CARATINGA – Moradores dos distritos de Cordeiro de Minas, Ilha do Rio Doce e Porto Seguro, estiveram na Câmara na noite dessa última terça-feira (31/10) para uma audiência pública sobre os prejuízos sofridos com o rompimento das barragens em 2015.
A reunião em caráter de audiência aconteceu a pedido da vereadora Giuliane Quintino e foi presidida pelo legislador José Cordeiro. A audiência contou com as presenças do promotor substituto da 5ª promotoria de justiça, Denis William Rodrigues Ribeiro, do vereador Johny Claudy, da advogada Aleksandra Samora, representando a comunidade, além de associações.
Na pauta os objetivos eram realizar a escuta especializada das pessoas atingidas das comunidades do município de Caratinga, para levantar a situação das famílias passados quase oito anos do rompimento da barragem Fundão em 5 de novembro de 2015; solicitar informações da Prefeitura Municipal de Caratinga se houve recebimento de valores da Fundação Renova em razão do rompimento da barragem, bem como sua destinação; Solicitar à Fundação Renova informações sobre o processo de cadastramento das pessoas atingidas do município, bem como das pessoas que foram indenizadas e ainda em quais programas de reparação o município de Caratinga faz parte, e que fosse informado como está sendo a participação do município no processo da repactuação, e a participação no fórum dos prefeitos da bacia do Rio Doce.
Representantes da prefeitura de Caratinga e da empresa Renova não compareceram na audiência.
A vereadora Giuliane disse que a audiência foi para ouvir as comunidades atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão em Mariana e questionar os direitos das pessoas prejudicadas
O presidente do legislativo, José Cordeiro, falou que “é uma luta pelo povo que clama por uma reparação de um dos piores danos causados à natureza, que foi a queda das barragens de Mariana, e de Brumadinho, que afetou a bacia do Rio Doce, e que trouxe para as comunidades ribeirinhas um prejuízo irreparável”.
O vereador Johny Claudy também ressaltou a importância da audiência pública. “Sabemos que que existe uma indenização que precisa ser paga para as pessoas tanto de Cordeiro, como da Ilha, e Porto Seguro. Todos foram atingidos, e o dinheiro que chegou, mas não foram realizadas as benfeitorias nesses locais”.
Aleksandra Samora, advogada que representa as comunidades, ressaltou que a reivindicação é por saúde, educação e saneamento básico. “Há muitos anos vem tendo esse descaso, como a região da Ilha do Rio Doce, é uma região Ribeirinha, quando vem a época das chuvas com as enchentes, aí misturam as fossas com os poços artesianos, contaminando a água. Com o rompimento da barragem de Mariana, veio o caso de trazer os rejeitos, contaminando o solo, e os poços artesianos, trazendo doenças, tanto dermatológicas, quanto psicológicas, e a gente não tem assistência médica, infelizmente. Nada foi feito até hoje pela população de Cordeiro, da Ilha e do Porto Seguro, não temos assistência em relação a essa demanda, e não pode continuar dessa forma”, reivindicou a advogada.
Como saldo da audiência, a vereadora Giuliane informou que os encaminhamentos foram feitos a partir das reivindicações dos moradores e serão enviados à Fundação Renova e ao Executivo Municipal para obtenção de repostas.