João Marcos Grossi Lobo Martins, presidente do partido em Minas Gerais, fala sobre as articulações e das chances de Márcio Lacerda ser candidato ao governo do estado
DA REDAÇÃO – Os bastidores da política andam em ebulição. Os partidos se articulam para as eleições de outubro. O PSDB já anunciou que o ex-governador Antonio Anastasia deve ser o seu candidato. O MDB ainda analisa a situação, mas o nome do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado Adalclever Lopes, vem ganhando cada vez mais força dentro do partido. Quando ao PSB, parece não restar dúvidas quanto ao nome de Márcio Lacerda. Mas ainda há, mineiramente dizendo, “muita água para passar por debaixo da ponte”, pois as convenções para a escolha dos candidatos ocorrem entre os dias 20 de julho e 5 de agosto. Já 15 de agosto é o último dia para os partidos políticos e as coligações apresentarem junto à Justiça Eleitoral o requerimento de registro de candidatos.
E para saber um pouco mais das perspectivas do PSB, o DIÁRIO entrevistou o presidente do partido em Minas Gerais e membro do diretório nacional, João Marcos Grossi Lobo Martins, que analisou as possibilidades da sigla nos âmbitos nacional e estadual. Segundo João Marcos, o PSB ainda aguarda a possível filiação de João Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, para tomar uma direção em nível federal. Mas em Minas, o partido já está posicionado em torno de Márcio Lacerda e também pretende aumentar as bancadas na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Vamos começar falando na esfera federal, quais as chances de PSB ter Joaquim Barbosa como candidato à presidência?
O ex-ministro Joaquim Barbosa deve se filiar ao PSB até o dia 7 de abril. Mas a decisão de lançá-lo ou não como candidato somente será tomada um pouco mais pra frente
Caso não seja possível a candidatura de Barbosa, em sua avaliação, qual a melhor direção que o partido deve tomar?
Uma parte considerável do partido prefere que o partido não tenha candidato, para facilitar as composições estaduais
Na esfera federal restam dúvidas, mas na estadual há o consenso em torno do nome de Márcio Lacerda?
A candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, é uma prioridade do partido. Márcio já visitou, desde o ano passado, cerca de 150 municípios e tem trabalhado bastante. O resultado é que, hoje, ele está muito bem posicionado nas pesquisas e lidera qualquer cenário de segundo turno.
Quais as metas do partido para eleição, pretende dobrar a bancada?
O PSB conta hoje com três deputados federais e quatro estaduais e com certeza aumentaremos as duas bancadas. As duas chapas estão muito fortes.
Ainda na fase de articulações, quais siglas tem chances de se coligar com o PSB em Minas?
Já há um encaminhamento muito consistente para aliança com PDT, PRTB e PPL. E também muitas conversas com PSD, PPS, SD, PTB. Mas o mais importante é que, independentemente de partidos, o Márcio (Lacerda) vem recebendo apoio de lideranças, deputados e prefeitos de diversos partidos.
Siglas como PSDB e PT parecem que estão meio desgastadas em Minas. Agora seria o momento para o PSB?
Com certeza, na nossa avaliação, pesquisas confirmam isso, tanto o PT como o PSDB tem um enorme desgaste. Aliás, fizeram por onde ter todo esse desgaste.
Historicamente, geralmente quem foi prefeito de Belo Horizonte acabou chegando ao governo de Minas. Isso o credencia ainda mais a uma disputa?
Claro, o Márcio Lacerda foi por cinco anos considerado o melhor prefeito de capital do país e deixou a prefeitura de Belo Horizonte muito bem avaliado.
Como você projeta o partido em Caratinga, que está em constante crescimento e até tem um representante na Câmara, como o vereador Ronaldo da Milla?
O PSB de Caratinga vai participar ativamente das eleições desse ano e vai participar ativamente da política no Caratinga.
Em 2014, o senhor concorreu a uma cadeira na Assembleia Legislativa. Pretende se candidatar novamente?
A presidência do partido tem me absorvido muito. Estamos com uma candidatura estadual muito competitiva, mas eu aumentei muito meu potencial eleitoral desde 2014. Eu estou avaliando, junto com pessoas próximas, o melhor caminho. Até o dia 7 de abril teremos uma definição.