“O ano não está sendo diferente? É porque você é o mesmo!
Já estamos na metade do ano. Num piscar de olhos seis meses de nossas vidas se passaram. Hora de voltar as metas do início do ano e reavaliar nossos planos e passos. Infelizmente tenho certeza que muitos que estão hoje lendo essa coluna ainda não fizeram a lista de metas que buscam para própria vida e muito menos a lista para esse ano. É para você que ainda não traçou suas metas que eu escrevo nessa quinta-feira.
Não tem sido um ano fácil para o Brasil e consequentemente não deve ter sido fácil para muitos brasileiros. Mas na hora das adversidades é que se torna imprescindível a perseverança com foco na mudança. Para mudar alguma coisa ao seu redor ou na sua vida é necessário primeiro mudar si mesmo. Assumir a rédea de como as coisas estão acontecendo e direcionar para como deveriam acontecer. Para isso, é necessário se desprender do contexto e focar na individualidade.
Vivemos num universo Contextual, ou seja, externo ao indivíduo. Neste contexto existem diversas pessoas com poder de influência sobre nós como no caso do papel de pai, mãe, professor, chefe, político, juiz, policial, padre, etc. Todos sabemos que as pessoas que exercem esses poderes têm uma influência muito grande na nossa forma de pensar, sentir e agir em relação as nossas vidas. No entanto, esse não é o verdadeiro poder, pois é efêmero, passageiro e não eterno. Neste universo Contextual vivemos sob a influência de um poder delegado a outro e que a qualquer momento pode ser retirado e transferido para outra pessoa.
Por outro lado, existe outra forma de poder, o verdadeiro poder, localizado nosso universo Pessoal que não pode ser delegado, é intransferível, eterno e que ninguém pode tirá-lo e que você vai levá-lo para a eternidade. Neste universo Pessoal, o individual é a sua força interior, seus talentos, seu autoconhecimento, sua consciência, sabedoria de vida, autoconfiança, sua fé, seu autodomínio, isto é, seu controle emocional e sua capacidade de ser uma pessoa autônoma, capaz de conduzir sua vida.
Esses dois universos nem sempre trabalham a nosso favor, podem estar em desequilíbrio ou podem estar alinhados, porém trabalhando contrário as nossas metas. Nesse contexto é preciso entender que a capacidade do universo Contextual (os outros) de influenciar a nossa ação só se manifesta quando o influenciado aceita a ação do influenciador. Da mesma forma, só haverá explorador se existir um explorado e para existir um explorado houve a permissão deste. Portanto, quando alguém diz se queixando: “Você me explora, abusa da minha boa vontade!”, está faltando com a verdade. Na verdade, é ela que se deixou ser explorada, abusada.
Uma pessoa autônoma é aquela que faz as coisas acontecerem ao contrário dos passivos que ficam esperando que as coisas aconteçam. Mas para você ser uma pessoa autônoma é necessário estar disposta a parar de ficar se queixando, culpando e responsabilizando as pessoas, os fatos e a vida (universo Contextual) pela sua infelicidade. Tudo isso subtrai, diminui a sua capacidade de resolver seus problemas e as dificuldades de sua vida.
Temos três tipos de pessoas nesse contexto. Dois desses tipos são passivos e apenas um é autônomo: as pessoas que ficam apenas assistindo às coisas acontecerem na sua vida (passivas); as que ficam imaginando o que vai acontecer (passiva) e as que de fato fazem as coisas acontecerem (autônomas) segundo as suas metas traçadas.
Para promover a mudança de comportamento que vai propiciar sua mudança de vida é importante é vencer suas limitações, seus medos, suas ilusões e se superar. Deixar de lado a passividade, deixar de se justificar pelas influencias do universo Contextual que se vive e focar nas evoluções pessoais necessárias para sua mudança.
Construa um mundo melhor para você através de VOCÊ mesmo, através da firmeza, da alegria, da sinceridade, da sua força de vontade e da coragem. Tenha a coragem de ser você. Tenha a responsabilidade por você. Isso que é o diferencial de uma pessoa passiva para outra autônoma. Ser passivo nesse contexto é ser acomodado com o modo como as coisas são, é viver uma vida sem brilho, sem luz própria, sem metas, sem mudanças. É simplesmente sair de manhã, fazer as mesmas coisas, pegar seu transporte. É reclamar do meio externo e esperar que eles mudem. É esperar o inverno passar para começar a academia. É esperar aumento de salário para investir no seu curso de inglês. É esperar ter um namorado para viajar para lugares que você quer conhecer.
Não espere. Faça. Não encare os obstáculos como um tormento. E trace planos para driblar esses obstáculos. Não espere o inverno passar. Não espere o aumento chegar. Não espere o ano terminar. Não espere os filhos casarem. Não espere a velhice chegar. Não espere…
Luciana Azevedo Damasceno – Neuropisicóloga e Terapeuta Cognitivo-Comportamental formada pela PUC Rio. Elogios, dúvidas e sugestões: [email protected]