Prevenção deve ser fortalecida por ações efetivas dos serviços de saúde
De acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade infantil é formada pela mortalidade neonatal, que compreende os óbitos de menores de 28 dias e pela mortalidade pós-neonatal, correspondente aos óbitos ocorridos entre o 28º dia de vida e um ano. A mortalidade neonatal, ainda se subdivide em neonatal precoce (até seis dias) e neonatal tardia (de 7 a 27 dias). “Enquanto as mortes neonatais são, na quase totalidade, devidas às chamadas causas perinatais e às anomalias congênitas, a mortalidade pós-neonatal deve-se fundamentalmente à causas ligadas a fatores ambientais, tais como as doenças infecciosas e a desnutrição”.
No entanto, de acordo com dados do MS, a maior parte dos casos é evitável. As causas de mortes evitáveis ou reduzíveis são definidas como aquelas que podem ser prevenidas, total ou parcialmente, por ações efetivas dos serviços de saúde que estejam acessíveis em um determinado local e época.
O mesmo se aplica a Caratinga. Segundo informações do Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Fetal, 72% dos óbitos infantis registrados em 2016 poderiam ter sido evitados por adequada atenção à mulher na gestação. O MS trata as seguintes doenças como reduzíveis, caso haja esta atenção: sífilis congênita, doenças pelo vírus da imunodeficiência humana, afecções maternas que afetam o feto ou o recém-nascido, complicações maternas da gravidez que afetam o feto ou o recém-nascido, crescimento fetal retardado e desnutrição fetal, transtornos relacionados com gestação de curta duração e baixo peso ao nascer, isoimunização Rh e ABO do feto ou do recém-nascido e doenças hemolíticas do feto ou do recém-nascido devidas a isoimunização.
Em seguida, 11% poderiam ter sido evitadas por ações de diagnóstico e tratamento adequado. Algumas doenças reduzidas nessa categoria são meningite, infecções agudas das vias aéreas superiores, pneumonia, outras infecções agudas das vias aéreas inferiores, edema de laringe, doenças crônicas das vias aéreas inferiores, doenças pulmonares devidas a agentes externos, anemias nutricionais, outras doenças causadas por clamídias, outras doenças bacterianas, hipotireoidismo congênito, diabetes mellitus, distúrbios metabólicos – fenilcetonúria e deficiência congênita de lactase, desidratação, epilepsia, Síndrome de Down, infecção do trato urinário e febre reumática e doença cardíaca reumática.
Outras 11% seriam evitadas com adequada atenção ao recém-nascido. Alguns exemplos de doenças passíveis de redução são transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos do período perinatal, infecções específicas do período perinatal, hemorragia neonatal, outras icterícias perinatais, transtornos endócrinos e metabólicos transitórios específicos e do recém-nascido, transtornos hematológicos do recém-nascido, transtornos do aparelho digestivo do recém-nascido, afecções que comprometem o tegumento e a regulação térmica do recém-nascido, desconforto respiratório do recém-nascido e outros transtornos originados no período perinatal.
E a minoria poderia ter sido evitada diretamente por ações adequadas de promoção à saúde, vinculadas a ações adequadas de atenção à saúde. Com essas ações é possível reduzir doenças infecciosas intestinais, algumas doenças bacterianas zoonóticas, febres por arbovírus e febres hemorrágicas virais, rickettsioses, Raiva, doenças devidas a protozoários, helmintíases, deficiências nutricionais, acidentes de transportes, envenenamento acidental por exposição a substâncias nocivas, intoxicação acidental por outras substâncias, quedas acidentais, exposição ao fumo, ao fogo e às chamas, exposição às forças da natureza, afogamento e submersão acidentais, outros riscos acidentais à respiração, exposição à corrente elétrica, a radiação e a temperaturas e pressões extremas do ambiente, agressões, eventos cuja intenção é indeterminada, exposição a forças mecânicas inanimadas, acidentes ocorridos em pacientes durante prestação de cuidados médicos e cirúrgicos; reação anormal em pacientes ou complicação tardia, causadas por procedimentos cirúrgicos e outros procedimentos médicos, sem menção de acidentes ao tempo do procedimento e efeitos adversos de drogas, medicamentos e substâncias biológicas usadas com finalidade terapêutica.
Exames obrigatórios e exames especiais
Confira, fase a fase, os exames a que toda gestante deve se submeter e o que eles apontam para o médico. Lembre-se, porém, de que cada gravidez é uma situação única, com muitas variáveis, o que pode determinar a realização de exames especiais ou de outros testes não listados aqui. Existem casos particulares, que devem ser tratados de maneira diferenciada.
RECOMENDAÇÕES DE EXAMES QUE AS GESTANTES DEVEM FAZER
Assim que iniciado o pré-natal
Sangue
Determinar o tipo sanguíneo da gestante (importante para outras providências, caso o fator Rh seja negativo), dosar hormônios e anticorpos da tireoide, detectar possíveis infecções (como sífilis, HIV, hepatites A, B e C), verificar se a gestante não tem anemia, dosar os níveis de açúcar no sangue e definir se a paciente corre ou não o risco de contrair doenças como rubéola, citomegalovirose e toxoplasmose. Também é feita uma pesquisa de trombofilias congênitas, essencial para prevenir o trabalho de parto prematuro e alertar para doenças hipertensivas da gestação, como pré-eclâmpsia e help síndrome, que podem causar óbito fetal. A critério do médico, o exame de sangue pode ser repetido várias vezes ao longo da gestação, mas deve ser solicitado, no mínimo, uma vez a cada trimestre.
