Um estudo internacional conjunto dos pesquisadores da Universidade de Maryland e da Universidade de Hong Kong sugere que as máscaras parecem impedir a propagação de vírus sazonais (como coronavírus e gripe).
A série de experimentos de laboratório da equipe de pesquisa descobriu que as máscaras faciais reduziam significativamente o número de vírus transportados pelo ar que viajam de indivíduos infectados para outros.
Isso não é novidade. As máscaras sempre foram pensadas como uma maneira de impedir a propagação de pessoas infecciosas para pessoas sem a doença.
Mas aí é que está o problema. Com o COVID-19, você pode estar infectado há duas semanas sem sabê-lo. MAIS – se você estiver com a infecção – a quantidade de vírus, a carga viral nessas primeiras duas semanas é muito alta. Em português simples, no início o vírus se espalha vigorosa e facilmente!
Outra coisa: você não precisa tossir para espalhar os “bichinhos”; eles se espalham através da respiração normal de uma pessoa.
No passado, o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA sugeriu que apenas máscaras dentro das configurações médicas são realmente úteis. O motivo disso era que, primeiro, as máscaras médicas (chamadas máscaras N 95), que impedem a transmissão viral, são feitas de um tecido específico o qual impede a passagem deles e, em segundo lugar, elas ficam bem ajustadas ao rosto do profissional de saúde.
E é nesse ponto que nós, o público em geral, falha muitas vezes: a gente relaxa, a máscara não fica firme o suficiente para impedir que o ar fuja, ou que entre pelas laterais da máscara. Por exemplo, vi recentemente um homem idoso na loja com uma máscara cobrindo a boca, mas não o nariz. Será que ele respirava só pela boca? Não pode, né.
Então, devemos usar uma máscara?
A sugestão de que todos façam uso dela pode não ser a solução que estamos procurando, mas certamente não vai prejudicar. Especialmente para aquelas pessoas que têm a infecção, mas ainda não sabem (falta do teste). Em outras palavras, TODOS OS OUTROS QUE AINDA NÃO FORAM DIAGNOSTICADOS deviam usar…
Se você deseja evitar o vírus, ficar em casa ainda é a melhor decisão. Ou seja, porque você (e as pessoas ao seu redor) provavelmente não possui máscaras especializadas ou o treinamento sobre como usá-las adequadamente.
Mas, se conseguirmos que todos as usem corretamente, elas certamente serão muito úteis – poderão nos poupar muitos problemas, inclusive, salvando vidas ao nosso redor.
A pergunta permanece: Por que não gostamos de usar a máscara?
Domingo passado estive numa casa, muito arejada, e ficamos o tempo fora no jardim e quintal num local muito lindo e aprazível. Havia no mínimo meia dúzia pessoas de risco. E mais uma dúzia de outras de risco menor. Quantas pessoas estavam usando máscara? Apenas duas.
Confesso que não foi confortável ser tão diferente dos outros. Mas, e daí?
Nós dois fazíamos o que todos estão dizendo – principalmente, quem está prestando atenção nas ‘ondas’ da praga no mundo: onde já passou, onde ainda está colhendo incautos (e menos incautos), pois, como dito acima, é difícil saber quando alguém é portador do vírus. O que se diz é muito simples: COLOQUE A MÁSCARA, e evite contato muito próximo. Como sabemos que também isso passará, não é motivo de ficar preocupado ou mesmo desesperado, mas ser humilde, sóbrio, e sensível para com os outros. E – infelizmente – precisamos de um pouco mais paciência com aqueles que se sentem “super-homens”, ou com as “mulheres-maravilha”.
Vale a pena esperar, vale a pena não forçar nada.
Se tivermos de passar por “mascarados” por um tempo, e daí?
E o mineiro (aliás, as mineiras) são demais! Agora a máscara virou artigo de moda, que precisa combinar com o resto do vestuário. Transformou-se num item decorativo, além de protetor: que enfeite não desenxabido!
Possuo pelo menos meia dúzia de bonés, e umas quatro- ou cinco boinas. Uso-as segundo meu gosto. Mas conheço alguém que tem no mínimo 50 pares de sapatos expostos no seu dormitório??? Francamente, não sei como ele toma as decisões…
Uai, então podemos começar com uma coleção de máscaras – artigo extremamente barato, e que pode ser confeccionado em cores e estilos diversos. E aí, de manhã, antes de sair, você vai diante do seu espelho, e pergunta: Espelho meu, espelho meu, que máscara que tem o charme meu? E depois você escolhe os outros itens do seu vestuário, pode combinar tudo com a dita bendita máscara!
(Mas faça isso sozinha, ou sozinho, seu vaidoso, no seu cantinho. Não peça muita opinião, não!)
É possível que haja gente se perguntando se o Reverendo esqueceu que está escrevendo uma teo-crônica. Ele não se propôs nesta coluna de dar uma contribuição com um viés teológico, ou mesmo, do próprio Livro dos livros? Sim, estou lembrado. E obrigado pelo toque.
Mas, como dizia o velho, experimentado pescador: O mar hoje não está prá peixe.
Em outras palavras, todos querem algo bem prático. E eu também estou preocupado com o que está acontecendo ao meu redor, e que está chegando cada vez mais perto de mim! Hoje de manhã veio um técnico de internet para trocar um aparelho. Adivinha como ele estava vestido? Pra mim ele estava quase ‘nu’ – estava sem a “máscara decorativa”.
E, como foi dito lá em cima, o melhor que temos no momento para nos proteger são estas duas coisas, tão minúsculas e insignificantes: ficar em casa, e usar máscara. Nada de grandes estratégias, filosofias – apenas modéstia, humildade, falta de vergonha!
Então, vamos fazer isso! A gente pode (até) salvar vidas! Tem algo mais teológico e divino que isso?
Rev. Rudi Augusto Kruger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – [email protected]