Luizinho também foi craque
Não é novidade pra ninguém que Caratinga sempre revelou grandes jogadores de futebol. A lista é enorme, e de qualidade. Por conta do falecimento do ex-zagueiro Fifi a pouco mais de um mês, escrevi um pouco sobre sua história. Uma semana depois, fui procurado pela filha do craque Neném Homem, irmão de Fifi, que agradeceu a homenagem ao tio. Aproveitei a oportunidade para bater um longo papo com Neném que me contou sua trajetória, desde que saiu de Caratinga e foi parar em Portugal onde formou família e ainda vive. Mas, se engana quem pensa que apenas Fifi e Neném foram craques na família. O talento com a bola está presente no DNA da família criada no “Alto do Sal”. Quando Neném foi para o Rio de Janeiro tentar carreira no Vasco da Gama, levou consigo o primo Luizinho. Segundo relatos do jornalista e diretor da Rádio Cidade José Carlos Cerqueira: “Luizinho era irmão mais novo de um habilidoso meio campista chamado Nêgo Hélio. Luizinho era, provavelmente, o mais habilidoso deles. Junto com eles, um outro jovem talentoso Ailton Viana também foi realizar teste no Vasco. Ficaram por lá dois anos no juvenil, inclusive Luizinho foi campeão em 1971 com Neném. Ailton retornou anos depois e foi estudar no Vale do Aço onde constitui um bem sucedido escritório de contabilidade. Está até hoje por lá. Luzinho (ou Lulu, como era chamado pelos amigos), voltou para Caratinga onde atuou esporadicamente por equipes locais. Depois mergulhou na bebida e definhou até a morte precoce há cerca de 10 anos”
Antes de escrever esta coluna, enviei mensagem para Neném Homem em Portugal onde mora, para me falar sobre seu primo, Neném repetiu sobre Luizinho praticamente toda versão de Zé Carlos Cerqueira, entretanto, lembrou que logo após subir para o profissional no Vasco, Luizinho ficou mais um ano no juvenil, depois subiu, fez alguns jogos pelo time profissional e foi emprestado para diversos clubes pelo Brasil. Mixto do Mato Grosso do Sul e Gama do Distrito Federal e mais alguns clubes antes de retornar a Caratinga. Na cidade das Palmeiras, o habilidoso Luizinho foi campeão pelo Esporte Clube Caratinga em 1978. A decisão foi contra o maior rival América. O Dragão venceu por 2 a 0, gols de Robson e Ailton. Os campeões: Cacau, Carlinhos Carraro, Bebeto, Zezé e Ari, Quinha e Eninho, Luizinho (Maninho), Robson, Aílton e Rerré. A coluna de hoje foi motivada pela curiosidade do leitor José Geraldo Baião, proprietário do Depósito Vitória de material de Construção, em Sapucaia, a quem agradeço pela pauta.
Seleção: Já deu pra Tite?
Os números do técnico Tite a frente da seleção são incontestáveis: Ao todo, são 57 jogos como técnico da Seleção, com 42 vitórias, 11 empates e apenas quatro derrotas, um aproveitamento de 81% dos pontos disputados. Em jogos oficiais, o rendimento da Canarinho com Tite é ainda melhor: são 32 partidas, com 26 vitórias, cinco empates e somente uma derrota. Nestas 32 partidas, a Seleção marcou 77 gols (média de 2,4 por jogo) e sofreu nove gols (média de 0,3 por partida). Portanto, olhando para esses números, não parece ter lógica questionar a permanência dele a frente da seleção. Mas, futebol não é uma ciência exata. Não se analisa desempenho esportivo observando apenas algoritmos numéricos. Quando o assunto é futebol, e seleção brasileira, é preciso analisar os adversários, a importância de cada competição, o desempenho técnico (joga bem ou não), e por último o resultado em títulos. Vamos tratar apenas de jogos oficiais, já que os amistosos da seleção em sua grande maioria são diante de adversários inexpressivos. Das 26 vitórias de Tite, a grande maioria foram pelas eliminatórias sul-americanas, que convenhamos, dada a fragilidade da competição, temos obrigação de estar em todas as copas. Tite teve apenas uma derrota. Mas, foi exatamente a que eliminou o Brasil na Copa de 2018 diante da Bélgica. Além disso, do ponto de vista técnico, foi uma derrota merecida já que no segundo tempo principalmente, tomamos um verdadeiro chocolate belga. Portanto, na minha humilde opinião, Tite não estaria mais no comando. Por outro lado, a pouco mais de um ano para Copa do Catar, agora acredito que irá continuar. Mas, não vejo o Brasil na lista dos principais favoritos ao título.
Rogério Silva
@rogeriosilva89fm