode ser liberto de tudo inclusive daqueles preconceitos que nos impedem de abraçar, respeitar e honrar nosso irmão que é diferente – na aparência, na cultura, e até na forma de pensar.
Essa é a mensagem da Bíblia – tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Os que detêm o poder, que acordem enquanto é tempo! Pois essa ‘festa’, essa ‘mentira’, esse domínio do mal, do eu doentio – vai acabar.
Uma pergunta: – Como os antigos conseguiram preservar o texto sagrado, hoje avaliado em mais de 3400 anos? Pois ele, embora sendo uma escrita milenar, é e continua sendo fidedigno. Segundo o que relatei em artigos anteriores, inclusive com fotos atuais, está sendo mais e mais comprovado por novas descobertas científicas.
Creio que se a pseudociência da Europa antiga tivesse estudo melhor a tradição daqueles que zelavam pelo texto bíblico, ela nunca teria chegado a muitas conclusões mirabolantes. Os copiadores dos livros bíblicos – os massoretas, os sopherim, os escribas, e outros – criam que estavam copiando a Palavra de Deus, e que esta NÃO PODIA SER ALTERADA!!!! Como não havia arquivos como hoje, as cópias tinham de ser feitas manualmente, usando métodos muito rígidos: as equipes de copistas chegaram ao cúmulo de até contarem o número de LETRAS e de PALAVRAS por PÁGINA, o que era anotado na margem… e a próxima equipe podia conferir.
Mas aí é que está a questão que me faz levantar e persistir nesse tema.
Como dito anteriormente, esse assunto é sobre o povo judeu, sobre um dos pontos críticos da formação de sua nação – Israel. O ponto crucial é exatamente o “como” eles chegaram à terra que hoje tem esse nome, Israel.
O povo israelita chegou ao Egito como convidados especiais do Faraó. Após a morte desse soberano, tudo mudou, e o movimento de libertação tomou um novo ânimo, com um novo líder – Moisés. Depois de longas negociações – que falharam – o novo Faraó não queria deixar o povo ir embora: eles eram a mão de obra, a classe trabalhadora do Egito, embora escravizados.
Foi aí que vieram as intervenções catastróficas, inclusive da epidemia que atingiu os primogênitos de todas as famílias egípcias, também a família real. Finalmente, o povo escravo foi “mandado” embora, recebendo uma espécie de ‘indenização’: o povo egípcio queria tanto que fossem para longe que lhes ofereceram joias e outras riquezas: -Toma, leva – vai embora duma vez!
Saíram e foram – a grande maioria, a pé – velhos, jovens, crianças, animais – carregando o que podiam, pois estava realmente saindo de vez. Até o alvo – Canaã – poderiam chegar em 30-40 dias, se fossem diretamente, e sem parar. Mas não estavam preparados para serem um povo, uma nação. Por isso, o líder os levou por um caminho muito mais longo, em direção praticamente oposta – para o sul da península arábica, onde – como Moisés anunciara a Faraó – fariam um sacrifício ao seu Deus, diante do monte Sinai.
O problema, porém, era como chegar lá, pois ficava do outro lado do Mar Vermelho!
E não havia ponte, nem balsas! IMPOSSÍVEL!
Hoje, a Ciência mais consciente pensa diferente, que algo extraordinário ocorreu ali naquela passagem do Mar Vermelho: nas últimas décadas restos e vestígios de um exército derrotado foram encontrados no fundo do mar, semicobertos ou totalmente envolvidos por corais, e que apontam para a veracidade da abertura de uma passagem pelo meio das águas.
A passagem do Mar Vermelho foi e continua sendo o maior sinal tanto do poder como da fidelidade do Deus de Israel!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, FUAL – Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum
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