Por Patrícia Nayara Estevam*
Olá, leitor!
Sabemos que não é uma tarefa fácil produzir alimentos para venda que sejam de boa qualidade e aprovados pelo consumidor final. Muitos desses produtos passam por perdas e complicações ao longo do tempo, como alimentos que mofam muito rápido, ficam muito duros ou acabam perdendo sua cor original.
Para lidar com todas essas situações, a indústria alimentícia faz uso de uma série de aditivos alimentares para a produção dos alimentos, com o intuito de aumentar o tempo de prateleira dos produtos e deixá-los mais atrativos para o consumidor.
Segundo definição do Ministério da Saúde, um aditivo alimentar é “todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente ao alimento, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento”.
É fato que se não fossem os aditivos alimentares, a maioria dos produtos alimentícios que você leva para o armário da sua casa jamais existiria. Isso porque os aditivos alimentares servem para conservar o alimento por mais tempo, dar mais sabor, manter uma boa aparência e conferir uma textura agradável ao paladar.
Existem diversos tipos de aditivos alimentares para as mais variadas funcionalidades, e segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o uso dos aditivos nos alimentos se justifica por razões nutricionais, sensoriais e tecnológicas.
No Brasil, a ANVISA dispõe sobre os aditivos alimentares autorizados para uso segundo as boas práticas de fabricação, e publica uma lista com os nomes e códigos dos aditivos alimentares, bem como dos alimentos em que eles podem ser utilizados, os limites máximos e aqueles nos quais existe restrição de uso. É importante destacar que para que um aditivo alimentar possa ser aprovado aqui no Brasil, são consideradas referências internacionalmente reconhecidas, como o Codex Alimentarius; a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar; e a Agência Americana para Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA).
E aqui fica uma dica para você: para conferir o uso dos aditivos, basta consultar o rótulo dos alimentos industrializados que você compra no supermercado. Ali vão aparecer nomes difíceis até de pronunciar como sorbato de potássio e propionato de cálcio, que fazem parte da produção do pão de fôrma industrializado, por exemplo. Eles também podem estar presentes no rótulo, representados por siglas, por exemplo: BHT (butil hidroxitolueno), BHA (butil hidroxianisol), EDTA (cálcio dissódico) e E 249-252 (nitratos e nitritos).
Aqui no Brasil, os aditivos mais frequentemente encontrados nos alimentos que consumimos são: corantes, flavorizantes, aromatizantes, conservantes, antioxidantes, edulcorantes, estabilizantes e espessantes.
Por fim, é válido destacar que para uma alimentação saudável, devemos descascar mais e desembalar menos. Isso significa que quanto mais alimentos in natura e minimamente processados pudermos consumir em detrimento dos alimentos industrializados (empacotados), melhor para nossa saúde e qualidade de vida.
Bibliografia consultada:
Polônio, Maria Lúcia Teixeira. Peres, Frederico. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde pública brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(8):1653-1666, agosto, 2009.
BRASIL, Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.