Julgamento será na próxima terça-feira (21) no fórum Desembargador Faria e Sousa
CARATINGA – Na próxima terça-feira (21), José Bento Ferreira, 59 anos, vai a júri por ser acusado de mandar matar o taxista Jônatas Ferreira de Assis, no ano de 2009, que era viúvo e pai de três filhos.
O advogado Dário Soares Júnior, assistente de acusação da família de Jônatas, lembra que os fatos ocorreram no dia 11 de março de 2009. “O Jônatas era um taxista que trabalhava em Caratinga, filho de uma família muito tradicional na região no córrego das Palmeiras, zona rural de Bom Jesus do Galho, um pai de família, um homem de bem, e que foi assassinado com um tiro na nuca, por uma pessoa que se passou por um passageiro do táxi”, explicou Dário.
O caso ocorreu no bairro Esperança, próximo ao cemitério. Segundo o advogado, as investigações apontaram que o Jônatas tinha ido para os Estados Unidos tempos antes, onde foi trabalhar para buscar recursos para tratar de uma doença de sua esposa que acabou falecendo. “E José Bento que está sendo acusado de ser o mandante do homicídio, foi quem intermediou a ida do taxista para os Estados Unidos, pois atuava como coiote, facilitador da ida das pessoas para o exterior de forma irregular”.
Ainda segundo Dário, depois do taxista ter ido e retornado, José Bento começou a lhe cobrar uma dívida de dez mil dólares, que segundo ele ainda estava pendente. Jônatas dizia que já tinha acertado tudo e não devia nada mais. “Isso foi se complicando, o Zé Bento insistindo que havia a dívida, e o Jônatas e seus familiares dizendo que já estava tudo pago. Até que chegou num determinado momento em que as coisas passaram para ameaça, e o Zé Bento chegou a perseguir o Jonatas, numa estrada aqui próximo à Caratinga, indo pra Bom Jesus, e nessa perseguição, Zé Bento chegou a efetuar disparos de arma de fogo para intimidar o Jônatas. Zé Bento passou a andar armado e chegou a ser preso com uma arma ilegal. Depois no dia 11 de março aconteceu o homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, de uma suposta cobrança de dívida, e pelo recurso que impossibilitou a defesa do ofendido, porque ele foi totalmente surpreendido com um tiro na nuca por uma pessoa que imaginava ser o passageiro de seu táxi”, disse Dário Júnior.
O advogado disse que quando ocorreu esse crime, as suspeitas recaíram naturalmente sobre o Zé Bento e um parente dele, que é morador da região e que estava sempre com ele, de nome Felipe.
Felipe Lopes Ferreira já foi julgado e sentenciado a 14 anos de prisão, porém está foragido.
E agora 12 anos após o crime é a primeira vez que José Bento vai a júri. “Há 12 anos uma família, pais, filhos sobrinhos, e muitos amigos querendo o dia da justiça, e a expectativa é que isso ocorra na próxima terça-feira, 21 no plenário do tribunal de júri na comarca de Caratinga. Nós temos plena confiança nos jurados dessa comarca, acreditamos que existem provas robustas de que o Zé Bento tem participação nesse fato, há situações que antecederam o fato que apontam pra ele. O Jônatas não tinha nenhuma outra inimizade com ninguém, nunca teve problema com ninguém, veio de uma família pacífica, de pessoas de bem, trabalhadoras, religiosas. E como Jônatas nunca teve atrito com ninguém, e teve o registro dessas ameaças anteriores, tudo aponta para o envolvimento do Zé Bento para esse fato. É isso que vamos apresentar ao tribunal do júri, junto com ministério público, titular da ação penal. O ministério público vai sustentar o pedido de condenação, como fez das outras vezes, em relação aos demais acusados, e a nossa expectativa é de que finalmente a justiça seja feita”, destacou o advogado.
Dário Júnior falou também do pai da vítima, o senhor José Ferreira de Assis que lutou durante muitos anos para ver a justiça nesse caso, e “faleceu no ano passado sem ver a justiça se concretizar nesse processo, sem ver a justiça proporcionar a punição dessa pessoa que mandou matar o filho dele. Em nome da memória do senhor José de Assis, dos familiares, dos amigos e da sociedade caratinguense estaremos ao lado do ministério público pedindo a condenação desse acusado. Será feita uma instrução em plenário, diversas testemunhas de acusação serão ouvidas, evidentemente serão ouvidas testemunhas de defesa, o réu será interrogado, e os debates devem se estender durante todo o dia”, concluiu o advogado.