Psicóloga explica que a maneira como os pais dão a notícia, influencia diretamente na forma como os filhos irão lidar com a nova situação
Os casos de separação conjugal são muitos comuns na atualidade e despertam dúvidas entre os pais de como lidar com seus filhos no processo de separação, principalmente se tratando de crianças e adolescentes.
Muito antes de ocorrer a separação física dos pais, ocorre a separação emocional que, em muitos casos, leva a desentendimentos e questões psicológicas que afetam diretamente os filhos, causando impactos dolorosos e profundos que podem deixar marcas. Buscar uma orientação profissional de um psicólogo é uma atitude aconselhável para os pais que estão se separando, pois ajudará a entender melhor os comportamentos dos filhos diante dessa nova fase.
Sobre o assunto, o DIÁRIO DE CARATINGA traz uma entrevista com a psicóloga Rejane Luzia do Nascimento Damasceno que responde dúvidas muito comuns entre a família envolvida no processo de separação.
Como os pais devem informar a criança ou o adolescente sobre a separação?
A informação da separação do casal deve ser transmitida considerando a idade da criança ou adolescente, de modo que estes compreendam que somente os pais estão se separando, e que estes pais, não estão os abandonando.
O ideal é que os filhos sejam informados sobre a separação pelos pais, de forma adequada e madura e não por terceiros. Sabemos que cada família pode perceber sua própria realidade, tendo uma abordagem que satisfaça, naquele momento, a necessidade da criança ou do adolescente. Entretanto, os pais e os familiares envolvidos devem estar atentos ao tempo de compreensão dessa criança ou adolescente, pois a separação é um momento de muitas mudanças e é a condução desse processo de maneira mais saudável, que trará a almejada segurança para os filhos.
Quando se percebe que não há essa maturidade, o recomendável é que essa família procure a orientação profissional de um psicólogo, para que o comunicado aconteça de forma saudável e segura, respeitando principalmente o tempo de compreensão que a idade dos filhos permite, buscando ajudá-lo a construir aos poucos um novo contexto de família. É importante ressaltar que a maneira como os pais informam a separação aos filhos, influencia diretamente na forma como estes irão lidar com a nova situação.
Como a separação dos pais influencia na vida de uma criança e adolescente?
Na maioria das vezes, o fim do relacionamento é permeado por ressentimentos, culpas, fracassos, acusações, etc. Este momento de crise entre os pais reflete diretamente na vida dos filhos, pois como já dito, a criança ou adolescente agora irá construir, aos poucos, um novo contexto de família, com os pais não mais vivendo juntos, com as mudanças na sua rotina, entre diversas outras modificações.
Em alguns casos os filhos passarão finais de semana em casas diferentes, os pais poderão constituir novas famílias, ter outros filhos, o que implica em um novo ciclo de adaptações.
Devido a essa série de mudanças, que são inevitáveis no processo de separação dos pais, diversos são os sentimentos e comportamentos que podem ser apresentados pela criança ou adolescente, que irão influenciar de maneira positiva ou negativa na vida do mesmo. Sentimentos como: abandono, tristeza, saudade, preocupação, medo, raiva, insegurança, confusão, culpa; e alterações de comportamentos como: não aceitação, agressividade, insônia, pesadelos, alterações do apetite, dificuldade de concentração, perda do interesse pela vida social ou até mesmo alívio em casos de grande conflito, podem vir à tona. Os pais e envolvidos devem compreender que se trata de uma situação transitória, mas que exige uma reorganização e readaptação dos membros da família, sempre acompanhando todo e qualquer excesso por parte da criança ou adolescente, buscando a orientação profissional de um psicólogo, se necessário, para que os filhos não sofram influências ou experiências traumatizantes.
Qual a idade que os filhos mais sentem pela separação? Por quê?
Cada faixa etária pede um tipo de cuidado e uma abordagem. Quando muito pequena, a criança está começando a reconhecer seus pais e o processo de separação pode gerar uma dificuldade de formação de vínculo entre eles. Assim, aquele que não tem a guarda da criança deve ser mais presente, sempre que possível, para que aconteça uma vinculação de confiança e amor.
Entre 3 e 6 anos a criança já interiorizou a presença dos pais, ainda que seja uma presença conflituosa. Neste caso, é comum a criança responsabilizar-se pela ruptura da relação entre o pai e a mãe, tendo muita dificuldade em aceitar a saída e o afastamento de um dos pais, ou ainda, sentindo-se abandonada, mal-amada, traída entre outros sentimentos.
