Maior partido do Brasil realiza evento na ALMG para recontar sua história e comemorar conquistas em prol da democracia
DA REDAÇÃO – Da ferrenha oposição aos governos militares à Constituição Democrática Brasileira. Com mais de meio século de fundação, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), comemora, nesta segunda-feira 26 de março, no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), 52 anos de história.
Uma história de luta pela democracia e esperança de um futuro digno, participativo e próspero. Estes foram alguns dos ideais que sempre nortearam a trajetória do Movimento Democrático Brasileiro. Fundado em 24 de março de 1966, o movimento, que surgiu em 1965, reunia nomes como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, homens que batalharam para o alvorecer do Brasil enquanto democracia.
Ditadura, resistência e luta
Em 1964, os militares tomaram o poder e começaram uma ditadura no Brasil. O Congresso Nacional foi fechado. As pessoas não podiam protestar ou votar para presidente, entretanto, Ulysses Guimarães, figura central no MDB, desafiou os militares. Em 1974, mesmo sabendo que não teria chance, fez uma “anticampanha”, para uma “antieleição” à Presidência da República. Sua “anticanditaduta” foi um símbolo da resistência à ditadura militar.
Votar para presidente era um direito importante a ser reconquistado. Ulysses sabia disso. Defendia a eleição direta para presidente e dizia: “O povo sabe que Diretas Já não são solução para tudo, mas que, sem elas, não há solução para nada”.
Consciente de seu papel na luta por esse direito, em 1983 e 1984, Ulysses liderou uma grande mobilização popular pelas eleições diretas para presidente e ficou conhecido como o “Senhor Diretas”. Percorreu o país pregando a realização de eleições livres e democráticas. No entanto, os brasileiros só puderam votar diretamente para a Presidência anos mais tarde, em 1989.
Uma nova Constituição, um novo tempo
Para Ulysses, o momento mais valioso foi defender a Constituinte que resultou na Carta de 1988, considerada, por ele, como um marco para o processo de redemocratização do país. Como presidente da Assembleia Nacional Constituinte e da Câmara dos deputados, ele conduziu os trabalhos e entregou o novo texto em pouco mais de um ano, após análise de mais de 60 mil emendas que alteravam os artigos originais. No dia da promulgação, chamou a nova Carta Magna de “Documento da Liberdade” e “Constituição Cidadã”.
A história do MDB exige a retomada de bandeiras para a perfeita definição de sua identidade ideológica. Hoje o MDB é o maior partido político brasileiro. Nas eleições de 2016, o partido foi o que mais elegeu prefeitos e vereadores. Dos 5.561 municípios brasileiros, 1.028 prefeituras são administradas pelo Movimento, além de 7.551 vereadores. A bancada do partido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais também é a maior: são 13 parlamentares, incluindo o presidente da instituição, deputado Adalclever Lopes, que segue à risca os conselhos de Ulysses Guimarães valorizando o diálogo.
Um deputado que agrega
“Primamos pelo diálogo e não medimos esforços para realizar o melhor trabalho na Assembleia Legislativa”, diz o presidente Adalclever Lopes reiterando um ensinamento de Ulysses Guimarães: “o pusilânime nunca será estadista”. Para o Senhor Diretas, “sem a coragem, todas as demais virtudes – a fé, caridade e patriotismo – desaparecem na hora do perigo”.
Parafraseando o dr. Ulysses Guimarães, o deputado Adalclever Lopes lembra que governar além de administrar pressões, construir diálogos é facilitar a integração com os cidadãos e, para isso é preciso ter coragem e acreditar que é possível. “Na política não tem nada mais importante que a evolução da democracia e da participação popular”, conclui o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes.