Presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados visitou a entidade
INHAPIM- Uma população prisional de 71 recuperandos, dos quais 48 cumprem pena no regime fechado e 23 estão no regime semiaberto. Esses foram alguns dados estatísticos apresentados ao presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac) Valdeci Ferreira, durante visita à Apac de Inhapim.
Participaram do encontro ainda o juiz João Fábio Bomfim Machado de Siqueira e a promotora Thaíza Goulart Soares Machado. Eles foram recepcionados pela presidente da Apac Giovana Ferreira e demais funcionários da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, que ainda ressaltou a busca por parcerias para ampliação da unidade.
Após a visita às instalações e uma reunião com a equipe da Apac de Inhapim, o presidente da Fbac conversou com os recuperandos da instituição e participou de um momento de louvor.
Em entrevista ao DIÁRIO, Valdeci, que esta semana esteve também na Apac de Caratinga, disse que essas visitas dão a convicção de que o trabalho segue no caminho certo. “Tanto a Apac de Caratinga, quanto a Apac de Inhapim têm uma história muito bonita, permeada de dificuldades, lutas, obstáculos, preconceitos, mas, sobretudo, elas trazem no seu bojo também uma história de sucessos, realizações e vitórias. Elas são o resultado da sociedade civil organizada que tomou consciência do problema prisional e resolveu apontar uma saída. E a Apac, embora não seja uma solução para o crime e a violência ou um método pronto e acabado, com certeza é uma alternativa viável que estamos oferecendo, inclusive para outros países. Sobretudo, porque através de uma metodologia própria nós reduzimos os índices de reincidência que hoje estão em torno de 70% a 80% para índices abaixo de 15%, entre vários outros fatores positivos”.
Valdeci ainda fez um balanço das demandas identificadas na Apac de Inhapim, para permitir a ampliação das atividades realizadas. “Vemos que a Apac de Inhapim é um resultado do esforço, da dedicação de homens e mulheres, pessoas generosas que resolveram apostar nessa proposta da Apac e acreditar na recuperação do ser humano. Certamente que ainda faltam espaços para o pleno funcionamento da escola, para as nossas unidades produtivas, uma revitalização da pintura; mas, essa comunidade em Inhapim sempre se apresentou, atendeu ao nosso chamado e não temos dúvidas de que em tempo recorde esta Apac será um farol de luz para toda a região e outras comarcas de Minas Gerais”.
APAC INHAPIM
Giovana Ferreira destaca que receber o presidente da Fbac representa mais “ânimo” para os funcionários e recuperandos, principalmente se tratando da missão da Apac.
A presidente da Apac Inhapim frisa as oficinas e trabalhos que os recuperandos desenvolvem. “Hoje no regime fechado temos a padaria com três recuperandos que trabalham fazendo pizza, salgados, pães, que são vendidos na comunidade, no asilo e outros lugares. Temos também a laborterapia, que é a confecção de Amigurumi, daqueles bichinhos de crochê, sousplat, jogo de banheiro, barquinhos. Para trabalhar um pouco o psicológico dos recuperandos”.
Giovana explica que há projetos de expansão da unidade, considerando a demanda e o desejo de ofertar outros serviços aos recuperandos. “Aqui na Apac hoje não tem um auditório, uma barbearia, precisamos aumentar as celas íntimas, um consultório para médico atender, também na questão administrativa, o trabalho externo. Tem muita coisa para ser feita na questão de projetos e hoje estamos com a parceria com o curso de Arquitetura da faculdade de Caratinga, que vão desenvolver esse projeto para nós, para ampliar nossa Apac. E, agora, estamos esperando o resultado desse projeto para começar a correr atrás de recursos”.
A Apac de Inhapim busca novas parcerias. Aqueles que desejarem conhecer o trabalho podem fazer contato com Giovana pelo (33) 99197-3626. “Vale a pena. A vida da gente só tem sentido quando saímos de nós mesmos para servir o outro”, finaliza.