A partir dos 7 anos até à adolescência, as crianças já conseguem compreender melhor as motivações dos pais que os levaram a se decidirem pela separação. Nesta fase, o emocional deixa de ser tão egocêntrico e as crianças começam a serem mais sensíveis às emoções dos outros, compreendendo melhor o que é a separação, embora muitas vezes não saibam expressar. Mesmo assim, costumam acreditar que os pais vão se reconciliar um dia e quando vêem as suas expectativas frustradas, ficam tristes. Porém, dependendo de como estes pais agem no dia a dia da criança ou adolescente, os mesmos responsabilizam-se menos pela separação, o que não significa a inexistência de conflitos.
Deste modo, quanto mais os pais tomarem consciência de que são responsáveis pelo bem-estar físico e emocional dos filhos, encarando com responsabilidade o que diz respeito à separação, maiores as possibilidades de um futuro satisfatório para esta criança ou adolescente, pois elas dependem dos pais e formam-se através deles.
É certo que não existe uma idade que os filhos sofrem mais ou sofrem menos pela separação de seus pais, cada um está sujeito a diversos tipos de sentimentos em variadas idades, mas podemos dizer que há uma forma de preparar a criança ou o adolescente, considerando a sua idade, afim de se evitar uma construção de um novo contexto familiar com influências negativas que possam abalar o desenvolvimento dos mesmos.
O que os pais não podem fazer de jeito algum com dos filhos quando se separam?
É aconselhável que antes da separação de fato, os pais busquem uma orientação juntamente com um psicólogo, para que esse profissional oriente os pais acerca da melhor maneira de conduzirem o processo de separação, buscando meios e atitudes responsáveis para positivamente despertarem uma reação mais saudável dos filhos nesta nova fase que se inicia.
Sabemos que na maioria dos casos isso não acontece, pois, os conflitos do processo de separação colocam os pais em um determinado estado de preocupação e perturbação emocional, que dificulta a assistência devida aos filhos, expondo a criança ou o adolescente a discussões e brigas que pertencem somente ao ex-casal, em alguns casos.
É muito comum entre pais certos comportamentos negativos como: usar os filhos para chantagear o antigo parceiro(a) e então conseguir o que almeja; usar os filhos como via de comunicação, enviando recados pertencentes somente ao ex-casal; projetar nos filhos as frustrações da antiga relação; falar mal um do outro de forma a denegrir a imagem e o conceito do antigo companheiro(a) para o filho; desejar que o filho não goste e não se relacione mais com o pai e/ou a mãe, entre outros comportamentos comuns de pais para com os filhos nesse processo, que prejudicam muito a reconstrução das relações familiares que a criança tem direito.
Todos esses comportamentos citados anteriormente, muitas vezes acontecem dentro do âmbito familiar de maneira inconsciente, sem a intenção de prejudicar a criança ou o adolescente, no entanto, os filhos devem ser respeitados, e não servirem de objeto para os conflitos entre o ex-casal.
Quando é indicado a psicoterapia para as crianças e adolescentes, no processo da separação?
De um modo geral, as crianças podem ficar deprimidas, tristes, desobedientes, apresentarem comportamentos agressivos e rebeldes, problemas na escola, insônia, pesadelos, alterações do apetite, perda do interesse pela vida social, como já citado anteriormente. É importante que os pais estejam atentos a estes comportamentos, pois, no caso da criança ou adolescente não superar as dificuldades emocionais decorrentes da separação, é aconselhável a procura de um psicólogo para avaliar e fazer as intervenções necessárias.
O tratamento psicológico bem orientado pode reduzir as perturbações comuns no processo de separação, principalmente trazendo o fortalecimento do vínculo afetivo dos pais para com os filhos. Algumas crianças e adolescentes apresentam maiores dificuldades mesmo quando o ambiente familiar oferece suporte emocional adequado, nestes casos também é aconselhável a procura da psicoterapia como um tratamento necessário, assim é fundamental que os pais estejam atentos aos comportamentos dos filhos durante e após o processo de separação.
Finalizando, a criança e o adolescente têm necessidade de saberem e sentirem que de modo especial, são amados pelos pais, mesmo quando estes estão separados.
2 Comentários
Babi
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Alicia
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