A ideia de que invadir CT ou intimidar jogador em aeroporto vai fazer com que o time vença, é algo que precisa ser derrubado no Brasil. Esta cultura da selvageria vem crescendo e colocando em risco jogadores que têm famílias e não devem ser cobrados pelo que recebem todo mês. São seres humanos e estão sujeitos a erros e acertos como toda pessoa. Recentemente tem sido comum casos de invasões em CT, e impressiona a facilidade que “torcedores” passam pelos portões, muros e seguranças.
Cruzeiro e Fluminense, que se enfrentaram nessa quarta-feira (9), tiveram episódios lamentáveis de torcedores que invadiram seus respectivos centros de treinamento e pressionaram jogadores de uma forma mais agressiva que o normal. O atacante João Pedro, do Fluminense, com apenas 18 anos já viveu muita coisa no futebol. Já vendido ao Watford, da Inglaterra, o garoto vive seus últimos momentos com a camisa tricolor. Boas atuações, gols importantes e o carinho da maioria da torcida com certeza vai ficar na memória do jogador. Porém, nem tudo é perfeito. Após a vitória diante do Grêmio, João Pedro saiu pra jantar com a namorada e algumas pessoas próximas, quando um grupo de indivíduos que se dizem torcedores intimidaram o atacante na saída, gerando um grande tumultuo. Isso ocorreu após uma vitória. O momento do time não é bom, mas o torcedor é impaciente e apoiar fica em segundo plano.
No Cruzeiro os problemas vão além das quatro linhas e do desempenho técnico de alguns atletas. A bronca maior é com a diretoria. Não que os jogadores fazem isso de escudo, já que dão as caras na medida do possível. Mas os torcedores estão cientes de que a situação caótica do clube foi permitida porque alguns dirigentes agiram com irresponsabilidade. É preocupante pensar onde isso vai parar, porque o que já é ruim tende a piorar. Resultados negativos podem ser revertidos com mais rapidez, mas o lado financeiro é difícil mudar. Fica difícil principalmente porque os clubes não fazem o necessário para mudar esta situação.
Matheus Soares