PIEDADE DE CARATINGA – A Polícia Militar deteve, na tarde de domingo (26), dois suspeitos de envolvimento no assassinato de Kaiky Araújo Gonçalves, de 19 anos, ocorrido na manhã de sexta-feira (24) em Piedade de Caratinga. A captura aconteceu durante uma operação no distrito de São João do Jacutinga, zona rural de Caratinga, e marcou o desfecho de um fim de semana de intensa movimentação policial na região, que registrou represálias e novas tentativas de homicídio.
Segundo o sargento Adair, desde o primeiro crime as equipes vinham monitorando os desdobramentos e realizando intervenções para conter a escalada de violência.
“Desde o início, acompanhamos toda essa situação. Houve um homicídio consumado na sexta-feira, fato que já vinha se desenrolando desde o final de setembro, quando registramos uma tentativa de homicídio contra um dos envolvidos. Fizemos várias apreensões de armas, drogas e detivemos menores, até chegarmos a esse desfecho”, explicou o militar.
Tentativa de vingança no sábado
No sábado (25), em represália à morte de Kaiky, dois amigos da vítima tentaram matar outro rapaz no bairro São José. Um dos suspeitos foi preso após intervenção de um policial militar que presenciou a fuga, enquanto o outro foi capturado horas depois, também em posse de drogas. Ambos ficaram sob custódia, e o homem alvejado durante a ação segue hospitalizado sob escolta.
“Os dois autores estavam armados e conseguiram atingir o indivíduo, que foi resgatado a tempo. A rápida ação do policial foi essencial para conter um dos criminosos e impedir que a situação se agravasse”, acrescentou o oficial.
Quando questionado sobre os antecedentes dos envolvidos, o tenente Anderson confirmou que todos têm ligação direta com o tráfico de drogas. “Nem todos possuem passagens pela polícia, mas todos estão intimamente ligados ao crime. Temos aqui duas turmas em Piedade de Caratinga disputando território e pontos de tráfico. Nosso trabalho é intervir para evitar que novos homicídios aconteçam, mas eles ainda tentam aproveitar brechas para ataques de vingança. Estamos atentos e com ações preventivas constantes”, afirmou.
O tenente também reforçou a importância das denúncias anônimas e da colaboração da comunidade para conter a violência. “Tenho conversado com familiares de ambos os lados. Muitos tentam resolver por conta própria, mas isso só aumenta o risco. Pedimos que não façam justiça com as próprias mãos e que repassem informações à Polícia Militar. Nosso objetivo é restaurar a tranquilidade e evitar novos ataques”, concluiu Anderson.
Ação em São João do Jacutinga
A detenção dos autores do homicídio de sexta-feira ocorreu no domingo, após levantamento de informações que indicavam o paradeiro da dupla em uma residência na zona rural. As equipes montaram um cerco e surpreenderam os suspeitos no interior do imóvel.
“Chegamos ao local por volta das cinco da tarde. O menor tentou fugir pulando a janela, armado, e ao apontar a arma em nossa direção foi alvejado para conter a agressão. Ele foi desarmado e socorrido ao hospital. O outro autor se rendeu e foi preso no local”, relatou o sargento Adair.
Com os suspeitos, a PM apreendeu uma pistola calibre .380, municiada com dez cartuchos, além de celulares utilizados pelos autores. A arma, segundo o militar, pode ter sido usada no assassinato de Kaiky.
“Essa pistola estava com o menor no momento da abordagem. Ele apontou em nossa direção, e tivemos que agir para preservar nossas vidas. Acreditamos que ela pode ter sido uma das armas utilizadas no homicídio de sexta-feira”, afirmou.
O jovem detido foi encaminhado à Polícia Civil, que dará prosseguimento às investigações. O menor, ferido durante a abordagem, passou por cirurgia e permanece internado sob escolta.
A Polícia Militar reforçou que as ocorrências estão ligadas a um conflito entre duas facções rivais de Piedade de Caratinga, associadas ao tráfico de drogas e disputas por pontos de venda. O comando local destacou que as operações de repressão e patrulhamento continuam intensificadas para evitar novas retaliações.
“Nosso trabalho é constante para evitar que novas mortes ocorram. As famílias precisam compreender que a vingança só aumenta o risco para todos. Pedimos que colaborem com informações e confiem na ação policial”, concluiu o sargento Adair.
A população pode repassar informações de forma anônima pelos telefones 190 ou 181, auxiliando a PM a manter o controle da situação e impedir novos confrontos entre os grupos rivais.












