Ex-secretário disse que irá cuidar de projetos pessoais. Jacqueline Marli dos Santos assume a pasta
CARATINGA– Wagner José Rodrigues Barbalho foi exonerado do cargo de secretário de Saúde. O documento foi publicado na edição desta segunda-feira (29) do Diário do Executivo, no entanto, a exoneração ocorreu no dia 26 de janeiro. Quem assume a pasta é Jacqueline Marli dos Santos, que deixou o cargo de superintendente de Gestão.

Jacqueline já foi secretária de Saúde de Vargem Alegre e foi eleita vice-presidente da Diretoria Executiva do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) Regional Coronel Fabriciano, biênio 2017/2019.
Esta já é a terceira mudança na pasta de Saúde. O governo de Dr. Welington começou tendo o vice-prefeito Dr. Giovanni como secretário. Após o pedido de exoneração de Dr. Giovanni, Wagner Barbalho assumiu o cargo em agosto de 2017, onde permaneceu por cinco meses.
Em entrevista ao DIÁRIO, o ex-secretário falou sobre o motivo da exoneração:

Qual o motivo de sua exoneração?
Fiz o pedido de exoneração porque tenho alguns projetos pessoais e políticos para esse ano e em março teria que me desincompatibilizar. O município tem que tomar algumas decisões importantes ainda nesse período e eu também precisava de tempo para dedicar ao meu projeto, vou ser candidato a deputado este ano e não estava tendo tempo de fazer o planejamento. Acabei fazendo contato com o prefeito e pedindo para ser exonerado. Saio da Secretaria de Saúde, mas os projetos que tenho políticos são grandes e sendo viáveis, alcançando resultados com certeza Caratinga está nos meus planos.
Qual balanço você faz do período em que esteve como secretário de Saúde de Caratinga?
Assumimos a Secretaria com o município passando por situação de calamidade em saúde, mas entregamos organizado, a UPA funcionando, mesmo que com as dificuldades, um equipamento muito novo e que vai gerar muitos resultados para nossa população. Pegamos o hospital fechado e reabrimos com R$ 7,5 milhões de aporte por parte do Estado, trabalho grande que fizemos para trazer esse benefício para a população que pode contar com recursos garantidos e funcionamento de qualidade. A UPA é questão de tempo para atender a todas as expectativas da população. O tempo foi curto para realizar todos os nossos projetos, tínhamos o projeto de reorganizar a atenção básica como um todo, a Policlínica, o que foi parcialmente concluído, mas a nova secretária Jacqueline participou de toda a construção e é um nome muito bem indicado e preparado.
Qual foi seu maior desafio à frente da pasta?
Foi encontrar a saúde de Caratinga da maneira que nós encontramos. O município passou por duas grandes crises no ano de 2017, primeiros seis meses com a Febre Amarela que realmente fez com que o município voltasse a atenção só para o combate a essa doença, hoje o resto do estado passa por esse mesmo processo e graças a Deus já superamos esse desafio e estamos seguindo em frente. E o segundo semestre foi o desafio de colocar os equipamentos de urgência e emergência para funcionar. O município nunca teve um equipamento de urgência e emergência que funcionasse 24 horas, com prestação de serviços continuada. Então foi um desafio colocar a UPA para funcionar, o hospital dentro de uma conjuntura onde funcionasse e atendesse a população. Hoje temos hospital funcionando com UTIs adulto e neonatal, clínica médica, cirurgias ortopédica e geral, pediatria 24 horas e maternidade. Poucas regiões no estado contam com um hospital funcionando num perfil como o nosso hoje com a UPA de retaguarda. Foi um desafio grande que vencemos com muito trabalho e dedicação.
Recentemente foi anunciado início da implantação do SAMU em Caratinga. Como foram os esforços para essa conquista?
Venho trabalhando no SAMU desde que fui superintendente, em 2015. Encontramos o SAMU do Vale do Aço desestruturado, sem nenhuma perspectiva de implantação e seria implantado junto a Governador Valadares. Nós articulamos juntamente com os 35 prefeitos da época e resolvemos separar nosso território de saúde e fazer a implantação do nosso SAMU separadamente. Em outubro de 2015 criamos o Cisvales, em novembro saiu uma nova resolução do estado separando o SAMU Regional de Governador Valadares do SAMU Regional do Vale do Aço. Em 2016 foi um grande desafio que tivemos trabalhando para implantação, conseguimos o termo de doação das 15 ambulâncias, das quais são três avançadas e 12 básicas, que irão ficar uma básica e uma avançada em Caratinga; além de uma básica em Inhapim para atender aos territórios dos 13 municípios. Com a troca de secretário em 2016 não conseguimos implantar o SAMU, em 2017 foi um ano atípico para o governo do Estado, acabou optando pela região de Divinópolis e mais uma vez nosso SAMU ficou para trás. No final do ano passado começamos a articular com os secretários de saúde dos municípios polos, juntamente com os prefeitos, chegando a esse objetivo máximo de iniciar os serviços. Inicialmente será a parte de regulação e capacitação de todos os equipamentos de saúde, condutores, médicos. E num segundo momento fazer a implantação com as ambulâncias que já estão praticamente entregues. O SAMU regional para Caratinga garante para os pacientes que não temos condição hoje nem na UPA e nem no hospital, serem regulados a partir do 192 que estará liberado a partir do dia 18, a terem acesso ao Hospital Márcio Cunha, equipamento preparado. Vai ser uma grande vitória para nossa região.
Qual análise você faz da saúde pública em Caratinga?
A saúde pública de Caratinga vem passando por períodos adversos ao longo dos anos. Tem um desafio grande ainda pela frente, agora realmente manter o hospital dentro de um nível de atendimento de proteção que possa garantir a continuidade do aporte de recursos. O hospital conta hoje com cerca de quase cerca de R$ 10 milhões de recursos novos aportados anualmente. São R$ 7,5 milhões do estado e mais cerca de R$ 2 milhões dos municípios. Então, é manter funcionando e produzindo. A organização da saúde pública de Caratinga passa pelo hospital, da UPA e reorganização da atenção básica. Isso tudo está acontecendo, é apenas dar continuidade com seriedade e a Jacqueline é a pessoa ideal.
Agora quais são seus planos?
Vou continuar à frente dos meus negócios, deixei minhas empresas paradas. Dedicar à minha família principalmente e ao meu projeto, que é a minha candidatura. É um trabalho que venho fazendo, tinha suspendido o projeto por um tempo, mas agora acho que é hora, uma realidade nova, a população precisa de lideranças novas, com prestação de serviços. Dedicar realmente à boa política e estruturação da nossa região, que está carente de lideranças. Deixo uma mensagem de pesar à população de Caratinga. Estou saindo achando que tinha muito a contribuir ainda, mas com meu projeto teria que me desincompatibilizar de qualquer forma. Agradecer à imprensa, principalmente ao Diário de Caratinga pela parceria de sempre. Estaremos sempre à disposição do povo de Caratinga.