Normalmente, espera-se que a pessoa mais velha sirva de exemplo para aqueles que são mais novos. Espera-se que tenham mais maturidade, mais experiências de vida e, dessa forma, saibam como fazer as coisas da melhor maneira. Espera-se que, por terem mais tempo de vida, já saibam não apenas agir da melhor forma, mas também viver da melhor forma, sabendo resolver os problemas que aparecem todos os dias em nossas vidas — que saibam viver, que saibam cuidar, que saibam amar.
Mas, mesmo que isso seja o esperado, nem sempre as coisas acontecem assim. Em muitos momentos, a vida frustra nossas expectativas e faz com que o inesperado aconteça, quebrando o padrão daquilo que “deveria” ser. Isso muitas vezes nos surpreende de forma ruim, mas, ainda assim, mesmo na quebra dos padrões, a vida também pode tomar rumos inesperados que se revelam bons — e isso ainda pode ser uma surpresa boa.
Assim foi comigo. No papel de irmão mais velho, recai sobre mim a expectativa de ser exemplo, de ser mais maduro, mais experiente, com maior vivência e conhecimento de como as coisas funcionam. Mas não foi bem assim. Como alguém que gosta de aprender, encontrei na minha irmã uma das maiores e melhores professoras, um verdadeiro exemplo de vida, responsabilidade, maturidade e cuidado — mesmo sendo mais nova que eu.
Nunca se é velho demais para aprender, e com ela aprendi a cuidar, aprendi a dar atenção, aprendi a brincar. Ao te ver cuidando de sua filha, sua atenção e cuidado com ela, percebi que eu poderia seguir seu exemplo e, aos poucos, seguir seus passos: aprendendo a cuidar, a dar atenção, a ouvir e brincar. Através do seu exemplo, pude me tornar um pai melhor. Ao ver sua entrega no simples ato de brincar com a Mariana, de ouvir, de se doar por ela, aprendi a enxergar o cuidado dos filhos com outros olhos. Entendi que ser pai não é apenas prover, mas estar presente, partilhar tempo, estar inteiro no cuidado. Dessa forma, você tem sido um espelho, e sua imagem refletida tem sido um exemplo que me inspira em minha paternidade. Seu exemplo, e da Gabi, como mães tem me ensinado não apenas a ser um pai melhor, mas a ser uma pessoa melhor. E eu só tenho a agradecer por isso.
Nada melhor que a distância para nos mostrar o quanto as pessoas são importantes para nós. E a distância me fez te admirar ainda mais. Quando estávamos juntos, talvez eu não tenha sabido mostrar o quanto você é importante para mim e o quanto eu te amo. Em meio a implicâncias e perturbações, nunca faltou carinho e amor — sentimentos que, na época, eu não sabia demonstrar da forma certa. Talvez eu não saiba ainda hoje. Provavelmente não.
Mas hoje, no dia do seu aniversário, eu não poderia deixar passar em branco esse reconhecimento. Quero que todos saibam da admiração e do amor que sinto por você. Te admiro não apenas porque você é minha irmã, mas porque é exemplo de mulher, de mãe, de filha, de ser humano. Neste 17 de setembro, a vida me dá a chance de dizer aquilo que muitas vezes ficou guardado: minha gratidão, meu carinho, meu amor, e minha honra em ser seu irmão.
A vida tem dessas coisas: aprendemos tarde o que deveríamos ter praticado cedo. Descobrimos a beleza do afeto verdadeiro quando já passamos anos tentando escondê-lo atrás de provocações infantis. Mas a maturidade, ainda que demore a chegar, traz consigo a consciência de que o amor não está nos gestos grandiosos, mas nas pequenas atitudes, na dedicação e no cuidado.
Parabéns, para você! Te desejo um feliz aniversário e muitos anos de vida! Que Deus te abençoe grandemente, te dando muita saúde, muita paz, muita felicidade e muita sabedoria, para que você continue, por muitos e muitos anos, sendo esse exemplo de mãe e de pessoa. Muito obrigado por tudo, e que Deus te abençoe imensamente!
Eu amo você!
Nós amamos você!
Para Leidiane Monteiro de Carvalho.
