INHAPIM (MG) – Uma confusão registrada na manhã de domingo (21) terminou em briga generalizada, feridos e dois homens presos por roubo no centro de Inhapim. A ocorrência foi atendida pela 288ª Companhia da Polícia Militar.
De acordo com a PM, um grupo de indivíduos encapuzados chegou em dois veículos, armados com bastões de madeira, e invadiu um bar onde ocorria a comemoração dos “10 anos da Máfia Azul de Inhapim”. Durante a confusão, os agressores atacaram frequentadores e roubaram uma bandeira do Cruzeiro que estava fixada no local.
As vítimas foram socorridas ao hospital com ferimentos leves. Após diligências, os militares identificaram que os veículos usados no crime pertenciam a uma locadora de Belo Horizonte. Um deles foi localizado em Coronel Fabriciano, onde houve perseguição e abordagem.
Dois suspeitos foram detidos. Embora tenham negado participação, na residência deles foram encontrados bastões de madeira, um blusão semelhante ao usado por um dos agressores e uma planta de maconha. Também foram apreendidos dois celulares, uma motocicleta e os automóveis utilizados na ação.
Segundo o tenente Marilere, que comandou a ocorrência, o caso está relacionado a rivalidade entre torcidas organizadas. “Foi uma ação violenta e covarde, em que os autores, encapuzados e armados com pedaços de madeira, atacaram pessoas que estavam em um momento de lazer. A Polícia Militar agiu rápido, identificou os veículos e conseguiu efetuar prisões, além de apreender materiais que ligam os suspeitos ao crime”, destacou.
Os detidos e o material apreendido foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil em Ipatinga.
MADRINHA DA MÁFIA AZUL DE INHAPIM LAMENTA OCORRIDO
Maria Helena Lazarini Quintanilha, de 78 anos e madrinha da torcida Máfia Azul em Inhapim, conversou com nossa reportagem e descreveu com indignação a confusão que ocorreu na manhã de domingo (21), durante a preparação da festa pelos 10 anos da torcida. Ela detalhou como a situação aconteceu e a violência sofrida por um dos torcedores.
“Máfia Azul aqui de Inhapim, não é isso? Aqui funciona os jogos dos meninos, só do Cruzeiro, e não tem bebida alcoólica sem ser cerveja. Funciona muito bem. Qualquer coisinha que há aqui eu venho do conselho, graças a Deus, nunca ouvi nada, os meninos são muito gente boa, graças a Deus”, explicou Maria Helena.
Segundo ela, a confusão começou quando dois carros chegaram ao local. “Ficou doido aqui. Acho que os meninos me pareceram capuzados. Ele entrou para o bar lá dentro, o menino estava com as bandeiras encostadas na parede, e ele, apaixonado pelo Cruzeiro, falou: ‘Minhas bandeiras vocês não vão levar, isso é minha vida’. Aí eles já partiam pra cima dele, quebraram a garrafa, puxaram ele para o lado de fora… e o pior é que ele estava sozinho. Depois chegou mais um colega, mas o que adianta? Oito pessoas, agressão absurda, puxaram ele para o lado de fora, pisaram por cima dele… achei um absurdo”, contou a madrinha, visivelmente emocionada.
Ela acrescentou que estava em casa quando ouviu o barulho. “Meu marido veio do portão, portão chaveado. Não teve jeito nem saindo lá de fora para ver. Saíram arrastando o menino com a bandeira e tudo para a rua. Achei um absurdo”, disse.
O ataque aconteceu justamente quando a torcida se preparava para comemorar o aniversário de 10 anos da Máfia Azul, com comida e recepção a torcedores de outras cidades. “Como houve isso, começaram a ligar para o pessoal para não vir, porque estava acontecendo um imprevisto. Nem contaram o quê. Se acontecer um imprevisto, não vai ter a festa. Aí, pronto, foi só isso”, lamentou Maria Helena.
Ela destacou ainda o caráter pacífico do torcedor agredido. “O menino é sério, não é mexedor com os outros, não é violento. Trabalho aqui há vários anos com eles e não vejo violência nenhuma. Se começa uma conversa alta com o outro, só falo: ‘Gente, sem confusão’. Eles me respeitam muito bem. Então, não há motivo nenhum para querer queimar a bandeira do Cruzeiro. Isso é coisa de alguém daqui que formulou essa confusão, eu creio. Não tem lógica pessoas de longe fazerem isso.”
Maria Helena finalizou pedindo providências. “Espero que Deus ajude, que encontrem essas pessoas e corrijam com severidade, porque isso é um absurdo, é o cúmulo do absurdo. Eu estava dormindo, deitada no quarto em frente, meu marido, todo mundo levantou e veio aqui no portão. Não está aquela confusão doida aqui. Não é de Deus isso não”, concluiu.