Origem do coral São João Batista

 * Dora Bomfim Pereira do Vale

A música não é apenas um divertimento, mas um meio profundo de educar. É, na expressão de Beethoven, “a arte que eleva o homem à divindade, que o faz pressentir as coisas celestiais e sentir-se a criatura perante o criador.”

Caratinga, terra promissora, hospitaleira e de pessoas ilustres, recebeu de braços abertos a provecta educadora D. Isabel Vieira, quem em pleno século XX, inicia em nossa cidade, o canto coral. Diretora do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, fundou em 20 de março de 1945, a “Schola Cantorum Nossa Senhora Auxiliadora” e mais tarde passa a se chamar Coro Nossa Senhora Auxiliadora. Participantes do 1º coral. Da esquerda / direita: Maria Teixeira, Dulce Leiva Moreira, Elza de Andrade, Antônio Gama de Assis (Ninito –no violino), Agripina de Souza, Astir de Souza Sant’ana, D. Isabel Vieira (no harmônico), José Silva Moreira, Walter Botelho, Iracema Marques, Joel Fontoura de Oliveira, Rover Calheiros (piston), Lincoln Haussman (Tito Colcheiro – trombone de vara), Joaquim de Almeida Soares, Antônio Januário Junior (Zitinho – no saxofone).

Este coral passou por diversas denominações e regentes. Com a saída de D. Isabel, assume a regência o ex-seminarista Joel Fontoura de Oliveira, mais tarde Nila Fernandes, Maria Auxiliadora Bomfim Avelar (Nenem Bomfim – Soprano lírico), Cecy bomfim, Rita Costa Moreira, Luiz Bomfim Pereira da Cunha, que o denominou Coro vocal Carlos Gomes, Enir Bussinger Alves Torres deu o nome de Coral Caratinga, e, ao assumir Angélica Alves de Barros, o consagra Coral São João Batista que preserva o nome até os nossos dias.

Segundo consta de documentos que registram com êxito para Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural de Caratinga, as atividades e brilho do Coral São João Batista permanecem até os dias atuais.

O trabalho foi realizado pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural de Caratinga, juntamente com sua equipe técnica, tendo a participação de seus coralistas e depoimento de pessoas que cantaram, regeram, organistas, e conhecedores da boa música.

De acordo com a Lei nº1829 de 13 de outubro de 1190 o Coral São João Batista foi declarado de Utilidade Pública pela Câmara Municipal de Caratinga, que reconheceu a sua grandeza e importância para a cidade.

A Câmara Municipal reconhece e ressalta o valor histórico, cultural de um grupo de apreciadores da música sacra, clássica, popular e folclórica, transformando-o em patrimônio oficial e instituindo em regime jurídico especial de propriedade.

Na cidade são realizados grandes eventos que mostram a cultura de seu povo, que procura aprimorar seus conhecimentos e resgatar as suas tradições com a participação do Coral: lançamentos de livros da escritora Marilene Godinho, Feira Internacional do Cartunista Edra, Encontro do Caratinguense Ausente, Recitais de Piano, Concurso de Poesias, Maió e Mió São João de Minas, Encontro de Corais: em Caratinga, Ouro Branco, Carangola e Conselheiro Lafaiete.

Através de informações de pessoas mais antigas da cidade, este foi o primeiro coral existente na sede do Município.

O coral passou por fases difíceis como falta de organista, outras vezes por falta de regente, enfim superou todos os problemas pelo desempenho de seus coralistas, porque sempre acreditaram no seu sucesso e consideram a cultura do povo caratinguense o nosso maior patrimônio.

Hoje, tem como, maestro Ramon Rodrigues Lainha, diretora Edith Campos Ferreira e tecladista Francisco Dutra de Souza.

É mantido pela Prefeitura Municipal de Caratinga, a partir da gestão do prefeito Ernani Campos Porto. E teve como madrinha a Secretária de Educação Célia Bomfim.

Registrado sob o nº quadro VI dossiê de registro de bem cultural e imaterial Coral São João Batista – 30/11/2015.

No contexto histórico-cultural do Município, o coral São João Batista sempre foi visto como símbolo de várias gerações.

Seu passado foi brilhante como seu presente é de glória, vibrando plateias e engrandecendo seu povo na eterna “Cidade Esperança”!

*Dora Bomfim Pereira do Vale, Membra da Academia Caratinguense de Letras