Margareth Maciel de Almeida Santos
Advogada e doutoranda em Ciências Sociais
Pesquisadora CNPQ
A fé em Deus é comum a vários indivíduos, grande parte da população mundial crê em Deus e compartilha de costumes comuns, como comemorar feriados sacros, participar de missas, rezar ler a Bíblia, etc. E eu posso confirmar essa minha fala, após ter ido ao Convênio de Santo Antônio.
No dia 13 de junho foi o dia Santo Antônio e eu fui até lá rezar, agradecer, pedir a Santo Antônio, que ele pudesse ser também o meu intercessor junto a Jesus. O Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, localiza-se no alto do Morro de Santo Antônio, no centro do Rio. Não sei descrever tanta beleza… Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que passaram por lá, durante o período em que eu estava. Homens, mulheres, crianças, brancos, negros, todos em busca de graças e também agradecer pelas já alcançadas. O ponto central é que tudo isso se resumia em apenas um cenário: a Fé.
Não sei dizer se nesse mundo moderno a religião está declinando ou crescendo, mesmo que a Igreja Católica não consiga se modernizar de forma a atender às mudanças, principalmente as que se referem aos vários tipos de famílias existentes no mundo de hoje.
Para as Ciências Sociais, entende-se que a religião constitui uma instituição social de caráter geral, externo e coercitivo, que funciona como um arcabouço de valores e de crenças capazes de conceder aos indivíduos um profícuo sistema de classificação para a formação de uma ética. Para Durkheim, sociólogo, as crises das sociedades europeias eram originadas de uma fragilidade moral. A formação de novas ideias morais que norteassem a conduta dos indivíduos era necessária. Em sua opinião, tais valores morais não poderiam ser considerados unicamente por um pensamento religioso.
Seria possível pensar religião com este caráter de moldar a sociedade, através de suas crenças e pensamentos existiria uma conciliação entre fé e razão? Quem na verdade teria o poder de influenciar quem?
A filosofia inicia o conflito entre fé e razão quando tenta deixar para trás a fé cega nos mitos, explicando racionalmente os fenômenos. A razão tem o seu significado como a faculdade de “bem julgar”.
A fé pode ser tratada como o sentido que damos a nossa vida e pela compreensão existente acerca do grupo a que pertencemos e pode ser tratada como a crença nos dogmas das diversas religiões Quando olhamos para todas as religiões, como o cristianismo, o budismo, islamismo, vemos que a ação da fé é grupal ao mesmo tempo compartilhada entre elas. É através da fé que se chega à religião em sua experiência e ritos.
As credibilidades fincadas na fé tornam-se enigmas que não se questionam, por este motivo, o apóstolo Paulo diz que “a fé é um escândalo para a razão.”
“O lavrador sabe que pela qualidade da semente lançada, virá com o tempo o bom fruto pela graça de Deus, tocando as pessoas e afervorando outras”. Para o cristão a verdade revelada é a fonte da compreensão do que é o homem, qual a sua origem e destino. Este homem que é semelhante a Deus-Pai, e que sua liberdade consiste em seguir o testamento, a aliança.
Para Santo Agostinho “sem a fé, a razão não é capaz de levar a sabedoria. A razão é uma auxiliar da fé, esclarecendo e tornando inteligível aquilo que estamos tentando entender. No entanto a razão precisa da fé para conseguir explicar as questões pertinentes à fé sem Deus.” Para ele, a filosofia era a solucionadora do problema da vida, e o verdadeiro conhecimento não estaria somente nas ideias, mas também nas forças espirituais do espírito vinculadas com a iluminação de Deus.
Para concluir, entendo que a fé da religião continua enraizada nas forças sociais que estão presentes em uma comunidade ou como explica Durkheim: “essas forças sociais denominadas de “efervescência coletiva”, são os momentos em que todos os indivíduos de um grupo estão juntos para se comunicar em um só pensamento e uma só ação”.
E de Santo Antônio posso dizer que são milhares os relatos de milagres, como a pregação aos peixes e as graças alcançadas rogando seu nome. “Na arte ele é representado como um jovem cândido, com o hábito de franciscano, segurando um lírio e carregando o Menino Jesus, um dos milagres que teria ocorrido em sua vida.”
“Bendito seja Deus, em Seus anjos e em Seus santos”.
“Oh Santo Antônio, lírio dentre os santos, vosso amor a Deus e caridade por vossos irmãos, fez-vos digno, quando na terra, de possuir poderes milagrosos. Incentivado por este pensamento, eu te imploro que obtenha para mim (pedido)”.
Vós, em presença do Senhor Jesus, não cesses de interceder a Ele, com Ele, por Ele, a favor nosso ante o Pai.
Amém.