Cinco detentos do regime fechado renderam os funcionários e ‘ganharam’ as ruas
CARATINGA – Cinco detentos que cumprem pena em regime fechado na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Caratinga fugiram na noite de terça-feira (24). Estão sendo procurados: Paulo Henrique Silva Barcelos, de 25 anos; Jonatan Miguel Alves, de 23 anos; Marcos Teixeira de Oliveira, de 23 anos; Welington Brito da Silva, 26 anos e David Ferreira da Silva, de 22 anos. De acordo com informações colhidas pela Reportagem, quando começava um momento religioso, às 19h15, cinco detentos, que estavam munidos de um “chucho” (arma pontiaguda artesanal) e uma tesoura, renderam os funcionários do local. Durante a ação, Jonatan conseguiu pegar a chave de um veículo da associação. Em um momento de distração dos detentos, um inspetor conseguiu sair do local e trancar o portão do lado externo. Assim, os detentos arrombaram um basculante de acesso ao pátio e fugiram pelos fundos escalando uma grade e pulando o muro. A Polícia Militar segue em rastreamento em busca dos detentos.
FUGITIVOS E SEUS CRIMES
O DIÁRIO DE CARATINGA pesquisou sobre os crimes cometidos pelos fugitivos da APAC e suas respectivas condenações.
Jonatan Miguel Alves
Homicídio na Rua José Belegard
Jonatan Miguel Alves foi condenado pelo crime de homicídio a 14 anos de reclusão em regime fechado. Ele foi sentenciado no dia 29 de janeiro de 2014. No dia 16 de outubro de 2012, o marceneiro Tiago Pedro Fernandes dos Santos, de 21 anos foi executado com quatro tiros na Rua José Belegard, no Bairro Nossa Senhora Aparecida. Tiago foi morto na porta de casa, quando chegava do trabalho. O crime aconteceu em um beco sem iluminação, próximo a uma construção, onde possivelmente os suspeitos teriam se escondido. Dois suspeitos foram apontados à polícia. Leonardo Ferreira de Oliveira, de 32 anos, conhecido como “Léo Camarões”, que possui várias passagens pela polícia, como tráfico de drogas, lesão corporal, agressão e perturbação do sossego; e Jonatan Miguel Alves, à época com 20 anos. Jonatan, em agosto daquele ano, teria efetuado disparos de arma de fogo em direção à residência de Bruno dos Santos Silva, de 20 anos, que é irmão da vítima. Também no último dia 3 de setembro, Jonatan e Bruno, armados, teriam trocado tiros em via pública. Nessa data, Bruno chegou a ser atingido por um disparo. De acordo com o andamento processual, disponível no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em laudo de julho de 2014, o juiz Júlio Ferreira de Andrade manifestou-se desfavoravelmente e indeferiu a transferência de Jonatan para Apac de Caratinga. De acordo com o laudo, Jonatan Miguel Alves “não atende os requisitos de ordem subjetiva para sua transferência, pois de acordo com laudo de avaliação de ff. 59/60 o sentenciado apresenta conduta insatisfatória e ausência de remorso em relação ao crime cometido, bem como consta em seu atestado carcerário três ocorrências disciplinares nos últimos 12 meses”.
David Ferreira da Silva
Tentativa frustrada de assalto
David Ferreira da Silva foi sentenciado no dia 19 de fevereiro de 2015. Sua transferência para a Apac de Caratinga foi autorizada no dia 4 de novembro de 2015. A tentativa frustrada de assalto aconteceu no dia 20 de julho de 2014 no distrito de Cordeiro de Minas. Júlio César Soares e David Ferreira estiveram em uma casa em construção, onde estavam estacionadas duas motocicletas de dois pedreiros trabalhavam na obra. Eles tinham a intenção de roubar as motos, mas em meio a uma discussão Júlio Soares efetuou quatro disparos para o ar com um revólver calibre 38. Os pedreiros tentaram segurar o assaltante e ambos acabaram alvejados por tiros. Outro homem da família conseguiu amarrar Júlio enquanto o David fugiu a pé. Júlio Cesar foi brutalmente espancado, amarrado pelos pés e mãos. Imagens de vídeo, feitas pelos próprios moradores que deixaram o bandido desmaiado. David foi alcançado minutos depois, e também apanhou, sendo internado e, posteriormente, preso. Júlio ficou internado por doze dias e morreu.
Paulo Henrique Silva Barcelos, conhecido como “Paulinho Ben 10”
Tráfico de drogas
Paulo Henrique Silva Barcelos, conhecido como “Paulinho Ben 10” é conhecido da Polícia e já tem passagens por crimes envolvendo posse ilegal de arma de fogo por duas vezes e receptação. No dia 4 de abril de 2014, em cumprimento de mandado de busca e apreensão no estabelecimento Perfect Car, no Bairro das Graças, investigado pela prática de tráfico de drogas, a Polícia Civil prendeu Paulinho Bem 10, sócio da loja, com sete pinos de cocaína. Dois veículos, um Voyage e um Tempra também foram apreendidos durante a operação, que seriam utilizados para a venda de drogas. Atualmente, estava em regime fechado, em cumprimento de pena prevista para até 2023.
Marcos Teixeira de Oliveira
Homicídio no Bairro Anápolis
Marcos Teixeira de Oliveira é acusado de ter auxiliado no homicídio de Isac Felipe de Souza, alvejado por três tiros, próximo ao ginásio poliesportivo do Bairro Anápolis, na madrugada do dia 20 de março de 2013. A vítima era contumaz na prática de furtos e usuário de drogas. Poucas horas após o crime, a Polícia Civil prendeu um menor de 17 anos, apontado como autor dos disparos, e Marcos, acusado de auxiliar no crime. A motivação do crime, segundo apurado pela Polícia Civil, seria um furto que Isac havia praticado na casa do menor de 17 anos, o que deixou o adolescente revoltando e prometendo vingança. Ele ofereceu uma pedra de crack a Marcos, que é viciado, e em troca, ele deveria ir até a casa de Isac e levá-lo a um local ermo. Assim, o adolescente efetuou os disparos. Marcos e o menor foram autuados por homicídio qualificado.
Welington Brito da Silva
Um histórico de roubos
Welington Brito da Silva, vulgo “Tchá Tchá” foi condenado a seis anos e quatro meses de reclusão. No dia 5 de novembro de 2011, “Tchá Tchá” conduziu uma motocicleta Honda Titan preta até o Posto Zacarias, localizado na Avenida Presidente Tancredo Neves, Bairro Dário Grossi, oportunidade na qual o comparsa, que estava de carona no veículo, retirou uma arma de fogo da cintura e anunciou o assalto para os frentistas. De posse de R$ 156 do estabelecimento, ambos empreenderam fuga. Segunda a sentença de 31 de agosto de 2015, Welington é primário e respondeu solto ao processo. Mas, após praticar o crime, envolveu-se em inúmeros outros fatos delituosos; tendo sido condenado por três deles; coincidentemente, relativos a roubos circunstanciados.
