Prof. Rodrigo Chaves, ensaísta político, escritor.
Por muitos anos no Brasil, o movimento político da direita foi se ocultando, se enfraquecendo, e mesmo nos períodos de repressão do regime militar, a esquerda conseguia penetrar espaços, crescer, e se institucionalizar no país, ideologicamente, nas escolas, nas Igrejas, nas empresas, nas instituições públicas e privadas, em todos os tipos de classes. Não estamos dizendo que isso é bom ou ruim, mas antecipamos que o excesso de uma linha com hegemonia, pode gerar também um absolutismo de ideias, um autoritarismo de poder, concretizando a corrupção. Isso aconteceu no país com o levante a nível nacional da esquerda nas décadas de 80 e 90, para no início do século XXI acumular os escândalos, a corrupção, as fraudes, as privações do debate defendido pelo coletivo, que foi alienado pouco a pouco na única ideologia. Essa coletivização ideológica fez a direita embrenhada nas camadas sociais tecer um levante, especialmente em 2013-2014, por conta dos aumentos dos custos públicos, anuindo também a um tipo de radicalismo, o que infelizmente, gerou a polarização, que em parte é inconstitucional. Ambos os lados polarizados, sem dúvida, não praticam a lei maior do país.
A nova direta na sua maior parte tinha os conservadores, os democratas liberais, os técnicos, tecnocratas, os liberais econômicos e os republicanos, que estudando as linhas da base da teoria republicana e liberal, conseguiam uma solidez muito forte. Aplicavam e defendiam os seus princípios com um tom democrata e de suavidade. Todavia, uma menor parte, que não sabemos especificar, ficou apenas no campo da luta de imagens, mensagens, e rotulação. Nas brigas das redes sociais sem um embasamento sólido ou uma verdadeira “conversão dos costumes”, aludindo ao mediatismo, fazendo com que as disputas fossem a base de vida, juntamente com a falta de coerência nos argumentos, a repetição de notícias falsas, a destruição de algumas regras pátrias do direito, e a manutenção dos vícios públicos, o que foi absolutamente negativo para o debate, desmerecendo a própria direita, favorecendo à extrema direita, e produzindo problemas no país que foram taxados também de maneira exagerada pelas autoridades. Foi falta de conhecimento, foi despreparado, e foi desespero. Muita coisa desnecessária passou infiltrada a surgir na nova direta, infelizmente são fatos que existem e devem ser comentados, inclusive, a repetição do fanatismo, do sectarismo, que a extrema esquerda tem com os seus ícones, o que prejudicava o debate ao campo do puxa-saquismo e masoquismo pejorativo; uma tensão psicológica atingiu os meios sociais.
Pois bem, na minoria do movimento da direita, se amparou uma falsa direita, que pode ser classificada de três modos: 1) uma parte das antigas camadas políticas sectárias ou da extrema esquerda, ou da esquerda, que por mais que usassem o título de “direita”, estavam hipnotizadas com os vícios de corrupção e prática nefasta na política, comuns em alguns partidos deste naipe; isto repetia os mesmos conceitos da outra linha dizendo que eram da sua nominalmente; 2) um pessoal que em vez de aprofundar os temas da doutrina política, da filosofia republicana, conservadora, cristã ou religiosa, junto à técnica na sociedade e a honra do trabalho profissional e pátrio, com evolução espiritual do esquema político-religioso e filosófico da res pública, juntamente com o respeito e consciência aos princípios do direito, da democracia, da Contabilidade, da Administração, da Economia, das Ciências Sociais e outras gnoses que ajudavam ao fenômeno político, usavam rótulos e frases de força, apenas defendendo uma linha quando em verdade se praticava outra, destruindo o campo de uma verdadeira oposição, para um artificialismo direitista; 3) um rotulo para falsos membros da mesma linha oposta, que no entanto, eram e são ladrões, corruptos, bandidos de primeira envergadura, invejáveis ao mundo do crime, que apropriavam de títulos ou de nomes políticos mas eram a escória política, se igualando com as práticas já condenadas pela mesma nova direita, no entanto, que só lhe interessavam o dinheiro, o poder, e a corrupção nos seus interesses pessoais.
Pois a falsa direita infelizmente está aí, e presente em todo o Brasil, com a rotulagem, os membros viciados de outras linhas, os oportunistas, os que querem levar vantagem nos adeptos do novo levante com voto. Todavia, quando entram no poder, praticam todas as mazelas públicas dos roubos, das rachadinhas, das fraudes convexas, dos conchavos, das oposições, das contradições do movimento político, visando interesses de emprego próprio, de desvio de dinheiro, de corrupção no mais alto grau, maculando a imagem dos homens de bem da nova direita, e igualando com todos os lados, na prática, condenados pela mesma nova direita. Este fenômeno a nível municipal, no Brasil, tem se repetido muito. Não sabemos especificar, mas é muito forte nos dias atuais infelizmente. Os oportunistas que se disfarçam de direita, mas no fundo são membros corruptos e perfazem a falsa direita.
