Dra. Marlene Almeida Fernandes

Perdemos a Marlene. Filha ilustre de Caratinga, pessoa de coração generoso, amiga de todas as horas, mãe amorosa, alma que soube cumprir fielmente os mandamentos de Deus.
Nasceu em Caratinga, filha do Sr. Dionísio e dona Inácia, irmã de Antônio Soares Martins de Almeida, escritor.
Moça lindíssima, era convidada para participar de todos os concursos de beleza. Seu encanto fascinava porque era acrescido pela fineza de trato, educação e palavras boas.
Estudou no Colégio Nossa Senhora do Carmo, cursou Pedagogia no Unec, foi chefe de um departamento na Delegacia Regional de Ensino, hoje Superintendência Regional de Ensino.
Casou-se com Dr. Salatiel Resende Fernandes, juiz de Direito e moraram em Teófilo Otoni onde Marlene fez o curso de Direito.
Foram para Belo Horizonte. Dr. Salatiel alcançou o cargo de desembargador e Marlene exerceu a promotoria.
Morou com eles, desde o início do casamento, uma prima da Marlene, Selma. Considerada como sendo uma filha que vida inteira ajudou a criar os filhos do casal e deu presença carinhosa a todos. Até nos dias finais foi consolo e oração.
Tiveram 4 filhos: Thales, Túlio, Thatiana e Thaís.
Dr. Salatiel morreu em 1997. O Fórum novo de Caratinga, que teve a colaboração efetiva da Marlene, leva o nome dele numa homenagem da terra. Seu filho Thales é hoje Secretário de Estado de Agricultura e abastecimento de Minas Gerais.
O que mais brilha na vida de Marlene é sua caridade. Socorria todos que necessitassem de ajuda, seja parentes, seja conhecidos.
Muitas Casas Beneficentes contavam com sua generosa doação. Foi presidente da creche Nutris em Belo Horizonte. Ao ver as grandes necessidades dessa Instituição, arregaçou as mangas. Envolveu o Ministério Público e a Magistratura arrecadando e promovendo melhorias. Conseguiu voluntários para o trabalho com as crianças. Conseguiu uma Kombi tão necessária ao transporte de todos os dias. Seu trabalho na creche foi de valor incalculável. Até a Capela de Santa Teresinha e Padre Pio que ajudei a construir, teve sua ajuda generosa. E até o pároco da igreja que ela frequentava, agradecia sua ajuda de sempre.
Seu grande prazer era viajar. Por ares e mares conheceu muitos países. No ano passado realizou um sonho: viajou levando todos os filhos, netos, genros, noras e agregados.
Viajei muitas vezes com ela nas excursões do Ministério Público. Marlene me punha para cantar, recitar muitos poemas e contar anedotas. Gravou uma de minhas apresentações em Buenos Aires, que guardo até hoje. Esse capítulo ficará para sempre em mim, ouvindo ainda seu riso solto. Como gostava de sorrir!
Católica praticante, usava o escapulário de Nossa Senhora do Carmo e era devota de Santa Teresinha.
Sempre vinha a Caratinga nos lançamentos de meus livros e gostava de ficar em minha casa papeando, jogando baralho e saboreando a deliciosa comida da Laura que ganhou sua amizade recebendo dela presentes e abraços. Heloísa Chálabi era sua amiga de longa data e merecia muito o seu carinho. Também Juliana Cupertino era amiga. Aliás, todos que conheceram a Marlene gostavam dela.
Em uma de suas vindas aqui, foi entrevistada pelo escritor Eugênio Maria Gomes em seu programa Começo de Conversa. Ele teve o carinho de repassar agora a entrevista que todos nós pudemos rever a Marlene e sua simpática presença respondendo tudo com sabedoria.
Depois de uma vida de acertos e bondade, depois de cumprir rigorosamente as propostas do Evangelho, Marlene pegou muitas flores, as mais belas feitas com o perfume de sua alma, voou para o Azul e as entregou a Deus.
Nosso consolo é a certeza da vida eterna.
Agora ela está na Casa do Pai usufruindo das alegrias conquistadas por suas virtudes. Que ela olhe por nós e peça a Deus o consolo para os parentes e amigos.
Agora é tempo de saudade. E a saudade que sentiremos da Marlene vai doer muito, pois não é uma saudade sozinha. Ela carrega sorrisos, lágrimas, perfume, poesia, consolo, incentivo, recordações, confidências, segredos, alegria profunda, música, abraços, presentes, amizade sincera.
Vamos levar tudo isso no coração buscando o rosto da Marlene.

Marilene Godinho

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