* Prof. Dr. Marco Antonio Gomes
Hoje tivemos uma experiência (Eu e Cauã) ímpar. Acordamos como de costume as 5 h e 45 minutos, café tomado e prontos para nosso destino, ele para a escola, eu ainda retornando para casa e descendo um pouco depois para o trabalho. Porém, algo me disse que nesse dia deveria fazer diferente.
Propus ao meu filho que fizéssemos nosso trajeto a pé, caminharíamos até a escola e de lá eu já iria direto para meu trabalho. Ele a principio excitou! Afinal, são quase 5 km! Não gostou muito da ideia argumentando que chegaria muito encima da hora, porém acabei o convencendo argumentando também que teríamos tempo suficiente e que a caminhada nos faria bem.
Sem relutar acabou aceitando, então prosseguimos nosso trajeto. Logo no inicio já começamos nossa conversa que a principio referia a algumas coisas que ainda não havíamos percebido na rua em que passamos diariamente e que dá acesso para avenida principal: paisagens, construções e outros detalhes que pareciam ser observados pela primeira vez. Rimos sobre essas observações e concluímos que isso só estava sendo possível por estarmos fazendo o trajeto a pé.
Ainda durante a caminhada, passando por algumas igrejas e templos, conversamos sobre catolicismo, protestantismo, carismática e sobre alguns dogmas religiosos, assunto que segundo ele, estudados atualmente em uma das disciplinas escolar. Conversamos também sobre um artigo que disse ter lido em um jornal da cidade, do qual utilizou para uma pesquisa na disciplina de Português. O tema referia à utilização do Whatsapp, onde era feito uma critica sobre sua utilização e os cuidados para utilizá-lo de maneira controlada.
Já próximos à escola, notamos que o tempo havia passado e que havíamos falado de muitas coisas! Restavam ainda 10 minutos para o início da aula do Cauã. Concluímos que se estivéssemos ido de carro, em 5 minutos, não teríamos tido essa experiência incrível!
Não posso afirmar que estaremos dispostos amanhã á fazer essa mesma caminhada de quase 5 km, mas posso afirmar que alguma coisa mudou! Tanto para mim, quanto para ele. Particularmente, penso que é possível questionarmos a existência de uma gaiola, de algo que nos torna socialmente alienados, presos, limitados a novas experiências. E acredito que em breve esse será o tema para uma nova conversa. Até lá!
Marco Antônio Gomes é Professor Doutor em Psicologia pela USF. Coordenador e professor do curso de Psicologia do Centro Universitário de Caratinga – Unec
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