Urina
Detectar uma eventual infecção urinária e a presença de proteínas que podem indicar tendência a desenvolver pré-eclâmpsia. Útil também no acompanhamento de gestantes diabéticas.
Fezes
Investigar a presença de parasitas no intestino que podem provocar, entre outros problemas, anemia.
Entre 5ª e a 8ª semana de gestação
Ultrassonografia intravaginal
Visualizar o embrião e o saco gestacional, calcular o tempo de gravidez e a data provável do parto. Normalmente, se realizado após a sexta semana, possibilita ainda ouvir os batimentos cardíacos do embrião.
Entre a 11ª e a 14ª semana de gestação
Ultrassonografia da transluscência nucal
O principal objetivo desse exame é a medicação da espessura de um fluido entre a pela e a gordura da nuca do bebê. O resultado aponta uma menor ou maior chance de haver anomalias, sendo a principal delas a Síndrome de Down. Nesse mesmo exame, verifica-se uma eventual ausência do osso nasal, que pode ser também um indício de alteração cromossômica. Outras finalidades são: medir o bebê, atestar sua vitalidade pela ausculta dos batimentos cardíacos e observar o ducto venoso, um vaso que pode dar aos médicos sinais de possíveis problemas cardíacos. Se o exame apontar a possibilidade de alguma alteração cromossômica no feto, o médico deverá solicitar exames complementares.
Entre a 20ª e a 22ª semana de gestação
Ultrassonografia morfológica
Além de medir o feto e estimar seu peso, esse exame analisa os órgãos do bebê, que, a essa altura, já se encontram formados. Na maioria dos casos, é possível visualizar o sexo da criança. Se o aparelho usado for de tecnologia 3D ou 4D, consegue-se até mesmo observar seus traços faciais.
Entre a 24ª e a 28ª semana de gestação
Triagem de diabetes gestacional
Verificar se a paciente desenvolveu diabetes gestacional, uma doença que requer cuidados especiais e possível antecipação do parto. O exame é conhecido como curva de tolerância glicêmica ou teste oral de tolerância à glicose. No laboratório, a gestante bebe um copo de glicose e depois é submetida a algumas coletas de sangue para análise.
Entre a 34ª e a 37ª semana de gestação
Triagem de estreptococo beta-hemolítico
Trata-se da análise laboratorial de uma amostra de secreção vaginal e outra do reto para rastreio de uma eventual infecção causada pela bactéria estreptococo do grupo B, que pode ser passada para o bebê durante o nascimento e provocar até a morte do recém-nascido. O tratamento, para os casos positivos, consiste na administração de antibióticos para a gestante no dia do parto.
Ultrassonografia do terceiro semestre
Esse exame é importante para acompanhar o tamanho, o peso e a posição do feto. Ele também avalia a maturidade da placenta e a quantidade de líquido aminiótico. Pode ser realizado com tecnologia Doppler, um recurso que facilita a detecção de problemas na gestação. O número de ultrassonografias no último trimestre de gravidez depende das necessidades de cada paciente e da conduta particular do médico, portanto, esse exame poderá ocorrer mais de uma vez.
*Fonte: Ministério da Saúde
Nº de óbitos infantis segundo localidade e mês
Localidades | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Brasil | 3.144 | 3.000 | 3.200 | 3.288 | 3.291 | 3.314 | 3.077 | 2.789 | 2.678 | 2.705 | 2.601 | 2.532 | 35.619 |
Sudeste | 1.154 | 1.079 | 1.164 | 1.204 | 1.250 | 1.208 | 1.142 | 1.010 | 964 | 993 | 970 | 958 | 13.096 |
Minas Gerais | 238 | 242 | 224 | 278 | 288 | 251 | 247 | 191 | 214 | 246 | 212 | 184 | 2.815 |
Vale do Rio Doce | 25 | 22 | 20 | 26 | 18 | 22 | 19 | 15 | 10 | 15 | 19 | 15 | 226 |
Caratinga | 6 | 4 | 2 | 2 | 3 | 5 | 2 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 27 |
Caratinga | 5 | 4 | 2 | 2 | 3 | 5 | 2 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 26 |
Caratinga | 5 | 4 | 2 | 2 | 3 | 4 | 2 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 25 |
HOSPITAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA | 5 | 4 | 2 | 2 | 3 | 4 | 2 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 25 |
País Região Unidade Federativa Mesorregião Microrregião Região de Saúde Município Capital Estabelecimento de Saúde
Fonte: SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade – Maio de 2017
Número de óbitos infantis notificados no ano de 2016 em Caratinga, segundo Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde
Capítulo X – Doenças do aparelho respiratório
Capítulo XVI – Algumas afecções originadas no período perinatal
Capítulo XVII – Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas
Capítulo XX – Causas externas de morbidade e de mortalidade