O futebol de Caratinga sempre foi fértil em talentos. Muitos desses brilharam em clubes espalhados pelo Brasil e até no exterior. Sem dúvida as décadas de 60,70 e 80 podem ser consideradas o apogeu do futebol caratinguense. Nomes como Moacir, Chulé, Amir Theodoro, Nélio, Élvio, Marcinho, Carlinhos Marcelino, Cacau, Anísio, Fifi, Neném Homem, Luizinho, Perrola, Sula e tantos outros nomes que ocupariam uma dezena de paginas para conta-los, fizeram a história da bola na cidade das Palmeiras. Entretanto, Pra muitos, que tiveram o prazer de jogar com ele, ou vê-lo em campo, César foi o grande craque da história do nosso futebol.
Paulo César Alves nasceu em Caratinga em 15 de junho de 1960. Aos dez anos já fazia parte da escolinha do Esporte Clube Caratinga onde ganhou inúmeros campeonatos em todas as categorias. Em 1973 transferiu-se para o América, onde ganhou três campeonatos juvenis. Aos 14 anos apenas já estava no time principal do América. Sua estreia aconteceu contra o Fluvasam de Manhuaçu com vitória do Leão do Asfalto por 1 a 0. O garoto era tão diferenciado que em 1978, aos 18 anos, foi para o Juniores do Fluminense – RJ. Chegou a cidade maravilhosa e encantou a todos. Por 18 meses foi titular absoluto do Tricolor Carioca. Jogou a famosa Taça São Paulo de Júniores, sendo vice-campeão e uma das revelações do torneio, que revelou grandes craques para o futebol brasileiro como: Toninho Cerezo, Falcão, Marcelinho Carioca e tantos outros. Inesperadamente César voltou a Caratinga mesmo tendo um futuro grandioso com a camisa do Fluminense. Zé Canuta, técnico de futebol que o criou como filho, ao lado do também craque Élvio, não se conformava com a oportunidade que o garoto estava jogando pela janela.
De volta a Caratinga, jogou e foi campeão adulto pelo América. Campeão Regional pelo Caratinga em 1982 e da cidade em 1986. Em 87 foi vestir a camisa do Bairro das Graças e novamente ficou campeão. Além disso, conquistou títulos pelo Aciaria de Ipatinga. Uma conquista inesquecível foi do Regional sobre o Democrata de Valadares. “Trinta minutos do segundo tempo o Democrata vencia o jogo. O empate daria o título ao Caratinga. Nossa torcida estava triste e já não acreditava mais. Olhei para o céu e pedi a Deus pra nos ajudar. Quatro minutos depois Carlinhos Carraro lançou a bola para Vagalume, esse driblou seu marcador e rolou na medida pra mim e empatei o jogo. Até o Baiano Sapateiro, que estava enrolado numa coberta sem querer olhar o jogo, jogou tudo pra cima e nossa torcida acordou. Tudo passou a dar certo e vencemos o jogo por 3 a 2 e faturamos o caneco”. O Caratinga foi campeão com: Cacau, Gulhermino, Fifi, Zezé e Carlinhos; Quinha, Marcinho e César. Rerré, Antônio e Vagalume. Técnico Otávio Cirilo.
Passando por problemas de saúde, o eterno craque será homenageado com uma partida organizada pelo ex-companheiro de time e técnico de futebol Cláudio Maguila.

César vestindo a camisa do Caratinga em uma época onde o futebol amador lotava os estádios (foto: Arquivo)