Se você está achando que é boato ou algo de ficção cientifica, saiba que não é; isso já é uma realidade, uma nova era da produção de eletrônicos pode estar a caminho. Neste caso em vez de apostar em mão de obra humana ou até mesmo robótica, cientistas do MIT decidiram recorrer a outro método de montagem: deixando que o eletrônico monte a si próprio sem intervenção.
Tibbits é um cientista de pesquisa no Departamento de Arquitetura do MIT, mas seu título desmente a natureza radical de seu trabalho. No MIT, ele está desenvolvendo materiais e objetos que podem ser programados para montarem-se sozinhos. Em 2011, ele montou um laboratório para experimentar a impressão 4D, um processo que utiliza impressoras 3D para produzir material que irá crescer e mudar por conta própria. Desde então, o Laboratório Self Assembly Lab do instituto dirigido por Tibbits e executado com co-diretor Jared Laucks, tem feito experiências com uma série de materiais que podem ser “programadas” para autoconstrução. O mais novo fruto desta empreitada surgiu com uma colaboração com o designer brasileiro Marcelo Coelho: um celular capaz de se construir sozinho, sem depender de intervenção humana ou automação tecnológica. Basta jogar as peças dentro de um cilindro que lembra bastante um misturador de cimento; dependendo da velocidade em que ele gira, o processo de montagem pode demorar apenas um minuto.
O protótipo ainda está na fase de testes e bastante bruto, ele inclui seis partes que se montam e se transformam em dois celulares diferentes. Conforme o cilindro gira, as peças se encaixam nos lugares certos e os aparelhos saem prontos.
Mas, não é tão simples quanto parece, mas há algumas variáveis importantes no processo. O primeiro é que a velocidade do cilindro não pode ser muito lenta, para que as peças se movam e se encontrem, nem muito rápida, senão elas acabam quebrando. Cada componente conta com mecanismos feitos para que as partes corretas se encaixem e as incorretas não se unam. Por fim, é necessário usar alguma coisa que faça com que as peças fiquem “grudadas”, o que no caso são imãs de polaridades variantes, feitos para que apenas as partes que devem se juntar sejam atraídas umas pelas outras.
Tibbits explica à Fast Co Design que o projeto, que começou a ser desenvolvido em 2013, ainda está “arranhando a superfície”, mas mostra como alguns componentes, uma fonte de energia e as interações corretas podem dar origem a um eletrônico sem a intervenção humana ou robótica.
Por estar em fase experimental, o conceito ainda tem um baixíssimo orçamento, mas mostra promessas interessantes, que permitem imaginar o uso em escala muito maior. Imagine uma tonelada de componentes jogados em um cilindro, por exemplo. Pode ser uma forma de economizar na produção de eletrônicos para vendê-los de forma mais barata.
De acordo com Tibbits que tem uma ideia curiosa: misturar este conceito com o do projeto Ara do Google, de aparelhos modulares. “Atualmente, o telefone é predeterminado, e estamos usando este processo para montar este telefone. Mas imagine que você tem um circuito e você tem diferentes blocos lógicos e estes blocos são colocados no cilindro: você pode ter diferentes funcionalidades”, conta ele, pensando que cada celular pode ser diferente e único.
“Essencialmente, seria o Santo Graal das montagens e daria maior liberdade de disign” diz Tibbits.
E você já sabe qualquer dúvida ou sugestão nos envie pelo e-mail: [email protected], ou para edição deste jornal, um forte abraço a todos e até a próxima semana.
Josias Viana tem MBA Executivo em Marketing e Gestão de Equipes pela Universidade Cândido Mendes e Graduação em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Instituto Newton Paiva, Certificação em ITIL, Microsoft, SCRUM métodos ágeis, CYBERSECURITY, CSIRT FOUNDATION e ETHICAL HACKING ESSENTIALS E SECURITY OFFICER.